Carro da semana, opinião de dono: Punto Essence 1.6 2012

PUNTO MEU LATERAL-

Como fã do blog Notícias Automotivas, suas reportagens e seus vídeos de avaliação dos modelos comercializados em nosso país, resolvi fazer um texto onde demonstro as minhas impressões sobre o meu carro, um Fiat Punto Essence 1.6 16V 2011/2012.

Até possuir o meu Fiat Punto Essence 1.6 16V 2011/2012 eu sequer havia andado num veículo desses. Toda a minha referência da marca FIAT estava na linha Uno e na linha Palio.

Naturalmente, já havia andado em carros de categoria superior de outras montadoras, de amigos ou familiares (Civic, Corolla, 307, Focus, Golf, C4 Pallas, Fluence…), mas nunca havia sequer entrado a bordo do Punto.

E a surpresa que tive logo que saí com ele da agência foi muito positiva, do ponto de vista do conforto e do acabamento. Inicialmente, porém, cumpre ressaltar o impacto visual. Positivo. Hatchback bonito, esportivo, com linhas interessantes e, ao contrário de seus rivais, como o Golf, por exemplo, não é aquele carro baixo demais, difícil de acessar o interior ou de sair dele.

Nesse aspecto de “entrar e sair”, mesmo sem ser um “falso off-road”, ele não deve nada ao Renault Sandero Stepway, VW Crossfox e nem à sua “irmã” Fiat Idea 2011, Adventure ou não.

O Punto consegue ser alto como os “falsos off-road” de suspensão elevada, mas sem que isso prejudique, como acontece nos aventureiros, seu conforto e estabilidade. Ou seja: é alto, confortável e estável sem que nenhum desses aspectos prejudique o outro.

Com pneus 195 calçados em rodas aro 16 e uma suspensão muito bem equilibrada, nem mole demais nem dura demais, o Punto se mostrou um veículo muito bem acertado para andar em qualquer piso, filtrando muito bem as imperfeições dos terrenos mais acidentados, e se comportando de modo excepcional no asfalto, especialmente no que diz respeito a curvas.

O carro tem excelente estabilidade e praticamente “não se sente” o seu rodar.

É extremamente confortável. Como pessoalmente tenho uma preferência por modelos sedan ao invés de hatchbacks, sendo fã de modelos como Toyota Corola que privilegiam o conforto ao rodar, foi impossível deixar de olhar para o Fiat Linea desde que adquiri o Punto, porquanto compartilham a mesma plataforma e fabricação e peças de um modo geral.

PUNTO INTERIOR

Em termos de conforto ao rodar, a dupla Linea/Punto chega bem perto do modelo japonês, levando severa desvantagem – especialmente o Linea – no que diz respeito a mercado e desvalorização, tudo produto do preconceito que certos modelos sofrem, injustamente, nesse nosso Brasil.

No interior, o acabamento é impecável, ficando, a meu ver, acima inclusive de carros de categoria superior. Os plásticos são de boa qualidade, agradáveis ao toque (não são duros demais, como acontece, por exemplo, na primeira geração do VW Fox), os arremates são corretos e não há rebarbas aparentes.

Até a quantidade de “lataria” na soleira das portas transmite a sensação de segurança, mostrando que o automóvel foi muito bem projetado e construído.

Outro ponto positivo também é a dupla vedação das portas, impedindo a entrada de poeira e contribuindo para um melhor aproveitamento do ar condicionado que, diga-se de passagem, é excelente!

Ainda sobre o interior, além de os passageiros serem muito bem tratados pelo conforto que o automóvel oferece, sem “pular” ou “balançar” demais e também pelo bom espaço interno – sim, ele tem um ótimo espaço interno, apesar de não aparentar! –, o motorista tem um privilégio a mais consubstanciado nas regulagens de altura do banco do motorista e de altura e profundidade do volante, proporcionando que o mesmo encontre a posição mais adequada ao seu conforto.

Ah, e a regulagem de altura do banco é decente, semelhante à do VW Fox, e bem diferente, por exemplo, da do VW Gol que, seja G4 ou G5, o que a Volkswagen chama de “regulagem de altura do banco do motorista” naqueles modelos é vergonhoso.

Mas enfim… Coisa de carro popular e aqui, seguramente, não estamos falando disso!

Quanto ao porta-malas, este é apenas regular, existindo hatches na concorrência com o bagageiro bem maior. Não é ruim como o do Kia Picanto ou Nissan March, mas não oferece nada além do que o primo pobre Fiat Uno Mille ou mesmo Novo Uno oferecem, ficando bem aquém para o seu segmento que possui hatches como C4, 308 e Golf, com porta-malas bem mais interessante.

Destaco ainda, quanto às portas e para finalizar a análise do interior do veículo, o excelente acabamento das mesmas, com partes em tecido e plástico, digamos, “largo”, no sentido de não permitir que as partes internas das portas se mexam com o abrir e fechar dos vidros, como acontece, por exemplo, com Nissan March e Versa e até mesmo com a consagrada Ford EcoSport que, ao fechar os vidros, o interior plástico das portas “incha”, aumentando de “volume”. Feio isso!

