Koenigsegg. No mundo dos super carros, este nome tem um peso enorme e inspira velocidade acima de tudo. No entanto, não se trata apenas de alta performance e números para disputar o Guinness Book.
A Koenigsegg é um fabricante sueco de hiperesportivos que sempre está disposta a medir forçar com marcas como Bugatti e Hennessey, porém, também é uma empresa de tecnologia automotiva.
Usando técnicas próprias, a nórdica produz alguns dos carros mais exclusivos do mundo, como Gemera, Jesko e Regera. Comandada por Christian von Koenigsegg, a empresa é notória quando o assunto é desempenho.
Graças à tecnologia embarcada, como motores com cabeçotes sem comandos de válvulas, chamado FreeValve ou PHEA, usado em um motor da chinesa Qoros.
Câmbios como o Direct Drive Transmission e o Light Speed impulsionaram seus carros com motor V8 5.0 e dois turbos, a ir aonde (quase) ninguém foi em km/h.
Koenigsegg – tecnologia
Além de um motor sem comando de válvulas, a Koenigsegg foi em busca de sustentabilidade e para isso desenvolveu uma tecnologia chamada Flower Power, que nada mais é que a flexibilização do combustível.
O Koenigsegg Jesko atualmente é o único que permite abastecimento com E85 ou gasolina pura, obtendo grande redução de emissões do efeito estufa na atmosfera.
Bem perto da eletrificação plena, a Koenigsegg continua se impondo com seus hiperesportivos que alcançam de 410 km/h a 500 km/h ou mais…
O Gemera, por exemplo, é um híbrido com o menor, mais leve e potente inversor de energia do mundo automotivo, sendo o mesmo chamado “David”, uma referência ao Davi bíblico.
Na empresa da Europa Setentrional, coisas como um conversor catalítico “foguete”, suspensão Triplex e portas sincro-hélices diédricas são outras das invenções de Christian von Koenigsegg.
Indo de 0 a 100 km/h em menos de 2 segundos, um bólido da Koenigsegg não é um carro barato, custando de US$ 1 milhão a US$ 3 milhões, dependendo da região do mundo onde seja adquirido.
Mais que um super carro, um bólido da Koenigsegg é uma obra de arte com rodas, cujo design é elogiado mundialmente, tendo até recebido um prêmio nacional na Suécia e sido listado como um dos mais belos do mundo pela Forbes.
Premiada outras vezes, a empresa escandinava é um player admirado no setor automotivo por sua independência e tecnologia, bem como admirada pelos números de velocidade elevadíssimos.
Koenigsegg – modelos
A Koenigsegg tem atualmente três modelos, sendo o híbrido Gemera o mais recente, com entregas a partir de 2022, tendo ainda o Jesko lançado em 2020 e o Remera, o mais antigo, fabricado desde 2016.
Com construção em fibra de carbono e outros materiais muito leves, os carros da marca nórdica compõe hoje o pilar do fabricante, que já teve a famosa série CCR e o Agera, entre outros.
No portfólio atual, o carro mais barato é o Remera com US$ 1 milhão de custo de aquisição, sendo o Jesko o mais caro com preço em torno de US$ 3 milhões. O Gemera custa em torno de US$ 1,9 milhão.
Regera
O Koenigsegg Regera, nome que significa “reinar” ou “governar”, é o mais antigo bólido da marca escandinava e está no mesmo desde 2016.
Com produção seriada limitada em 80 exemplares, ainda não vendidos totalmente, o bólido deriva em design do antecessor Agera.
Ele possui um coeficiente aerodinâmico muito baixo, mas dispõe de apêndices que ajudam a grudá-lo no chão, produzindo 450 kg de downforce a 250 km/h.
Musculoso, o Regera tem interior com 4G e Wi-Fi, além de multimídia com infravermelho e sistema de câmeras para gravação frontal, interior e traseira.
As portas giram para cima num sistema chamado diédrico sincronizado, onde elas saem e giram num eixo adiante, preso na carroceria. Todo o carro é automatizado, inclusive os aerofólios e spoilers.
A ideia para fazer o Regera começou com um Tesla Model S P85, o qual impressionou Christian em entrega imediata de potência e sem turbo lag. Contudo, a Koenigsegg não trabalhava com carros elétricos.
Para reproduzir o mesmo num bólido da marca, ele tomou o Agera como base e criou um híbrido plug-in, eliminando a caixa de mudanças de dupla embreagem e sete marchas.
Em seu lugar, Koenigsegg adicionou um sistema de transmissão direta chamada Direct Drive Transmission, além de três motores elétricos. Ele usou também o mesmo motor V8 5.0 Biturbo do Agera.
No entanto, adicionou turbinas de geometria variável para ajudar a eliminar o turbo lag, enquanto a DDT produzia a transferência imediata de potência. Há também injeção flex com E85 e gasolina pura.
