Carro da semana, opinião de dono: Palio ELX 1.4 30 Anos

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Meu nome é Raphael, tenho 27 anos, sempre fui apaixonado por carros desde criança, tudo que é relacionado a carro me interessa, então gostaria deixar meu relato aqui sobre meu carro, espero que gostem. Vamos ao relato.

Meu primeiro carro adquiri fazendo uma grande loucura, comprei em 2006 um Fiat Prêmio 1987 1.3 S, duas portas azul, básico, financiado, SIM, financiei a quantia de R$ 2.500, sou pobre e estava doido pra ter meu carro.

Não procurei modelo nem nada específico, eu não queria ficar a pé, então o primeiro que apareceu eu comprei. Sinceramente fui muito feliz com meu “caidinho”, nunca fiquei enguiçado na rua e rodei em torno de uns 40.000 km com ele.

Peugeot 306

Passados dois anos melhorei de condição e finalmente fui comprar meu carro de “verdade”, meu sonho de consumo sempre foi um Peugeot 306 hatch, e andando por uma feira de automóveis num shopping em Bangu/RJ, vi um Peugeot 306 hatch Selection 98/99 com 65.000 km rodados, 2° dono em estado de 0 km sem exageros.

O carro estava todo perfeito, todo original, não pensei duas vezes e paguei R$ 13.000 nele. Veio com A/C, direção hidráulica, travas elétricas e airbag, pra quem estava saindo de um Fiat Premio básico estava ótimo.

Ele tinha motor 1.8 16V que anda muito e bebia quase nada, e fiquei mais dois anos com o Peugeot rodando 50.000 km no total com ele. Mas com o Peugeot a lua de mel terminou após 1 ano e 6 meses de uso, passei por um trecho com lama, óleo e água, e o carro foi reto (com as rodas viradas) na curva e bati em um meio-fio bem alto.

Resumindo, depois disso o carro nunca mais foi o mesmo, após mais de R$ 3.000 em gastos com manutenção o carro não ficou 100%, então decidi trocá-lo.

No momento que decidi trocar de carro, não pensei duas vezes e queria um Ford Fiesta hatch 1.6 de qualquer jeito, pois não queria carro “mais fraco” do que o Peugeot. Então começou a busca implacável… eu não encontrava Fiesta na faixa de preço que podia e achava justo pagar (R$ 26.000), até que em uma agência que não tinha o Fiesta me ofereceu outro carro.

O vendedor me disse que tinha uma Palio “pitbull” (como é chamado aqui no RJ) que acabava de chegar, aí fui eu ver o carro só pra ser educado com o vendedor que me atendeu muito bem, mas chegando lá foi “amor” à primeira vista.

Se tratava de um Fiat Palio 1.4 ELX Série 30 Anos azul, completo, A/C, vidro, direção, trava, alarme, computador de bordo, farol de milha, rodas de liga por R$ 26.000… ou seja carro bem completo para a categoria, e estava em excelente estado com 62.000 km rodados, cheiro e estado de novo, andei no carro e fechei negócio, dei o Peugeot como parte de pagamento e comprei o Palio.

Características do carro

Consumo: na cidade faz em média 10 km/l ar ligado na gasolina e estrada algo em torno de 12 km/l ou 14 km/l não passando de 120 km/h, e depende de quantas pessoas estejam no carro, acho uma boa marca (não excelente);

Conforto: apesar de não ser espaçoso, ele tem um relativo conforto para os passageiros, pois é silencioso e a suspensão absorve bem os buracos;

Estilo: Apesar de ter quase 10 anos de mercado, esse modelo G3, Bolha ou Pitbull como chamam, acho que é o mais bonito que tem de todos os Palio lançados, ainda mais a versão do meu, que vem com rodas de liga leve, painel mais moderno e farol de milha;

Manutenção: tudo para esse carro é muito barato, utiliza pouco óleo (2,7 litros trocando o filtro) por exemplo, e tem manutenção simples e fácil de encontrar mão-de-obra, nunca tive problemas para achar peças;

Mercado: tem uma aceitação muito alta no mercado, então é muito fácil conseguir vender um Palio e sem perder muito dinheiro, coisa que não acontecia com o Peugeot que sofri para vender pelo preço de R$ 8.000;

Câmbio: engates imprecisos e alavanca de curso muito longo e mole (que saudades do Peugeot), a Fiat nunca foi referência em câmbio, mas nada que não seja tolerável;

Motor: eu acho econômico (poderia ser mais) e condizente com a proposta do veículo. Tem uma certa agilidade urbana, você não passa aperto com ele, mas não empolga, principalmente em viagens (saudades do Peugeot). Ele é bem resistente e de fácil manutenção em contrapartida, mas tem um funcionamento muito áspero;

Espaço Interno: realmente o nome já diz tudo é compacto mesmo, eu tenho 1,78 metro de altura e tenho que chegar o banco todo para trás e mesmo assim dirijo com as pernas muito dobradas, não gosto, sem falar no espaço do banco traseiro. Outra coisa ruim é o ângulo de abertura das portas traseiras, atrapalha muito o acesso ao interior do veículo,

Suspensão: apesar de confortável, ela inclina muito em curvas, em algumas situações mesmo não saindo de frente, ela te transmite uma pequena sensação de insegurança, parece que não vai conseguir fazer a curva. Após 4 anos praticamente com o carro e mesmo colocando aro 15 com perfil 195/55 não tenho muita confiança, não sei se fiquei mal acostumado com o Peugeot;

Som: os alto falantes originais que vieram no carro são muito ruins (Bomber, linha original), só tem “voz”, poderiam vir com os mesmo do Fiesta, que são muito bons;

Itens “tecnológicos”: não sei se o nome certo para o tópico é esse, mas o carro conta com alerta de velocidade, computador de bordo bem completo (em uma época que a maioria dos carros não tinham), abertura do porta-malas e do tanque de combustível por alavanca no interior do veículo, ao engatar a marcha ré, o limpador traseiro liga sozinho, se o da frente estiver ligado.

