Carro da semana, opinião de dono: Novo Citroen C3 2012

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Olá leitores, resolvi movimentar meus neurônios e fazer um breve relato sobre o ainda novato Citroen C3 aqui de casa. Meu nome é Filipe Lafuente, tenho 22 anos, sou publicitário e moro em Foz do Iguaçu, Paraná. Pra quem não sabe, é onde tem as Cataratas do Iguaçu.

A Saga

Desde 2009 tínhamos um Voyage 1.0 Trend completo, tirado zero da concessionária. Antes dele tivemos um Gol e alguns outros antecessores que fizeram parte dessa jornada.

Como aqui em casa andamos muito de carro, a maior parte do tempo em circuito urbano, a quilometragem sobe muito rápido e o carro desgasta na mesma velocidade. Por isso gostamos de trocar de carro em no máximo três anos.

Antes, porém, é bom esclarecer que aqui não existem todas as concessionárias disponíveis como em São Paulo ou outras cidades grandes. Então, modelos como os da Toyota e Nissan ficam praticamente fora das nossas escolhas.

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Primeiro estabelecemos, aqui em casa, que o foco de nossas buscas seria um compacto hatch. Uma vez que deixamos de viajar de carro há algum tempo, um porta-malas pequeno para o dia-a-dia estaria ótimo.

Começamos a pesquisar de verdade os possíveis pretendentes em agosto de 2012. Vimos o Picanto, Sandero, Fox, New Fiesta, pesquisamos certinho e aguardamos a chegada do Novo C3, Onix e HB20, para, então, termos um leque mais amplo de opções no segmento.

Quando o Novo C3 chegou fiz o test-drive, achei o carro o máximo, mas quando sentei e vi o preço com a vendedora ele logo saiu da lista, estavam cobrando um ágio absurdo. Por isso, foi o primeiro a ser descartado.

Fui pra Hyundai, curti muito o HB20 Premium automático, ele estava com o preço sugerido pela marca e chegaria com um prazo de um mês, na cor branca. Desilusão na hora que avaliaram o nosso parceiro Voyage, R$ 21 mil.

Achei uma sacanagem e também descartei o HB20 da lista. Sobrou-nos, desta lista, o Onix 1.4 LTZ, fiz tudo como de praxe, preços e prazos, tudo OK e voltei para casa, com o intuito de na segunda-feira fechar a compra.

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Mudança de planos

Mas na mesma sexta-feira, como se a vendedora da Citroën estivesse adivinhando, recebi uma ligação, dizendo que ela havia preparado algo muito bom para fechar a compra. Então na mesma sexta-feira eu e meus pais voltamos à Citroën.

E não é que a vendedora acertou? No mesmo dia fechamos o contrato, uma vez que já tínhamos pesquisado todas as marcas. Depois de muita conversa, o preço do C3 estava sendo o cobrado no site e o nosso carro foi avaliado na tabela FIPE.

Após uma reunião rápida com meus pais, com piscadas de olhos e mãos suando frio, na ansiedade de embarcar na bolha de vidro, assinamos os papéis. Pronto, agora já era.

O novo membro

O carro chegou no dia 12 de novembro de 2012. Só foi colocada a película escura, como opcional. A nossa compra foi bem racional, de acordo com nossos parâmetros e condições financeiras. Queríamos um hatch simpático e prático. Escolhemos o C3 Tendance, 1.5, na cor Rouge – essa cor me soa um pouco fresca. Que cor é seu carro? Rouge.

No geral o carro é muito agradável aos olhos. Nada de muito descabido, as linhas ornam entre si. A posição de dirigir é ótima, os ajustes do banco com os do volante (profundidade e altura) possibilita uma boa personalização de direção.

Falando em volante, ele é um destaque dentro do carro, com sua base achatada, diâmetro pequeno e boa empunhadura, agrada bastante. Pena que nessa versão ele perde os detalhes mais sofisticados encontrados na Exclusive.

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O painel com o velocímetro, conta-giros e computador de bordo é de bom gosto. Sua leitura fácil e clean não esbanja em charme nem em tecnologia, mas consegue dar um ar de sofisticação à cabine.

O console central, convenhamos, é bem simplório, principalmente os comandos de ar-condicionado. Não custava nada uns botões mais ajeitadinhos e cromados ou com imitação de aço escovado. Os botões do Gol conseguem ser mais bonitos que os do novo C3.

O mesmo vale para o som, é simples, mas funcional. O Bluetooth é muito prático, assim como o USB e entrada auxiliar. Ah, boa lembrança, o comando do som, localizado atrás do volante, na coluna de direção é fácil de acostumar.

Nada melhor do que uma semana treinando e muitas vezes ligando o limpador de para-brisa ao invés de aumentar o volume. Depois aprende e se torna muito legal.

O porta-luvas cabe luvas, capacetes, CD’s, outro C3, creio que ali poderia ser colocado até o estepe de tão extenso. Exageros à parte ele é enorme e refrigerado. Beneficio logrado pelo fato do painel ser bem grande.

Eu, com o cinto de segurança, no lado do motorista, não consigo alcançar no fundo do porta-luvas, qualidade que quase se torna um problema, a meu ver.

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O para-brisa Zenith, realmente, é o diferencial, tanto por fora, quanto por dentro. A visão realmente é espetacular. Principalmente, à noite ou em dias nublados, porque se pode andar com ele aberto sem problemas.

Nos dias de sol é só fechar e tudo está resolvido. Não tive problemas com excesso de calor nem barulhos na peça. Nessa parte o ponto negativo fica com a falta de espelhos. Achei uma sacanagem eles serem tirados.

