Kasinski Comet 150: avaliação completa (em detalhes)

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Desde o fim da Seta 125 a Kasinski estava devendo uma moto street 125/150 para concorrer no segmento mais importante do país.

Focada nos modelos de nicho, como esportivas e scooters, a marca da CR Zongshen voltou a concorrer com as fortes Honda CG e Yamaha YBR, líderes do segmento.

E a moto escolhida para a batalha chama-se Comet 150, que estava em desenvolvimento há um bom tempo, e chega ao mercado agora em 2011.

A nova moto foi desenvolvida para o Brasil com ajuda de brasileiros. Ao contrário de muitos produtos sino-brasileiros, que chegam ao nosso mercado sem que tenham recebido adaptações mais profundas, a Comet foi pensada para o nosso país.

Pelo resultado, nota-se que não foi um trabalho fácil. Segundo a Kasinski, a moto foi mostrada ao público em Maio e permaneceu em desenvolvimento antes de ser finalmente lançada.

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A escolha do nome Comet levou em consideração o sucesso das esportivas fabricadas pela Hyosung, bastante conhecidas do público.

Pegando carona nas famosas motos de 250 e 650 cilindradas, a 150 quer passar uma imagem de street diferenciada e esportiva, mesmo que não reúna predicados para ser considerada uma.

Mas não é isso ela que quer; ela quer apenas cumprir com desenvoltura o serviço diário e ser diferente.

O desenho da Comet 150 é bem eclético, já que não recorreu a soluções estéticas de gosto discutível. Com traços bem marcantes, com certeza agradará a maioria. Fugiu do lugar-comum ao adotar uma parte frontal diferenciada, com farol bem desenhado.

Aliás, essa foi uma das peças mais bem elaboradas da Comet e até recebeu um nome espacial: Space LED. Com lente lista e refletor de superfície complexa, o farol possui 20 leds que fazem o papel de luz diurna e dão um aspecto único.

O painel digital com conta-giros analógico é mais bonito que os das Comets maiores. O tanque tem formato funcional e abaixo dele há uma peça que lembra um radiador e acomoda as duas buzinas. O motor é completamente preto, como o escapamento.

O bagageiro emborrachado serve de apoio a quem vai como passageiro e a rabeta é um pouco larga, mas acomoda bem a placa de licença. As rodas de cor prata com raios curvos não seguem a tendência de rodas escuras com raios retos, mas combinam com o restante.

A soma de tudo dá um resultado agradável e bonito.

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O propulsor monocilíndrico refrigerado a ar já utilizado na Mirage 150 recebeu mudanças sutis para adequar-se à nova moto. Com 149,4 cm³, ele gera 12,9 cv a 8.000 rpm e 1,24 kgf.m a 6.000 rpm (13,4 cv e 1,34 kgf.m na custom).

O motor move o conjunto com desenvoltura, mas tem funcionamento áspero e vibra muito, sobretudo acima das 7.000 rpm indicadas no painel. Um eixo balanceiro ajudaria a minimizar o problema e não tiraria tanto o prazer do condutor e do passageiro, que recebem a vibração pelos pedais e ouvem algumas peças trepidando.

Já o câmbio mostrou funcionamento correto, sem dificultar o Neutro quando com o motor aquecido (como acontecia com algumas Kasinskis), mas a alavanca de mudança poderia ser mais curta.

As suspensões seguem a receita mais comum, com braços telescópicos na dianteira e balança bi-amortecida com regulagem de pré-carga na traseira. O acerto da dianteira ficou bom, mas a traseira ficou muito rígida, mesmo quando se transporta passageiro ou carga.

As rodas de liga leve com cinco raios recebem pneus com câmara de marcas chinesas distintas, Cheng Shin 2.75 18 42P à frente e CST 90/90 18 51P atrás. Com desenhos antiquados, são péssimos no asfalto e comprometem a segurança em situações de risco.

O dianteiro, com riscas longitudinais, até que vai bem, mas o traseiro tende a deslizar e gritar com extrema facilidade, pois sua área que fica em contato com o solo é lisa e estreita.

Como foi dito, o problema está no desenho e não no composto da borracha, que parece ser de qualidade.

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O acabamento denota certa atenção na fabricação e na montagem. Contudo, poderia haver batente para o acelerador, que pode ser girado para frente e ter o cabo desencaixado.

Outros senões vão para o banco com emenda, que faz reter água, para as peças que produzem incômodo ruído (culpa do motor), para o guidão largo e para o apoio lateral (tripé) com mola por trás, que dificulta o acesso do pé.

Muito bom ficou o cavalete central de uso facilitado (que não funciona para a troca de pneu dianteiro, porém), o apoio emborrachado para passageiro e o farol, que não depende da aceleração e é muito eficiente.

Os comandos do punho estão bem acessíveis aos polegares e têm botões corretos, com interruptor tipo balancim para o comutador do farol. O quadro de instrumentos tem iluminação discreta (em azul) e não prejudica a visão periférica.

Nele há as funções básicas, além de mais marcador de combustível, hodômetro parcial e indicador de marcha.

