Carro da semana, opinião de dono: VW Polo GT 2009/2010

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Olá! Sou proprietário de um Polo GT 2009 / 2010 desde novembro de 2009. Nesse meio tempo já rodei aproximadamente 30.000 quilômetros com o carro.

Antes do carro, sua compra e entrega

Meu carro anterior era um Gol 1.0 2p 2005 pelado. Decidi trocar pois não o considerava seguro. A maior exigência, portanto, era ter ABS e airbag. Cogitei os seguintes carros: Gol G5, Punto, Polo ou Focus Hatch. Na época não pensei no Sandero, hoje seria uma opção interessante.

O Gol G5 caiu fora porque com airbag e ABS ia para mais de R$45.000,00. Do Focus desisti devido ao péssimo atendimento e falta de carros para entrega, além do flex que estava para chegar, descontinuando a versão / motorização a gasolina.

Entre Polo e Punto, em configurações similares, a diferença chegava a quase R$10.000 a mais para o Punto! Comprei prata pois acho que cai muito bem no carro e além disso tinha pronta entrega. Após negociação, o preço do carro ficou em R$51.000,00 com as coisas de sempre (protetor de cárter, insufilm de boa qualidade e bem colocado e tapetes). Deram 17.000 no meu Gol. Na entrega do carro me foi explicado todos os detalhes, como configurar Bluetooth, etc.

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O carro em si – motorização, equipamentos e acabamento

O motor é o velho 2.0 de 120 cv bem conhecido e bem criticado também. Este motor tem cavalaria muito baixa para um 2.0 atual, com torque bom porém não excepcional, e só não faz feio porque trabalha perfeitamente com o câmbio, este sim excelente.

A lista de equipamentos desta versão é grande, e quase todos são de série: Airbag duplo, ABS, teto solar, direção eletro-hidráulica, rádio no painel com bluetooth, entrada USB e para cartão, I-system, AC digital, controle de cruzeiro (na alavanca da seta), temporizador do limpador do para-brisa e freio a disco nas quatro rodas.

Tem ainda roda 15″ liga-leve, ajuste de altura do banco, de profundidade e altura do volante, faróis de neblina, luzes no teto para os passageiros de trás, função “coming / leaving home”, além dos básicos vidros elétricos nas quatro e controle elétrico dos retrovisores, que aliás tem função tilt-down.

Comprei com teto solar, não aumentava muito o preço, e ele é muito gostoso de usar, tanto aberto por inteiro como só levantado atrás (basculado). Erro feio da VW: o volante não é multifuncional. Aliás, o volante não é o do Passat CC, como virou regra na marca. Não faço questão do volante do Passat, mas sinto falta dos comandos no volante.

O acabamento é muito bom. Tem tecido nas portas, não tem rebarbas, é tudo muito bem encaixado e bem feito. Não tem “luxo”, mas não tem serviço porco. Ruim apenas o porta-luvas, pequeno. Para os passageiros de trás traz também vidro elétrico, acabamento com tecido na porta e luz de leitura, além de porta-revista no encosto.

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Esportivo ou esportivado? Sobre a versão “GT”

Versões esportivas ou esportivadas são sempre polêmicas. Se versão esportiva for aquela que tem alteração mecânica, o Polo GT é versão esportiva, pois o motor 2,0 é exclusivo desta versão do hatch.

Porém, ao mesmo tempo, sabemos das limitações deste motor. Assim, o Polo GT anda mais que o Polo normal, mas menos que carros mais bravos. Mas também custa menos que estes carros: basta comparar o preço com o Punto T-Jet.

Os detalhes estéticos da versão GT são discretos e, para mim, de bom gosto: a grade colmeia preta com friso vermelho, bancos especiais com uma malha perfurada que segura bem o corpo, aerofólio preto, escapamento duplo (funcional), “GT” escrito na soleira da porta, volante e alavanca do câmbio.

Uma coisa chata é que muita gente pinta a “boca preta” na grade dos Polos normais, banalizando um pouco o visual. Mas até aí, o Polo GT banalizou o visual do GTI. Além disso a VW errou ao botar as mesmas rodas do Polo GT em versões do Fox. Depois acabou mudando as rodas do GT. E, falando em rodas, a medida de 15” pode parecer pequena, mas acho adequadas.

O painel é tipicamente germânico: racional, eficiente e funcional. Eu gosto, tem quem ache sem graça. Como o carro está há muito tempo sem alterações, muita gente vai te perguntar de que ano é o carro, mesmo ele sendo zero. Eu não ligo, mas tem quem fique doído.

Resumindo: a escolha pelo GT se justifica se você quer um Polo, mas acha o 1.6 muito fraco e gosta de um visual um pouco mais esportivo, sem grandes excessos. Se você gosta de um foco mais forte no desempenho, terá opções melhores em outros carros.

Rodando com o carro – desempenho, consumo e vivência a bordo

Pois bem, é hora de botar a chave no contato e dar a partida. Quer dizer, tentar, porque meu carro apresenta muitas vezes problemas para pegar de primeira. Ok, só dar a partida pela segunda vez e pega fácil, mas é chato este detalhe, que parece de carro velho e não foi consertado nas três revisões que já fiz.

A primeira coisa que se nota é a diferença entre direção hidráulica e eletro-hidráulica, esta muito, mas muito melhor. Eu noto claramente porque minha mãe tem um Polo normal. Está sempre no peso certo, sem ser molenga nem dura demais.

