Carro da semana, opinião de dono: Renegade Longitude 1.8

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Olá pessoal, meu nome é Rodrigo, tenho 39 anos, sou engenheiro mecânico e moro em Salvador. Gostaria de saudar os leitores do NA! Apresentarei a experiência que tive ao adquirir o Jeep Renegade Longitude 1.8 Flex!

Estou com o carro há quase 3 meses, utilizando-o para ir ao trabalho e para o lazer. Mesmo com pouco tempo, já posso afirmar que o relato de minha experiência pode ajudar a espantar algumas lendas urbanas que rodeiam este modelo.

DECIDINDO TROCAR DE CARRO – abril de 2015

Eu já tive de tudo um pouco em matéria de carro. Brasília, Chevette, Uno ELX, Palio 500 anos, Astra GSI, Focus GLX, Honda FIT LX, Fiat 500 Cult, Fusion AWD e por último estava com uma Honda CR-V EX AWD e um Ka SE.

Como a CR-V, que estava com minha esposa, já estava no 8º aniversário decidimos trocá-la por um SUV/Crossover automático novo. Foi bem na época em que ocorreram os lançamentos do HR-V, Renegade e 2008. Minha intenção era negociar a CR-V, mantendo o Ka SE que estava praticamente 0 km.

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ESCOLHENDO O CARRO

Fizemos o test drive em todos os carros citados acima. Não foi fácil. Fomos à Ford e o atendimento foi normal. Não tentaram empurrar nada diferente do que queríamos. Já fui direcionado pelo EcoSport automático.

Ao entrar no EcoSport Freestyle Plus AT notei que o acabamento interno até que é bom além de ser bonito. Plástico duro? Todos têm. Não achei as tão faladas rebarbas e não vi desalinhamento grotesco. Achei o espaço interno suficiente para mim, minha esposa e o bebê.

O porta-malas é pequeno, ainda mais com as caixas de roda limitando as laterais, reduzindo o aproveitamento dele. O sistema interativo Sync é muito bom, mas aquela telinha ao fundo do painel central com seus comandos manuais nada intuitivos não animam, além de não ter câmera de ré.

Compensa apenas por ser um sistema bem efetivo. Airbag frontal e cortina fazem parte do pacote do carro, conta bastante!

No test drive achei o EcoSport bem gostoso de dirigir, tem uma dinâmica veicular bem afinada e responde bem. Suspensão bem macia, confortável. A motorização 2.0 é forte, achei mais do que suficiente para o carro. Mas a troca de marchas no botãozinho da alavanca é dose.

A versão Freestyle Plus AT tinha valor de R$ 82.000,00 e a negociação não foi muito interessante, chegando apenas aos R$ 80.000,00.

Fomos à Honda e o atendimento foi festivo, pois o HR-V acabara de ser lançado. Entrando no carro achei o acabamento interno superior. O painel emborrachado é legal e com certeza vai dificultar os barulhos que podem aparecer com o uso.

O console central elevado com as entradas USB abaixo dão uma impressão de modernidade, mas dificultam o manuseio. O espaço interno é melhor, o porta-malas também, mesmo com invasão das caixas de roda nas laterais. O sistema interativo é simples, considerando apenas o bluetooth, sem comando de voz. Airbags apenas na região frontal.

No test drive o HR-V se mostrou um carro muito bom de dirigir também, porém a posição de dirigir considerei inferior ao do EcoSport. Me senti mais em uma perua FIT do que num SUV/Crossover. Os valores também não agradaram muito. A versão com central multimídia HR-V EX sairia por R$ 81.400,00 sem choro nenhum, e nem comando de voz…

Fomos à Jeep. O primeiro contato com o Renegade me surpreendeu pois eu não o achava lá essas coisas pelas fotos, mas ao vivo é bem bacana. Ao entrar no carro notei que o acabamento era também superior ao primeiro carro que eu vi. Pau a pau com a Honda, porém com manuseio das entradas USB mais ergonômicas, assim dizendo.

O espaço interno estava entre Eco e HRV, aceitável. O porta-malas é pequeno, porém o fato dele ser totalmente retangular facilita o uso e otimiza o aproveitamento dele. Sabendo usar, ele acomoda sua bagagem direitinho.