Seu propulsor V8 5.0 entrega 1.115 cavalos e 130 kgfm. Entre o motor e as rodas, existem três motores elétricos, sendo um de 219 cavalos preso diretamente ao virabrequim e um de 244 cavalos em cada roda traseira.
Estes últimos fornecem também vetorização de torque. Assim, o Regera tem 1.822 cavalos no total, porém, com as perdas, combina 1.521 cavalos.
Para domar sua condição em pista, a Koenigsegg adicionou uma suspensão de duplo braço triangular e amortecimento Triplex na traseira, consistindo em três batentes da Öhlins.
Equipado com rodas aro 19 polegadas na frente e 20 polegadas atrás, ambas com porca central, tem pneus Michelin Pilot Sport Cup 2, bem como freios de carbono-cerâmica com pinças enormes.
Com tudo isso, o Koenigsegg Regera vai de 0 a 100 km/h em 2,8 segundos, precisando de 6,6 segundos até 200 km/h e 10,9 km/h até 300 km/h. Nos 400 km/h, o tempo é de 20 segundos.
Sem consumo revelado e com final indeterminada (diz-se que alcança 410 km/h), o Regera detém o recorde mundial de aceleração até 400 km/h e frenagem até a imobilidade, fazendo-o em 31,49 segundos.
Jesko
O Koenigsegg Jesko surgiu em 2020 e tem seu nome como homenagem ao pai de Christian, Jesko von Koenigsegg. O fooc do produto é alta performance em pista, diferente do Regera, um carro feito para viagens.
Tal como o Regera, o Jesko é um bólido que se apoia na tecnologia Flower Power, usando assim tanto gasolina de alta octanagem quanto o chamado E85, que é o etanol com 15% de gasolina.
O propulsor é o mesmo V8 5.0 com dois turbocompressores, cuja potência varia de acordo com o combustível. Nesse caso, o Jesko com gasolina alcança 1.298 cavalos e 101,6 kgfm.
Com gasolina comum, o torque fica entre 2.700 e 6.170 rpm. Usando o E85, a potência alcança 1.625 cavalos e 152,4 kgfm, num aumento incrível de potência e torque com este combustível, obtido a 5.100 rpm.
Para eliminar o turbo lag, a Koenigsegg adicionou um compressor elétrico com 20 litros de volume para encher as turbinas desde o início do giro, sendo bem purista fora essa tecnologia.
Além do V8 5.0, o Jesko tem uma transmissão de dupla embreagem com nove marchas, chamada Light Speed Transmission (LST), que possui modificações internas para trocar marchas mais rapidamente.
Sem volante de massa, a LST é conectada direta ao motor, o que permite reduzir o tempo de troca para algo entre 20 a 30 milissegundos.
Construído em fibra de carbono, o Jesko possui um chassi adaptativo com suspensão dianteira alinhando-se em altas velocidades para manter a trajetória e as rodas traseiras se movem levemente para manter a estabilidade dinâmica.
O conjunto de amortecedores Triplex é necessário para velocidades altíssimas e contornos rápidos de curva. Usando rodas de alumínio forjado ou fibra de carbono, o Jesko tem aros 20 na frente e 21 polegadas atrás.
Os freios possuem discos de carbono-cerâmica. Para atingir altas velocidades, o Koenigsegg Jesko usa pneus Pilot Sport Cup 2 da Michelin com medidas 265/35 ZR20 na frente e 345/30 ZR21 atrás.
Com aerodinâmica produzindo alta carga de downforce, o Jesko tem enorme asa traseira fixa e uma cabine que lembra muito uma aeronave, assim como o Regera. Na versão Attack, o bólido chega até 800 kg de força para baixo a 249 km/h.
O Jesko Attack vai muito além, chegando a 1 tonelada de downforce a 275 km/h e nada menos que 1,4 tonelada em velocidade máxima.
Com mesmo interior do Jesko padrão, onde se destaca a multimídia de 9 polegadas e volante com cluster digital de 5 polegadas na coluna.
Além do Jesko padrão e da versão Attack, existe ainda o Jesko Absolut, que alcança 531 km/h em condições normais, mas pode chegar a 563 km/h em condições de clima e pistas ideais.
Ainda assim, sem uma medição oficial, a Koenigsegg diz que o bólido normalmente chega a 483 km/h.
Lançado em 2020, o Jesko tem produção programada para 125 unidades e com fabricação anual de 40 a 50 carros.
Com 4,61 m de comprimento, 2,030 m de largura, 1,210 m de altura e 2,700 m de entre eixos, o Jesko pesa de 1.320 a 1.420 kg, indo de 0 a 100 km/h em 2,6 segundos e 5,9 segundos até 200 km/h.
