Carro morre em marcha lenta: dicas de manutenção

carro morrendo

Qual é a causa para um carro morrer em marcha lenta?

Olá, pessoal. Prosseguindo com a coluna Dicas de Manutenção, vou falar sobre um Volkswagen Gol Power 1.0 16V 2002 com sistema de injeção Magnetti Marelli 4 LBV que morre ao permanecer em marcha lenta.

O problema sempre acontecia ao parar o veículo com o motor em funcionamento. A rotação diminuía e depois o carro morria, e isso acontecia de maneira intermitente.

Além disso, o consumo do veículo era muito alto.

Carro morre em marcha lenta – análise para descobrir o defeito

Para verificar o que estava acontecendo, foi feita a leitura do sistema de injeção eletrônica com o aparelho, mas a leitura não apresentou nenhuma avaria. Ao olhar as velas, foi constatado que estavam carbonizadas, resultado de má queima do combustível.

Foram substituídas, mas o defeito continuou pois as velas eram a consequência do defeito, e não a causa.

Foi verificado o sensor de rotação, e percebeu-se que a rotação falhava em certos momentos. O teste comprovou que os pinos 2 e 3 do sensor tinham ausência de sinal, o que motivou o funcionamento irregular do motor, pois o sinal serve de guia para o sistema, apontando qual dos bicos injetores devem liberar a mistura ar/combustível.

A causa do problema

Então descobrimos que o problema era realmente o sensor de rotação. Após a substituição do sensor de rotação o veículo não apresentou mais falhas, e a autonomia do veículo melhorou consideravelmente.

Se este problema estiver acontecendo no seu carro com injeção eletrônica, vale a pena pedir para seu mecânico verificar o sensor de rotação. Se o carro tiver carburador, uma análise completa deverá ser feita para descobrir o problema, que muitas vezes está no próprio carburador.

Outras causas

O exemplo acima é de um caso em específico, mas ilustra bem o que geralmente pode acontecer com um carro funcionando em marcha lenta. Porém, existem diversas outras causas que podem influenciar no funcionamento do motor e provocar o desligamento do mesmo.

Sensores, módulos e atuadores podem apresentar falhas, ao mesmo tempo em que bomba de combustível, filtro de combustível, sensor de marcha lenta, coletor de admissão e entrada de ar falsa.

Bomba

Um dos primeiros suspeitos no caso de desligamento do motor em marcha lenta é a falta de combustível, se o veículo não tem histórico de problemas nesse caso.

Alguns carros apresentam erros no marcador de combustível, tanto analógico quanto digital. Por isso, quando acender a luz da reserva, não demore em reabastecer o veículo, a fim de evitar mais dor de cabeça e também multa, se estiver transitando e, o carro parado no farol ou congestionamento, tiver pane seca.

Nesse mesmo sentido, se o tanque está cheio ou possui combustível suficiente, outra causa para a “morte” momentânea do motor pode ser a bomba de combustível.

Quando se roda por muito tempo na reserva ou se tem costume de sempre estar com o nível muito baixo, a bomba de combustível pode acabar falhando pela sucção de impurezas do combustível depositadas no fundo do tanque, que naturalmente serão aspiradas pelo dispositivo, embora ele possua um filtro para evitar isso.

Mesmo assim, o excesso de sujeira pode mesmo afetar o desempenho da bomba.

Mas nem tudo é sujeira. A bomba de combustível pode apresentar falhas próprias, tanto de origem elétrica quanto mecânica, ocasionada por desgaste excessivo ou prematuro.

Nesse caso, o fornecimento de combustível será afetado, podendo assim provocar falhas e desligamento do motor durante a marcha lenta. Muitos comunicados de recall são referentes a problemas na bomba de combustível, incluindo até vazamentos com risco de incêndio.

Filtro

Mas de volta à sujeira do combustível, esta geralmente também passa pela bomba de combustível quando em quantidade menor ou partículas muito pequenas, que acabam se depositando no filtro de combustível.

Por conta disso, esse item precisa ser sempre trocado de acordo com o manual de revisão do veículo, evitando assim problemas graves no fornecimento de combustível, pois um entupimento interrompe o fluxo e acaba fazendo o motor morrer.

Cada modelo ou marca possui um período específico para troca do componente, que é barato.

Sensor de marcha lenta

Como descrito no relato acima, o sensor de marcha lenta é o principal vilão por fazer o motor morrer nessa condição de funcionamento, onde o propulsor está trabalhando em seu nível mínimo de rotação adequada, que varia de carro para carro e até mesmo de combustível.