O tanque apóia as coxas e o banco tem densidade e formato perfeitos. As duas buzinas até assustam os pedestres, de tão potentes que são.

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Como anda

Para dar partida é possível escolher entre o botão e a alavanca. Apesar de o primeiro ser o mais usado, a Kasinski preferiu manter o segundo por precaução, mesmo com a bateria de 7 Ah.

O motor já “acorda” acelerado, na faixa das 1.800 rpm (no painel), e vibra um pouco. Conforme se aumenta a aceleração a vibração vai aumentando e incomodando mais.

A embreagem tem acionamento leve, mas não tanto quando a das Hondas. Se tivesse trava indicadora de primeira marcha o câmbio seria melhor e mais fácil de usar.

Compensa esses defeitos o bom escalonamento e o indicador de marcha.

O 150 tem força suficiente para mover os quase 160 kg da Comet (134 kg a seco) e mais o que estiver sobre ela.

A moto ganha velocidade com rapidez e se dá muito bem no trânsito graças, também, ao ângulo de caster que facilita manobras rápidas. Na rodovia o desempenho é satisfatório e ajuda nas ultrapassagens. A Comet é boa de curva, mas os pneus não merecem confiança de um condutor mais afoito.

Os freios são eficientes, apesar de o dianteiro a disco ter acionamento muito borrachudo.

Motor com refrigeração prejudicada

O passageiro se incomoda muito com a vibração repassada aos pedais. Uma solução seria a adoção de coxins, que implicaria na resistência do conjunto e traria maior custo de produção. Já que o motor é utilizado em várias motos, o melhor mesmo seria aperfeiçoá-lo e adequá-lo às motos, não o contrário.

Por ironia, a peça que tenta se parecer com um radiador é a responsável pelo aquecimento prematuro no motor. Na frente do cabeçote, ela desvia o ar que passaria pelas aletas e diminui a troca de calor.

Durante o trajeto o tanque de 18,5 litros se manteve cheio. O carburador Sheng Wey PZ 27 consegue ficar entre o bom desempenho e a economia. Segundo a Kasinski, a Comet faz média de 34 km/L, um número modesto diante dos apresentados pelas concorrentes.

A velocidade máxima, ainda segundo a empresa, é de 107 km/h (valor que pode ser maior).

Um show à noite

Quando o Sol está escondido, no período noturno, o Space LED atrai muitos olhares, mesmo com a luz principal ligada.

Ele, que não clareia o caminho (e jamais deve ser utilizado como farol principal, portanto), dá um ar tecnológico pelo tom azulado das luzes. No painel, o visor de cristal líquido recebe iluminação azul, como todo o quadro de instrumentos, e o ponteiro do conta-giros é vermelho.

Os piscas cristais sinalizam bem e a lanterna com curiosa lente de superfície lisa permite boa visualização para quem vai atrás.

As vantagens

O pacote completo custa o mesmo que uma nacional básica. Rodas de liga leve, freio a disco, painel completo, partida elétrica... são itens tentadores para quem pretende adquirir uma street popular.

Uma moto completa ou uma fácil de revender? Para convencer os interessados a Kasinski inovou ao oferecer três anos de garantia com assistência 24 horas e seguro grátis por um ano (pela Porto Seguro).

A Comet 150 tem preço sugerido (sem frete) de R$ 5.790.

As concorrentes mais próximas em preço são Honda CG 125 Fan ES (R$ 5.770) e Yamaha YBR 125 Factor K (R$ 5.770), as duas 125 mais vendidas. Honda CG 150 Fan, Titan e Dafra Apache 150 têm preços maiores. Quem optar pela Kasinski terá de escolher apenas a cor entre preta, vermelha e prata.

A nova 150 da Zongshen chegou para ser o carro-chefe da empresa. O projeto custou um bom dinheiro e está quase ao gosto dos brasileiros, principalmente em desenho, que ficou muito bem acertado.

Porém, precisa evoluir em mecânica e suspensão para estar no nível das nacionais mais vendidas.

Kasinski Comet 150 2011 – ficha técnica

FICHA TÉCNICA

Dimensões e peso

Comprimento (mm): 2.060
Largura (mm): 780
Altura (mm): 1.120
Entre-eixos (mm): 1.320
Distância do solo (mm): 170
Peso (a seco): 134 kg

Motor

Monocilindrico, arrefecido a ar, quatro tempos, 62 x 49,5, 149,4 cm³, alimentado por carburador
Potência: 12,9 cv a 8.000 rpm
Torque: 1,24 kgf.m a 6.000 rpm

Transmissão

5 marchas com embreagem do tipo multidiscos banhados no óleo com acionamento manual e transmissão final por corrente

Rodas / Pneus

Rodas: 18″ em liga leve
Pneus: D. Cheng Shin 2.75 18 42P; T. CST 90/90 18 51P

Capacidades

Tanque: 18,5 Litros
Óleo do motor: 1 Litro

Outras informações

Cores: Vermelha, Preta e Prata
Preço: R$ 5.790 (sem frete)

Fonte: MotoReport

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.