Carro da semana, opinião do dono: Peugeot 3008 2012

A Escolha

Meu primeiro carro foi um Corsa Classic 2004 adquirido com 2 anos de uso. Aos 26 anos e com orçamento bem apertado, um sedã compacto, econômico e de manutenção barata, e ainda completo, era uma escolha racional.

Meu segundo veículo foi um Polo Sedan 2007/08. Comprado seminovo em 2009, era um passo e tanto para alguém saindo de um compacto popular. Particularmente, ainda hoje vejo o Polo como sendo um dos melhores produtos de sua categoria – essa de sedãs compactos premium.

Em meados de 2010, parti para meu primeiro – e talvez o último – carro 0 km. Havia me apaixonado pelo Novo Fox, recém-lançado.

Como ainda não tinha filhos, me permiti curtir um hatch compacto. Era o modelo Prime 1.6 mecânico, o mais completo possível na época. Só não tinha o teto solar. Vermelho, logo virou sensação. Motor valente e econômico como nenhum outro carro que tive.

Fazia média superior a 12km/l na cidade e próxima dos 16 km/ l na estrada. Em termos de produto, era inferior ao meu carro anterior, mas me agradava muito. Era meu primeiro hatch e a sensação de jovialidade era boa.

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Dois anos depois, comprei um Focus 2.0 Automático 2012 com apenas 4.000 km rodados. O carro era de uma senhora idosa, cujo esposo e filhos estavam colocando pressão para que ela parasse de dirigir. Me recordo que o carro cheirava 0 km. Ainda havia plásticos no banco traseiro e ainda aquelas películas no painel e no som.

De novo, era um upgrade e tanto, comparado ao carro anterior. Excelente carro. Faltava fôlego no entanto, um aspecto negativo em função do câmbio de apenas 4 velocidades. Mas entregava estilo, conforto e prazer de dirigir.

Após uma temporada fora e já tendo me desfeito do Focus, retornei ao Brasil e agora precisava de um carro que unisse uma série de requisitos. Aos 35 anos, casado e com uma filha recém-nascida, parti atrás de um carro que teria que servir bem a minha família.

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Deveria ser o mais completo possível, que fosse funcional ao propósito de oferecer conforto a todos e também praticidade no dia a dia. Relevantes itens de segurança, um motor que garantisse bom desempenho e, se possível, também econômico. Estes eram requisitos para um modelo que se encaixasse também dentro do valor máximo que eu estaria disposto a pagar – R$ 50 mil.

Foi aí que encontrei o Peugeot 3008. Um modelo 2012 com apenas 25.000 km rodados, com seu motor 1.6 THP, parecia ideal. Após um test drive e uma boa dose de negociação, fechei a compra.

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Exterior

De design controverso, o modelo chama a atenção por onde passa. Apesar de já ter sofrido um facelift em meados de 2014, há quem o confunda com um modelo recém-lançado, o que se justifica pela característica exclusiva de um modelo cujo volume de vendas é irrisório.

Destaca-se a ampla grade frontal, os marcantes vincos nas laterais, sobretudo nos para-lamas, que o deixam com uma aparência robusta.

O conjunto óptico dianteiro imprime a identidade da marca enquanto o traseiro destoa do aspecto imponente do carro, deixando a parte de trás do veículo um tanto quanto simplória, na minha opinião, apesar do desenho das lanternas que remete a um bumerangue. Rodas de liga leve aro 17 calçadas em pneus 225/ 50, conferem um arrojo ao desenho.

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Interior

Painel soft touch, console central em cinza brilhante, encaixes precisos e sem rebarbas garantem um acabamento primoroso ao modelo.

Completo em todos os itens de conforto, destaca-se o controle do ar condicionado digital de duas zonas que é bastante intuitivo, o cluster de desenho e disposição dos instrumentos clássicos e o HUD – Head up display – muito útil principalmente em rodovias onde se precisa atentar para a velocidade máxima permitida na via. Não ter que desviar o olhar para o painel ajuda bastante.

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Outro detalhe interessante e que ajuda a harmonizar o desenho do console central é o freio de estacionamento eletrônico. Aliás, embora painel e console tenham um design bonito, destoam um pouco os controles de áudio e o computador de bordo, presentes na linha Peugeot desde que o primeiro 307 desembarcou por aqui, em 2003.

Além de oferecer amplo espaço interno para todos os ocupantes, o 3008 oferece um excelente porta-malas, que pode ser modulado em 3 níveis de altura, possibilitando dividir o compartimento em duas partes. O volume total é de aproximadamente 500l, sem rebaixar os bancos.

Há vários porta-trecos no interior do carro também. No compartimento abaixo do apoio de braço central é possível acomodar 4 garrafas de 1.5l de água ou até 10 latinhas de refrigerante.

Refrigerado, faz as vezes de um frigobar para viagens mais longas, pois mantêm as bebidas suficientemente frescas para consumo durante o trajeto. Sob o plano assoalho traseiro, há duas portinholas onde se pode guardar outras pequenas bugigangas.

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Desempenho

É sem dúvida a melhor característica do carro. Equipado com o moderno motor 1.6 THP, desenvolvido em parceria com a BMW e que entrega 165 cv de potência e torque de 24,5 kgfm a meros 1.400 rpm, o Peugeot responde bem ao comando do acelerador, com folego suficiente para garantir ultrapassagens seguras em rodovias e agilidade no trânsito do dia a dia, a despeito de seus quase 1.600 Kg.

Embora forte, o motor se mostra econômico na maioria das situações. Na cidade, tenho feito médias superiores a 9.5km/l, sempre com ar ligado e com algum trânsito. Em viagens, já cheguei a registrar bons 16 km/l nas estradas, sempre observando a máxima de 110 km/h.

O câmbio automático de 6 velocidades casa perfeitamente como o motor. Muito bem escalonado, as trocas são sempre precisas e, mesmo nas reduzidas, são imperceptíveis.

Segurança

Outro ponto forte do carro. ABS, EBD, ARR, ESP, Hill Assist, ISOFIX e 6 airbags conferem ao carro nota máxima (05 estrelas) no Euro NCAP para adultos e crianças. O controle de estabilidade, que mesmo desativado para partidas, é invasivo, já atua automaticamente a partir dos 50 km/h.

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Pontos Positivos

Funcionalidade, design, conforto, comportamento dinâmico e segurança ativa e passiva. Relação custo-benefício quando seminovo. Atualmente é possível encontrar modelos 2012 e/ou 2013 pouco rodados e bem cuidados entre R$ 45.000 e R$ 55.000, completos. Nenhum carro 0 km nessa faixa de preço oferece o que esse carro proporciona.

Pontos Negativos

Manutenção preventiva requer atenção. Ha relatos, no mundo inteiro, não apenas no Brasil, de carbonização precoce do motor, principalmente nas versões fabricadas entre 2010 e 2011. Troca de óleo dentro do prazo e especificação recomendados, uso de gasolina de qualidade, preferencialmente aditivada e/ou premium, ajudam a prevenir.

Qualquer reparo nesse sentido é bastante oneroso.

A rede Peugeot deixa a desejar em vários aspectos, principalmente no pós-venda. Isso sempre implica num alto índice de desvalorização, ainda que o produto seja excelente.

Resumo

Estou bastante satisfeito com o carro. Ele conseguiu atender as minhas expectativas em termos de produto. Pretendo ficar com ele pelo menos 4 anos e, se não aparecer outro candidato, trocar por um modelo mais novo.

Agradecimentos ao Augusto Lino.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X