A coisa toda começa pelo TPS, que envia dados para o módulo da injeção e este, por sua vez, comanda a ação do atuador de marcha lenta.

Mas o que é o sensor TPS? Trata-se do dispositivo que mede e controla a posição da borboleta, que é ligada diretamente – de forma eletrônica ou mecânica – ao pedal do acelerador.

Assim, conforme sua posição, este sensor sabe o quanto de aceleração o motorista está exigindo do motor. Isso é interpretado pelo módulo ou ECU do motor, que então faz cálculos em milésimos de segundo para determinar o quanto de potência está sendo exigida e alterar avanço da ignição, tempo de injeção de combustível e o volume do mesmo, entre outros.

Assim, quando há um defeito no TPS, não só a informação da posição da borboleta é errada, mas em consequência, o módulo recebe informações que não condizem com a realidade e pode enviar comandos errados para o atuador de marcha lenta e para o sistema de injeção de combustível.

Isso faz com que ele seja simplesmente cortado em caso de falhas, evitando assim danos maiores ao propulsor e meio ambiente.

Ignição e injeção

Outro ponto que pode apresentar falhas no funcionamento e fazer o motor morrer é o sistema de ignição com defeito ou desregulado. Nesse caso, o motor pode estar com o tempo de ignição adiantado ou atrasado.

No primeiro caso, o motor apresentará rotação elevada, com fornecimento de potência de forma abrupta e irregular, podendo ainda apresentar falhas e falta de força.

No segundo caso, a rotação fica muito baixa e há demora na resposta do motor ao acelerador. Isso também pode ajudar a fazer o motor morrer em saídas, quando se exige algo a mais do motor.

O próprio módulo de injeção pode apresentar falhas graves e alterar ou bloquear a injeção de combustível, provocando o desligamento do motor. A imprecisão nos dados faz com que sistemas de proteção acabem desligando o motor, a fim de evitar danos maiores.

Uma das causas para esta falha é o aterramento de sensores, falta de tensão nos dispositivos ou mesmo alta tensão, que pode danificar muitos componentes eletroeletrônicos.

O mesmo em relação a interruptores e sensores, estes últimos colocados nos pedais de acelerador, freio e embreagem, a fim de obter informações em tempo real sobre as intenções do motorista durante a condução.

Erros de interpretação de posição podem levar a alteração na rotação do motor em marcha lenta e falhas que podem resultar em desligamento.

Também falhas estruturais no motor, especialmente geradas por pistões e bielas com funcionamento irregular, podem alterar os resultados obtidos pelo sensor de rotação e assim passar falsas informações ao sistema.

Entrada de ar falsa

Nesse caso, pode-se ter três origens para o problema, que também pode fazer o motor morrer. A primeira é o sensor MAF, o sensor de fluxo de ar que mede a vazão de ar admitido para que haja a mistura ar-combustível que será injetada na câmara de combustão, para que ocorra a ignição por meio de centelha.

Falhas nesse sensor permitem que informações erradas sejam enviadas ao módulo do motor, que assim modificará o atuador de marcha lenta de forma errada e até o sensor TPS acabará posicionando a borboleta de forma errada, ocasionando falhas e até o desligamento do propulsor.

Outro componente que pode ocasionar entrada falsa de ar é o coletor de admissão com junta de vedação queimada. Isso é devido ao aquecimento excessivo do motor, provocado por diversos motivos que não estão ligados diretamente ao tema desta matéria.

Com essa junta queimada, haverá passagem de ar exterior para dentro da câmara de combustão, aumentando a quantidade de ar na mistura de forma exponencial, o que ocasionará falhas e fará o motor morrer. A troca do item pode custar caro, dependendo do motor, apesar de que a junta em cima não tem custo tão elevado.

Uma terceira origem de entrada de ar falsa é a mangueira do hidrovácuo do servo freio. Trata-se de um dispositivo mecânico que reduz a força exigida no pedal de freio em seu acionamento.

A pressão admitida por este para seu funcionamento é obtida com o funcionamento do motor. Se esta mangueira estiver furada ou algum componente de seu encaixe estiver danificado, a perda de pressão irá alterar o funcionamento do motor através de sua rotação e isso acabará gerando falhas no funcionamento e desligamento do mesmo.

Veja também: Cheiro e vestígio de óleo no escapamento

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.