Gemera
Mais recente carro da Koenigsegg, o Gemera é o modelo mais diferenciado da marca sueca, com um visual exclusivo, ele é o primeiro carro de quatro lugares da empresa. O bólido também é o primeiro com propulsor pequeno.
Pensado como um produto de alto volume, o Gemera tem expectativa de ser feito em volume de 300 exemplares. Ele usa o propulsor Tiny Friendly Giant (TFG) de três cilindros, 2.0 litros com dois turbocompressores.
Este pequeno motor de três cilindros tem cabeçote FreeValve, que dispensa comandos por eixo usa eletro-válvulas para admissão e escape, além dos outros tempos de combustão.
Com 710 cavalos a 7.500 rpm, o TFG dispõe de 61 kgfm entre 2.000 e 7.000 rpm, atingindo a faixa vermelha em 8.500 rpm. Segundo a Koenigsegg, o Tiny Friendly Giant pesa apenas 70 kg.
Além dele, o Gemera possui três elétricos, com um conectado ao virabrequim do TFG e dispondo de 400 cavalos e 50,8 kgfm, mas conectando as rodas dianteiras.
Outros dois elétricos, cada um com 500 cavalos e 101,6 kgfm, ficam conectados às rodas traseiras. De forma combinada, o Gemera entrega 1.724 cavalos e 355,6 kgfm.
Tal como nos Regera e Jesko, o Gemera usa vetorização de torque com motores elétricos, bem como uma bateria de lítio de 15 kWh que garante autonomia de 50 km no modo elétrico.
Segundo a Koenigsegg, o Gemera tem autonomia de 1.000 km, provavelmente usando gasolina, embora possa ser abastecido com E85 ou etanol puro, assim como metanol e energia elétrica.
Com esse conjunto híbrido plug-in, o Koenigsegg Gemera vai de 0 a 100 km/h em 1,9 segundos e alcança 400 km/h, sendo 300 km/h o limite no modo elétrico.
Tendo um estilo mais fluido e moderno, o Gemera tem frente com grandes entradas e faróis full LED escurecidos, bem com cabine em forma de cápsula para quatro pessoas, que acessam o interior por duas portas diédricas.
Diferente dos demais, o Gemera não usa asa traseira e é tido pela marca como o primeiro “Mega-GT” do mundo, possibilitando assim levar quatro pessoas até 400 km/h.
Por dentro, o Koenigsegg Gemera tem cluster digital sobre a coluna de direção, duas telas para reprodução das imagens das câmeras de função retrovisor e uma enorme tela de multimídia de 13 polegadas.
Os bancos tipo concha são feitos de fibra de carbono, assim como a carroceria, com excessão de partes do chassi, construídas em liga de alumínio. O ambiente tem sistema de som com 11 alto-falantes e Wi-Fi.
Enorme, o Gemera mede 4,975 m de comprimento, 1,988 m de largura, 1,295 m de altura e 3,000 m de entre eixos, tendo 1.850 kg de peso. O bólido “familiar” custa US$ 1,85 milhão.
Koenigsegg – fábrica
Sediada em Ängelholm, na região de Scania, a Koenigsegg emprega atualmente 400 pessoas e já produziu inúmeros carros. Além de produzir super carros, a empresa também produz visitas ao complexo industrial.
A fábrica possui um programa regular de visitas que custam em média 1.000 coroas suecas ou cerca de R$ 618, dando 1,5 hora de visita sem câmeras e com assinatura de um termo de confidencialidade.
Usando processos manuais de manufatura, a Koenigsegg trabalha com alta tecnologia para fabricação de peças e componentes em fibra de carbono e alumínio, assim como maquinário para rpodução dos motores V8 5.0 e 2.0 TFG.
Koenigsegg – história
Fundada em 1994, a Koenigsegg já produziu muitos carros em sua curta vida, incluindo os das séries CCX e Agera, bem como o One:1. Seus bólidos são impressionantemente rápidos e velozes.
O antigo CCR, por exemplo, foi o primeiro carro da Koenigsegg a quebrar um recorde mundial de velocidade. Não satisfeita com a velocidade final, a empresa focou na aceleração de 0 a 400 km/h.
Falando em V8, o 5.1 do Jesko é o propulsor mais rápido do mundo em aceleração de giro, alcançando incríveis 46.000 rpm por segundo e indo da marcha lenta até o corte em pouco mais de 0,2 segundo.
Aliás, a relação da Koenigsegg com os chineses vai além disso, com a venda de 20% das ações da empresa para o consórcio sino-sueco NEVS, o mesmo que assumiu a Saab no lugar da marca de hiper carros.
Falando em Saab, quase a marca escandinava da região da Scania passou para as mãos de Christian von Koenigsegg, chegando mesmo a ter um plano elaborado, porém, acabou desistindo do negócio.
Koenigsegg – fotos
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