Fiz o test drive e claro, achei que o motor era um pouco mais fraco do que os anteriores, mas nada como já ouvi por aqui que tem que pisar fundo para sair do lugar, que é horrível… exagero. O motor roda bem e atende perfeitamente.

Rodei normalmente e me senti muito confortável pela excelente posição de dirigir, câmbio automático bem escalonado com trocas suaves além da suspensão bem acertada. Realmente ela se mostrou suave na medida e forte o suficiente quando exigido (rodei em pista lisa e em outra bem detonada no trajeto que fiz, orientado pela vendedora.

Vai ver era para sentir mesmo a diferença de rodagem). Rigidez torcional realmente elevada! O carro se mostra mesmo muito robusto.

Como já estava de olho em SUV automática com central, avaliei a versão Longitude. Já vinha com o UConnect com comando de voz, mas era a de 5”. Utilizei o GPS do Renegade e não tive nenhuma dificuldade em segui-lo na tela de 5”, nem ao utilizar a câmera de ré. Muito bacana os paddle shifts!

Quem não concorda com o tempo programado da transmissão automática pode adiantar o engate ou reduzir. Como está à mão, fica fácil.

Preço de R$ 80.900,00 sem choro também e com apenas airbags frontais. O kit segurança sairia por mais R$ 3.600,00, que acrescenta airbag cortina, lateral, joelho e sensor de pressão dos pneus.

E por fim fui à Peugeot. De longe vi o 2008 Griffe AT e achei bem bonito, mas pequeno. A impressão de estar diante de uma revitalização da Escapade era grande. O interior do carro é muito bem feito também, mas não há emborrachado. Há muito do famigerado plástico duro com pintura que ajuda a disfarçar eventuais irregularidades.

Dos que eu avaliei era o mais completo. 6 airbags, central multimídia 7” (sem câmera de ré), paddle shifts, banco de couro, teto solar grande (não abre, mas a impressão é muito boa) e porta-malas pequeno também, porém no mesmo esquema do Renegade, praticamente retangular para melhor aproveitamento.

Só tinha a versão THP para test drive. O motor é mesmo demais! Para quem gosta de ficar arrancando, esse é o carro. Ele responde muito rápido e te empurra contra o banco mesmo! Mas depois de 10 minutos e meio tanque gasto, acredito que não faria mais essa brincadeira.

Já passei por isso quando tive meu primeiro carro potente. O carro roda macio, mas a sensação foi parecida com a que eu tive no HR-V.

O preço estava bem fora do que via na internet. 2008 Griffe AT por R$ 77.190,00. Questionei, pois, estava aguardando algo em torno de R$ 74.900,00 conforme divulgado pela própria Peugeot. Aí disseram que era o frete e a cor tinha que ser a vermelha e etc.

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AVALIAÇÃO DO USADO E DECISÃO

Avaliei a CR-V EX AWD 2007 para negociar:
FORD: R$ 29.000,00 / HONDA: R$ 33.000,00 / JEEP: R$ 30.000,00 / PEUGEOT: R$ 25.000,00

Desanimei demais… mas na Jeep acabaram por avaliar o meu Ka SE por R$ 35.000,00. Praticamente o que paguei nele 8 meses antes. Com boa avaliação do Ka, belo design do Renegade (eu gostei), conforto e conteúdo mais do que satisfatórios optei pelo Jeep Renegade Longitude.

SEMPRE HÁ UM PORÉM

Fechando o negócio, veio a questão: quando receberei o carro? Pelo menos 60 dias de espera…, mas por que tanto? Os modelos Sport MT até tinham pronta entrega, mas Sport AT tinha certa espera, enquanto Longitude e Trailhawk eram dúvida. Parece que a Jeep esperava maior demanda pelos básicos, mas ocorreu o contrário. Como eu não tinha pressa, aceitei.

Além disso, próximo de receber o carro, fui informado que o carro faturado “veio” com rodas aro 18” e que isso me custaria R$ 1800,00. Não concordei, discuti na concessionária e no final tivemos um acordo e as rodas ficaram no carro. Foi totalmente “empurrado”! Achei mancada da Jeep!

