Carro da semana, opinião de dono: Corsa Wind 1997

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Olá, meu nome é Johannes, tenho 29 anos e moro em Florianópolis/SC.

Após ler uma reportagem aqui sobre o Corsa B (O Corsa B merecia um “A”), me senti empolgado em contar (e avaliar) a história um grande membro da minha família: um Corsa Wind 1997 1.0.

O carro está na família desde 2000, quando minha mãe o comprou no Rio Grande do Sul e o trouxe para Florianópolis com pouco mais de 6 mil km.

Não me lembro exatamente do dia que ele chegou e nem da alegria que irradiava da minha mãe, mas acredito que ela estava bem feliz, visto ter vendido o seu Fiat 147 e, depois de dois anos, conseguiu juntar dinheiro para comprar este pequeno azul.

O Corsa B, apesar de já estar aí com quase 20 anos nas nossas ruas, mantem linhas limpas e harmoniosas e que aguentaram muito bem esse tempo, sendo hoje ainda considerado um carro agradável e bonito.

É um carro bem montado, resistente e robusto. E de certa forma o carro é super simples.

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Ele não tinha som, ar, direção ou espelhos elétricos e nem trava elétrica. E assim ficou por longos 10 anos sendo o segundo carro da família. Minha mãe nunca deu muita atenção para ele no que diz respeito a manutenção preventiva.

Mas ele nunca deu qualquer tipo de problema que o impedisse de sair rodando. Então, em 2010 consegui um emprego aqui na ilha e minha mãe tendo noção de como é a qualidade do nosso transporte público, me deixou responsável pelo Corsinha, visto que ela havia já adquirido um Meriva bem no final de 2009.

Assim que peguei o carro fui logo ao posto e oficina encher o tanque, trocar o óleo, calibrar os pneus, verificar radiador, balanço e geometria… Estava tudo OK, mas ele estava meio amarrado ainda.

Também pudera, peguei ele com um pouco mais de 67 mil km conduzidos por uma mulher que se sente no filme Conduzindo Miss Daisy.

Comecei a rodar com o carro e a marcar o seu consumo. Não conseguia fazer mais que 10 km/l. Achava um absurdo para um carro 1.0 como ele. Mas é um carro gostoso de dirigir. Eu com meus 2,07 metros não posso dizer que fico confortável nele, mas ainda assim gosto muito da posição de dirigir que ele me oferece.

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É um carro que não é rápido, mas se souber trabalhar bem as trocas de marcha com o giro mais alto, ele responde muito bem. Na cidade ele é o que eu posso considerar como habilidoso. Mas na estrada ele já é um pouco diferente.

A mais de 100 km/h o carro já está com o giro um pouco alto, invadindo seu interior. Não que seja chato, pois compenso no som, mas para quem se irrita fácil, ele não é aconselhável.

É um carro muito estável tanto em retas quanto em curvas e tanto em baixa como em alta velocidade. Quando se entra mais empolgado em algumas curvas, ele gosta de perder um pouco a frente, mas nada que você não saberia controlar.

O interior dele é simples, mas vejo que ainda se sai melhor nesse quesito do que os seus irmãos mais novos. Temos tecido praticamente na porta toda, o assento é confortável até para pessoas grandes como eu.

O volante é um pouco grande, o que para mim é um pouco complicado, pois um joelho bate na marcha e o outro quase na manivela do vidro, mas já estou adaptado a isto.

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O velocímetro dele segue a simplicidade citada, sem um conta giros. Acho isso hoje em dia essencial, mas já aprendi a ouvir bem o motor. Ele também não conta com luz indicando reserva de combustível e nem de temperatura alta do motor.

A visão que temos dentro dele é para mim ótima. Os vidros são grandes, então tenho acesso visual fácil quando necessito fazer uma manobra mais complicada.

Quanto a tecnologia embarcada nele… eu diria que é o som com Bluetooth que eu instalei e o meu smartphone que fica no berço dele para me servir como GPS. Fora isso…. cinto com pré-tensionador só para motorista e passageiro da frente conta?

Aliás, fica a dúvida: se um carro desse fosse ser testado no EuroNCap, qual nota será que ele levaria?

Bom, nem tudo são flores no Corsa. Apesar dele estar inteiro, relativamente novo (está com 84 mil km), sinto que ele precisa de algumas manutenções mais específicas.

Como o carro tem mais de 10 anos e sempre andou na maior parte do tempo na cidade em ruas descuidadas, ele já tem folga em alguns pontos do painel e no tampão do porta malas que fica pulando e rangendo quando passo pelas ruas de pedra.

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O isolamento acústico é tão eficiente quanto uma peneira para ser usada para se proteger do sol. Uma outra coisa que me deixa preocupado, é o fato de ele estar esquentando rápido demais. O radiador consegue fazer o seu trabalho sempre e não deixa a temperatura ultrapassar os 95°C.

Mas mesmo assim esse esquenta e esfria me deixa preocupado.

Bom, atualmente ele está com 84 mil Km e está fazendo uma média de 12,9 km/l. Levando em consideração que ele só anda de gasolina aditivada. Algo que eu considero muito decente, sendo que ele faz menos de 16 km por dia.

Não pretendo me desfazer dele. É um carro que já faz parte da família e que eu tenho um carinho muito especial por ele. Depois que peguei o carro, ele já passou por revisões preventivas, troca antecipada de componentes como correia dentada, tensionador, velas, vedação das portas e porta malas.

Ainda tenho projetos para ele, tanto estéticos quanto funcionais. Existem dois pontos de ferrugem no carro, sendo que um apareceu do nada e o outro surgiu após minha irmã dirigir uma única vez esse carro e raspar o para-choque e uma parte da lataria em uma parede.

Ainda no visual, trocar algumas partes internas do carro, pois estão desgastadas e arranhadas, e outras que foram sendo quebradas com o tempo pois soltavam e as pessoas acabavam pisando pois não viam.

Já no funcional, quero colocar um ar-condicionado e trocar o sistema de resfriamento do carro. De resto, quero manter ele o mais original possível. Quem sabe daqui a algum tempo não poderei andar com uma plaquinha preta, né!

Por Johannes Georg

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.