Aliás, o Polo vai muito bem de curva, muito estável, dá para abusar que estabilidade tem de sobra, e isso torna bem gostoso e divertido dirigir. Pode exigir dele em curvas sem medo.
O motor cumpre sua tarefa de forma satisfatória para uso normal do carro.

Até para dar umas esticadinhas, ele leva bem. Na Bandeirantes, por exemplo, se você descuidar está a 140 km/h facilmente, e nisso o controle de cruzeiro ajuda muito. O torque está sempre presente, e quando pisa ele responde na hora, mesmo na quinta a 120km/h – muito bom para ultrapassagens.

Mas tudo isso com ar-condicionado desligado. Ligado, você sente a diferença. Não chega a prejudicar, pois consegue manter as mesmas velocidades sem problemas, mas perde as respostas imediatas, aquele “salto” que o carro dá, ou seja, prejudica mais o “torque” que a “potência”.

E quanto bebe? Todos os dados abaixo são com A/C desligado, e com gasolina, pois no álcool o consumo cai quase que pela metade, e o tanque não dura nada. Na Bandeirantes, que é mais ou menos plana, mantendo velocidade constante de 120km/h, faz entre 14 e 15km/l. Se mantiver entre 100 – 110km/h, o que normalmente faço, o consumo já vai para 16 ou 17km/l.

Na cidade, com trânsito fluído, fica entre 8 e 10km/l. Com trânsito pesado, ou seja, congestionamento e anda-e-para, entre 5 e 7km/l. Com o A/C ligado, este valores caem em média 1km/l.

Aliás, o AC gela rápido e bem e é fácil de operar, mostrando temperatura interna e externa e tendo modo “automático”, muito útil e prático. Neste modo você determina que temperatura quer e ele faz tudo sozinho. Muito bom. As saídas de ar quadradas viraram raridade, mas eu gosto muito.

O I-system, o computador de bordo, é excelente. Visor grande com as seguintes funções, a maioria com duas posições (atual e histórico):

– consumo instantâneo (km/l)
– média de consumo (km/l) (2 posições)
– autonomia
– distância percorrida (2 posições)
– tempo dirigido (2 posições)
– velocidade média (2 posições)

O Polo tem uma “bandeja” muito útil sob o painel. Cabe bem um óculos, por exemplo. De resto são poucos porta-objetos. O som do carro é bom, embora um pouco abafado. Conta com bluetooth (fácil de configurar), tem entrada USB no painel, além de entrada para cartão miniSD e, claro, CD-mp3.

Uma coisa idiota é que o farol de neblina só liga junto com o farol, o que é errado pois, com neblina, deve-se justamente usar farol de neblina e farolete. A gambiarra que faço é acionar o farol, ligar o neblina (puxando o botão), e daí forçar o botão de volta para a posição de farolete mantendo-o levantado. Funciona e nunca quebrou! rs

Meu carro em particular veio com um “brinde” de fábrica, ele consome óleo, mais ou menos meio litro de 5w40 a cada 5.000km, o que acho muito. Porém todos até agora, tanto da VW como oficinas independentes, dizem ser normal.

Não fuma nem vaza, e passa na Inspeção veicular. Só acho importante dizer que converso com outros donos que não observam este problema, ou seja, é algo restrito ao meu motor.

Revisões e manutenção…

O Polo tem fama de manutenção cara. Eu até hoje fiz todas as revisões em Concessionárias, e paguei uma média entre R$250,00 a R$400,00, a cada 10.000km ou um ano, sendo que nas primeiras duas não paga mão-de-obra.

O principal é evitar a empurroterapia, pois os primeiros orçamentos sempre passam dos mil reais, e verificar no site da VW o preço sugerido. Eu sempre pesquiso preço da revisão e a diferença de preço chega a mais de 100%!

O óleo custa uns R$30,00 o litro do recomendado pela VW. Até hoje nunca tive problema com manutenção, todas as peças que precisei tinham para pronta-entrega, como uma roda que precisei trocar. O modelo e motor velho tem pelo menos esta vantagem… Agora, devo dizer que as concessionárias VW são horríveis. O custo é alto e o serviço é fraco.

Fidelidade? Próxima compra?

Se tivesse que trocar de carro hoje, dificilmente optaria por outro Polo. Por um lado ele vai mudar e aparentemente para pior (Polo Vivo). Isso é uma pena, pois é um bom projeto que merecia andar para a frente, não para trás. Além disso, tanto o motor 2,0 como o 1,6 dão conta do recado, mas a concorrência apertou e acho que hoje tem muitas opções melhores.

Vamos encarar a verdade: de 2009 para 2011 o mercado mudou MUITO. Só para dar um exemplo, quem pede ABS e air-bag não é mais visto como um ET. Agora, se o mercado mudou, a VWB não. E vai perder muitos clientes por isso.

Concluindo…

O Polo GT é um carro bem equilibrado, com projeto bem resolvido. Agrada pelo conjunto da obra. Para mim, naquele momento, caiu como uma luva, pois embora não fosse o melhor em nada, com certeza era no mínimo razoável em tudo, sendo ótimo em muitos aspectos, inclusive… O custo x benefício.

Bom, é isso, quem tiver alguma dúvida pode perguntar pelos comentários que vou respondendo.

Agradeço ao NA pela oportunidade de dividir com vocês minhas impressões sobre este carro.

Por Corsário Viajante – Fotos Renato Rea

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.