Tem ainda alarme que levanta os vidros ao ser acionado, tem uma função que quando acaba de desligar o carro, você mantem os faróis acesos por um tempo (follow me home) e o painel te dá a possibilidade de instalar um DVD 2din ou um kit multimídia, eu optei pelo DVD 2din e coloquei TV digital, fiquei muito satisfeito;

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Defeitos ao longo de quatro anos

– Alternador estragou com 110.000 km rodados, botei original e paguei a quantia de R$ 340,00 + R$80,00 de mão-de-obra;

– Reparo do ar condicionado com 125.000 km rodados, pois na troca do alternador o mecânico tirou a mangueira do lugar e não colocou de volta para o lugar, assim ficou encostada no motor, com a vibração furou e vazou o gás, custo para conserto R$ 200,00 tudo;

– Amortecedores foram trocados aos 85.000 km rodados, pois caí em um buraco na obra do BRT na Barra da Tijuca e estourou um dianteiro, preferi trocar logo os quatro que me custaram R$ 900,00 com mão-de-obra incluída;

– Pivô da balança: Troquei dos dois lados 2 vezes, graças a nosso asfalto lunar. E me custaram a “fortuna” de R$ 22,00 cada um;

Fora isso, apenas troco o básico:

– Óleo+ filtro de óleo: a cada 8.000 km (R$ 76,00 em cada troca);

– Pastilhas de freio: troquei com 80.000 km e vou trocar agora com 148.000 km novamente (R$ 25,00 o par, eu mesmo faço a troca);

– Correia dentada + Correia de Acessórios+ Correia de Direção+ esticadores, tudo trocado com 100.000 km (R$ 140,00 de peças mais R$ 100,00 de mão-de-obra);

– Fluído do Radiador: a cada 2 trocas de óleo eu faço a limpeza e coloco um novo aditivo (R$ 40,00);

– Filtro de Combustível a cada 20.000 km, R$ 12,00 (eu mesmo troco);

– Filtro de Ar a cada 20.000 km, R$ 11,00 (eu mesmo troco);

– Filtro de cabine a cada troca de óleo, R$ 14,00 (eu mesmo troco);

– Troca novamente da Correia dentada + esticador, etc. com 140.000 Km (R$ 160, 00 de mão-de-obra R$ 120 de Peças);

– Limpeza dos Bicos injetores e TBI com 142.000 km (R$ 182,00);

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Seguro

O preço do seguro que paguei no primeiro ano foi de salgados R$ 2.390, mas levando em conta que eu estava na faixa etária abaixo dos 25 anos, considero na média. Agora na última renovação ficou em torno de R$ 1.200 com franquia reduzida;

Conclusão

Hoje em dia ele está com 142.700 km rodados, está necessitando de uma pintura, pois o capô esta queimado de sol, porque onde moro a garagem não tem cobertura e o carro fica exposto ao sereno, sol e chuva.

O para-choque traseiro já recebeu 5 encostadas no transito. Sou desses que priorizo o bom funcionamento e segurança do que a aparência, assim que o dinheiro sobrar vou pintar o carro todo, mas enquanto isso vou usando ele “queimado de sol” mesmo.

Eu tinha um carro de categoria superior, apesar de ser mais antigo, era muito mais carro, mas isso é mais mérito do 306 do que demérito do Palio. Comparado aos concorrentes acho uma excelente opção, se você procura um carro com baixa manutenção, resistente, baixo consumo, relativamente confortável, principalmente para uso urbano, acho uma excelente compra.

É um carro muito honesto, paguei R$ 26.000 em 2010, e hoje na tabela Fipe esta valendo em torno de R$ 20.500, considerando que teve a queda de preço dos seminovos por causa do IPI, não acho que desvalorizou muito.

Se estiver na dúvida entre o 1.0 e o 1.4 vá de 1.4, pois o investimento vale a pena, vai ter um carro mais vigoroso e que consome o mesmo ou até menos (tenho um amigo que tem um 1.0 que bebe mais que o meu).

Se me perguntar se eu compraria outro Palio, eu digo que não, porque prefiro carros com “pegada” mais esportiva, suspensão, motor, etc… mas não quer dizer que é um carro ruim, pelo contrário, eu recomendo e estou muito satisfeito com o carro.

Acho importante deixar claro que nunca fui fã da Fiat, pelo contrario, os carros nunca me atraíram, mas dos 3 carros que já tive, 2 foram Fiat (por oportunidade), e nunca me deixaram na mão. Por isso ressalto que muita gente tem preconceito com determinadas marcas sem conhecer realmente o produto, é só dar uma chance, que de repente pode ser surpreendido positivamente como eu fui.

Espero que tenha esclarecido bem sobre o carro, e que gostem do relato, qualquer dúvida estou à disposição.

Um abraço a todos,

Por Raphael Castanho

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.