Não sei os motivos, talvez ficariam pesados? Minha mãe sente falta, toda hora ela abre na esperança de encontrar algum espelho. Confesso que eu também sinto, ainda mais na hora de sair com uma gatinha, como faço pra ajeitar a juba?

Ainda na região do teto, não existem os apoios de mão, poxa, sei que esse item não é muito usado, ou quase nunca usado. Mas faz falta, minha mãe também reclama e, assim como os espelhinhos, costumeiramente ela corre as mãos na ânsia de encontrar os benditos apoios.

No lugar deles, na frente, existem dois pontos de luz, fracas por sinal, assemelham-se a duas velas acesas, sem exagero. Não adiantam quase nada. São mais de enfeite mesmo. Quem sabe pode ser solucionado colocando LED.

Em suma, quem vai na frente, vai bem, com amplo espaço para as pernas e cabeça. Mas atrás a coisa complica, ainda mais quando eu dirijo, com 1,84 m, o banco precisa ir todo pra trás e o passageiro que vai lá, sofre um bocado.

Mas, como os trajetos são curtos, não chega a ser uma tortura. A não ser pra sair e entrar. Mas nada que uma aula de malabarismos não resolva. Eu raspo a cabeça no teto, quando sento no banco de trás. Se eu usasse topete, estaria ferrado. O teto baixo, internamente, deve-se ao fato do forro ser mais grosso para a cobertura do para-brisa Zenith correr.

O porta-malas leva as compras de mercado numa boa e o essencial para o dia-a-dia. Os três apoios de cabeça e os cintos de três pontos são trunfos para o C3, ainda mais minha avó que sempre anda no meio.

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Problemas com o “Bolha de Vidro”

Depois de dois meses comecei a ouvir um barulho na porta do motorista. Parecia alguma peça solta. Por falta de tempo acabei adiando a visita à concessionária para sanar esse problema. Mais tarde o vidro do motorista começou a chiar quando descia ou subia. Por demorar tanto, esperei para levar quando fizesse a revisão dos 10.000 km.

Semana passada ela foi feita. O barulho era uma peça solta na porta e o vidro chiando era falta de lubrificação. O preço da revisão foi o mesmo tabelado pela marca, 4 x de R$ 80 e alguma coisa. Já esperava por isso.

Mas antes de ser feita, o responsável pelo setor quis me passar uma série de outros serviços, que pasmem, chegaria a incríveis R$ 900. Não aceitei e fiz o básico e essencial, o resto era balela.

Mas, no final do dia veio uma triste constatação, tinha pedido para que verificassem a marcha, que estava dando uns “sopros”, em especial da terceira pra quarta, como se estivesse queimando embreagem.

Foi constatado um problema de fábrica e um vazamento em alguma peça na caixa de marchas. Tenho que deixar o carro na concessionária por 10 dias, mas ainda estamos resolvendo o assunto do carro reserva, esperamos chegar num acordo com a gerente.

Pois, aqui em casa é impossível ficar sem carro tanto tempo assim. Lembrando que esse problema será coberto pela garantia, que é de três anos.

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Aspectos Gerais

A suspensão é macia em pisos regulares de asfalto bom. Mas quando passa num buraco, o soco é forte e seco. Em pisos de pedra ou irregulares as peças de plástico internas tendem a fazer barulho, incomodando um pouco.

Uma coisa chata é que o carro, quando ligado, não pode ficar com as luzes totalmente apagadas, pois não tem como desligar os faróis de LED. A não ser que sejam ligadas as luzes normais. Ou seja, jamais poderei espionar alguém com o carro ligado. No mais os LEDs ajudam muito no visual e na visualização.

As lanternas traseiras não acendem naquela parte estendida até o porta-malas. Mais um item de estética, sem nenhuma funcionalidade. Elas poderiam ser utilizadas como lanternas de neblina.

Outro deslize é a falta de porta-objetos. Eles são quase inexistentes. Não há um lugar adequado para colocar garrafinhas de água. O console central, atrás do freio de mão, não permite que a garrafinha se encaixe. E um vão embaixo do comando de pisca-alerta não é nada funcional. Qualquer objeto colocado lá cai facilmente.

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O consumo na cidade mantém uma média de 9.5 km/l. Às vezes oscila para 9 km/l ou 10 km/l. O carro, geralmente, anda com três pessoas dentro e com o ar ligado. Considero esse consumo bom, os trajetos que costumo fazer possuem muitas subidas.

Um detalhe que acho legal frisar é que a iluminação dos vidros nas quatro portas, assim como o painel, permanece sempre acesa, quando o carro está ligado.

Quando o cinto do motorista não está acoplado o painel avisa e um sinal sonoro também. O computador de bordo mostra se as portas estão abertas, mas não mostra qual delas. O que é ruim, porque você precisa descobrir qual porta que é.

Por possuir cinco saídas de ar, o sistema de ar-condicionado se torna muito barulhento, porém, gela bem rápido. Como tinha dito antes, o porta-luvas é refrigerado, só dá uma geladinha básica, mas minha mãe morre de medo que alguma coisa congele lá dentro.

Outro deslize é o carro não ter alarme nem subida automática dos vidros quando trava na chave. Coisinha simples de vir já de fábrica hoje em dia num carro desse preço e com essa proposta “Premium”.

No mais, aqui em casa estamos contentes com o carrinho, menos minha avó, que, às vezes, se esquece de que trocamos de carro e ainda procura o saudoso VW Voyage na garagem.

Por Filipe Lafuente

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X