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IMPRESSÕES

Depois de 63 dias esperando, finalmente chegou! Recebi o belo Renegade Longitude vermelho no início de junho de 2015. Uso o carro para trabalhar e para o lazer, portanto saio com ele todos os dias e enfrento desde trafego intenso até ruas totalmente livres. Rodo praticamente 88 km por dia para trabalhar, onde 29 km são na cidade e 59 km na estrada.

O carro é extremamente confortável. A posição de dirigir é alta e o carro dá uma impressão de ser um tanque, pois é largo e tem-se a visão quase que completa do capô ao volante. Os bancos são confortáveis e o espaço para o motorista é amplo, assim como para o carona.

A visualização do painel é agradável e de fácil leitura. O computador de bordo tem múltiplas seleções e apresentações. Eu utilizo sempre a tela do consumo instantâneo para controlar a pisada.

Fiquei surpreso quando rodei com o carro à noite e percebi que os porta trecos das portas dianteiras são iluminados por LED, assim como o contorno do porta copos do console central. Fica bem bonito e nada exagerado. Sempre achei isso uma bobagem, mas confesso que até ajuda ter isso no carro, bem legal.

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A suspensão é bem macia em se tratando da rodagem na cidade. O carro se mostra ágil sem perder a estabilidade no “lane change”. A suspensão é mesmo bem acertada e também se apresenta robusta o suficiente pois até mesmo as pistas irregulares não incomodaram. Isolamento acústico muito bom, capricharam no veículo.

O apoio de braço central é ajustável para frente e para trás, bem parecido com o que havia em um Fusion que eu tive. Acho bem prático. A transmissão automática é bem escalonada.

As trocas de marcha são suaves, mas assim como todos os automáticos que tive, sempre rola uma indecisão do câmbio em determinada situação (geralmente quando está em cruise control na estrada e acaba pegando um trecho em declive), mas nada que incomode. É fácil contornar isso pressionando uma vez o paddle shift para subir uma marcha.

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PERFORMANCE E CONSUMO

Fiz uma viagem onde rodei 1.200 km com a família, indo de Salvador a Itapicuru (interior da Bahia), indo de lá para Aracaju e depois retornando a Salvador. Eu, esposa, filhão (bebê de 1 ano e 6 meses) sogra e sogro. (Eu 1,83m e 88kg, ela 1,67m e 52kg, sogra 1,66m e 53kg, sogro 1,75 e 120kg! além do meu garoto com 11kg.)

Fomos todos confortáveis. Eu e o sogro na frente, as meninas com o bebê atrás. Quando digo confortáveis, digo que houve espaço para todos sem ficar um subindo no outro. Teve área para os passageiros ficarem à vontade. Cinto de três pontos e ISOFIX nos bancos traseiros.

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Em estrada o comportamento foi bom, mesmo com o carro cheio. Para falar a verdade eu geralmente curto a viagem, ainda mais com o carro novo. Nunca quis ser o campeão de saída do farol e nem me arrisco em ultrapassagens, mesmo com carros muito potentes.

Claro que noto uma aceleração mais lenta para desenvolver velocidade, mas só em saída. Viajei em trechos de estrada duplicada e estrada de pista simples. Efetuei ultrapassagens normalmente, sem esgoelar o carro. O torque deste E.torQ EVO em alta rotação é bom, portanto em estrada ele se comporta como deve mesmo.

É uma lenda essa história de que o carro é muito amarrado e que não anda, etc. É um carro NORMAL, não é pra corridas. Saliento que eu faço ultrapassagens prudentes e só as efetuo com clareza plena de pista. Não arrisco a mim e muito menos minha família.

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Na Bahia se vê muitos acidentes fatais por causa de ultrapassagens irresponsáveis nas pistas simples, ainda mais em curva. Acredito que de tanto ver isso, tornei-me mais prudente do que sempre fui.

Toquei a viagem à média de 110 km/h com giro de 2500 rpm. Tirei um consumo de 11,8 km/l com gasolina, medindo no tanque. Achei muito bom, pois falaram tanto que teria que comprar um posto de gasolina para manter o carro… e não é bem assim.