De resto, direção hidráulica de respostas precisas e imediatas, vidros elétricos com função “um toque” e boa (demais) velocidade de abertura e fechamento e câmbio bem escalonado de engates suaves e silenciosos, muito diferente, por exemplo, do Nissan March/Versa, que tem câmbio “seco”, barulhento demais.

O único senão do Fiat Punto Essence 1.6 16V está justamente no seu badalado motor Etorq que de bom torque não tem nada! Mesmo com alta potência (111CV gasolina; 117 CV etanol), o torque máximo só aparece lá pelos 4.000 giros, tornando o carro excelente para situações de estrada, mas fazendo com que ele cometa vários pecados no que diz respeito à arrancada, retomada e consumo.

Traduzindo: para o trânsito pesado da cidade, é preciso um pouco de paciência com ele. Mas nada desesperador. Nada que o conforto a bordo que ele oferece não compense.

Essa particularidade do motor se reflete, como já dito, no consumo. Na cidade de João Pessoa, na gasolina, média de 7,7 km/l, com “picos” de 8,0 km/l, nada além disso. E tenho pé “leve”, não maltrato o motor.

Acredito que o fato de ele ser 16V contribui para essa “falta de fôlego”, digamos assim, nas acelerações e retomadas, coisa que nem seu acelerador eletrônico consegue reverter em seu favor.

Já na situação de estrada, numa viagem João Pessoa – Bananeiras/PB, cerca de 180km, usando etanol a uma média horária de 100-110km/h, o consumo foi de 9,3 km/l. Se fosse na gasolina, acredito que daria uns 11 ou 12.

Melhora bastante em relação à circunstância de cidade, mas também não é nada de excepcional, especialmente quando o comparamos, em termos de desempenho e consumo, com veículos de mesma cilindrada e até de maior peso, como Ford Focus Sedan (meu cunhado tem um e já medimos), que alcança médias de 9,5 – 10 km/l na cidade usando gasolina, e também o consagrado, neste aspecto, Nissan Versa, que alcança 12 ou 13 km/l na cidade e até 16km/l na estrada, sempre na gasolina. Sem falar do torque em baixas rotações que, tanto no modelo americano quanto no nipônico, é excelente.

Não conheço a versão Attractive com motor 1.4 8V Fire, que tem 85 CV na gasolina e 89 CV no etanol. Seguramente não se compara à Essence 1.6 16V que possuo se a situação for de viagens (estrada), mas, por outro lado, como antigo proprietário de vários Uno Mille Fire entre 2002 e 2012, e portanto sabendo o quão bons são esses motores Fire no que diz respeito a torque em baixas rotações, provavelmente a versão Attractive 1.4 8V seja melhor para rodar na cidade.

Isso considerando que as versões quase não diferem em termos de acabamento e opcionais, bem como provavelmente, também, a Attractive 1.4 8V seja mais econômica no uso urbano. Mas aqui são só especulações baseadas em experiência adquirida.

Demais disso, há um pecado cometido no que diz respeito à segurança por lhe faltar o cinto de segurança de três pontos no meio do banco traseiro, bem como freios ABS e duplo Air Bag, embora isso seja oferecido na versão top de linha. Outro pecado está no sistema de som, que não oferece entrada auxiliar nem USB, limitando-se ao MP3 em disco mesmo.

Mas também este pecado é, digamos, “perdoado” se a versão adquirida for a top de linha, que conta, além das entradas acima referidas, também com controles do sistema de som no volante, aumentando conforto e conveniência.

Concluindo, o Fiat Punto Essence 1.6 16V, apesar de não ser a melhor opção do mercado na sua categoria por lhe faltar um motor mais econômico e mais “esperto” em termos de torque, bem como uma direção com assistência elétrica, seguramente oferece à concorrência um páreo duríssimo.

Inclusive ele a supera em não um ou dois, mas em vários aspectos, como estabilidade e o excelente acabamento e conforto a bordo, só encontrado em modelos superiores, como o Toyota Corolla, o que me faz pensar que o Fiat Linea, irmão do Punto, seja também uma opção interessantíssima para quem não liga para desvalorização.

Apresenta-se o Punto como um veículo de design atraente e esportivo, com excelente estabilidade, porém, ao contrário do que o design e a estabilidade podem sugerir em termos de “condução esportiva”, ele é um carro definitivamente voltado para aquela condução mais confortável, sendo este, o conforto, o seu maior trunfo, evidente e perceptível a ponto de compensar as faltas do motor e o alto consumo.

Nota 8,5, numa escala de 0 a 10,0.

Ar condicionado
Direção Hidráulica
Vidros Elétricos (portas dianteiras)
Travas elétricas e alarme – chave canivete
Retrovisores externos elétricos
Desembaçador e limpador do vidro traseiro
Brake-light
Faróis de Neblina
Rodas Liga Leve Aro 16
Sistema de som com MP3
Banco do motorista com regulagem de altura
Volante com regulagem de altura e profundidade
Computador de bordo
Duplo Air Bag – top de linha
Freios ABS – top de linha
Entradas USB e auxiliar – top de linha ou série Itália
Comandos do som no volante – top de linha ou série Itália
Faróis máscara negra – top de linha ou série Itália

Por Doriel Filho
João Pessoa/PB

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.