Ao dirigir para o trabalho, uso o carro sozinho, em trecho misto de cidade e estrada tirando consumo médio de 12,5 km/l na gasolina. Já me aventurei no álcool e tirei média de 9,3 km/l (já rodei 1.100 km com álcool). Não notei nenhuma diferença de performance no caro ao mudar de combustível.

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Eu tenho estas médias de consumo utilizando o AC ligado 100% do tempo. Não gosto de andar com vidro aberto, por segurança e para me refrescar mesmo com AC neste calor do Nordeste.

ITENS GERAIS

Bem que eu gostaria que houvesse a ignição por botão, mas só está disponível no pacote tecnologia que custa um absurdo. Pelo menos vem com as duas chaves (original e reserva) canivete com comandos.

Há ajuste manual de altura do farol, e o comando do limpador de para-brisa é meio confuso. Mas dá para se acostumar fácil com o uso. Não há sensor de chuva e nem de farol, o que na minha opinião é supérfluo. Há quem goste e dê valor a isso, mas eu mesmo não ligo.

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A central multimídia conecta bem com IOS e Android. O comando de voz funcionou muito bem até então, só há confusão quando um contato da lista tem mais de um número registrado, coisa fácil de lidar. A câmera de ré funciona legal, mas não indica a distância do obstáculo.

Apresenta a imagem na tela de 5” e ao mesmo tempo um gráfico no computador de bordo no painel indicando nível de proximidade. Muito prático e fácil de usar. GPS Tomtom excelente, mas acredito estar um pouco defasado com o mapa atual de onde moro.

Mas até o Waze e demais GPS´s que já usei também tem desalinhamento quanto a isso, sem contar que a cidade está passando por obras constantes ultimamente. (Será que a extensão do metrô de Salvador sai do lugar, finalmente?)

No Longitude o ar condicionado é digital de duas zonas, com manuseio simples e intuitivo. Gela rápido.

O porta luvas é de bom tamanho também. Não costumo a carregar muita coisa além do manual do proprietário e caixa de óculos. Dá e sobra bastante. Qualquer coisa, embaixo do banco passageiro há espaço que pode carregar até um laptop se necessário.

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O porta trecos central abaixo do apoio de braço também tem um volume considerável, além de ter mais uma enterrada USB.

É mesmo um carro pesado por ser bem estruturado (não é à toa que tem 5 estrelas para ocupantes e criança), e não fez feio no uso diário. Controle de estabilidade e freio a disco nas quatro rodas fazem a diferença também.

A assistência rampa já me ajudou bastante ao estacionar nas ladeiras de Salvador. É bem gostoso passear com o carro. Acredito que quem já tem o Renegade partilha desta sensação.

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PONTOS NEGATIVOS

Além da empurrada das rodas aro 18” que eu não havia solicitado, tive um problema com o insulfilm.

Mas nem é o caso de considerar ponto negativo da Jeep, pois não é item opcional do carro. A instalação é terceirizada e foi malfeita a ponto de eu solicitar que trocassem tudo. Foi trocado e melhorou 100%.

Mas é chato pagar R$ 80.000 em um carro e o serviço solicitado dentro da concessionária ser ruim. Felizmente foi fácil e simples mostrar a situação na css e contorná-la. No geral, só tive esses pontos negativos com a aquisição.

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ENFIM…

Foi um texto longo, admito… Eu queria deixar claro que alguns pontos tão discutidos aqui nos comentários são na maioria das vezes oriundos do total desconhecimento ou “achismo”.
Estou bem contente com o Renegade.

Utilizo para trabalhar e para passear, todos os dias. Rodei 4.000 km até então e estou extremamente satisfeito. Acabamento legal, conforto nota 1000, performance e consumo não são excepcionais e estratosféricos, mas são normais e totalmente condizentes para a categoria.

Caso um dia eu estiver rodando por aí e tentarem me ultrapassar com Celtinha esgoelando o motor com janela aberta para poupar AC e potência, jogo para a faixa da direita e permaneço curtindo meu som no conforto do meu carro, com AC ligado, torque em baixa, na velocidade constante do cruise control respeitando limite da via.

É isso aí, pessoal! Estas informações são vindas de proprietário real do Jeep Renegade, espero que tenham sido úteis para um melhor conhecimento deste carro. Valeu!

Por Rodrigo Rodrigues

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.