Visitamos a fábrica da Bridgestone em Santo André/SP

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Ontem (20) visitamos a fábrica da Bridgestone em Santo André/SP.

A unidade é a mais antiga do grupo no país e antes pertencia à Firestone, que foi adquirida pela marca japonesa em 1988 por US$ 1,25 bilhão.

A empresa também é dona da Bandag, famosa empresa que produz bandas de rodagem para pneus de veículos comerciais, adquirida em 2008 por US$ 1,05 bilhão.

A fábrica da Bridgestone em Santo André/SP tem capacidade para produzir 35.000 pneus/dia, mas atualmente faz 25.000 unidades, entre as marcas já conhecidas e as associadas, como a Seiberling, por exemplo.

Ela existe desde 1939 na cidade, embora a Firestone tenha chegado em 1923 ao Brasil. A outra fábrica de pneus da Bridgestone fica em Camaçari/BA, onde são produzidos 12.000 pneus/dia para o segmento de alta performance.

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Com cerca de 2.000 funcionários, a Bridgestone do ABC produz pneus para automóveis, caminhões, ônibus, tratores e veículos agrícolas e industriais, inclusive pneus sazonais para safra de cana e de inverno, o chamado Winterforce, pneu específico para rodar na neve e no gelo.

Este tipo é exclusivo para exportação. Durante a visita, pudemos ver quase todo o processo de produção de pneus e também conhecer sua composição.

O processo de produção consiste em mistura de componentes químicos, extrusão, montagem, calandragem têxtil, calandragem aço, cortadeiras, cortadeiras de aço, construção, vulcanização e inspeção final.

Vimos vários desses processos, onde foi possível observar a precisão de máquinas e funcionários no decorrer do trabalho. Na área de inspeção final, o técnico não economiza no giz, apontando os mínimos defeitos no pneu já pronto, enviando-o para retificação ou destruição.

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Um dos processos mais interessantes é o de vulcanização, onde as bandas de rodagem ganham as ranhuras e canaletas características dos pneus.

Cada conjunto de máquinas é específico de determinado tipo de pneu, sendo um para pneus agrícolas ou de construção civil, outra para caminhões/ônibus e uma terceira para automóveis e picapes.

Nessa etapa, funcionários trazem em carrinhos os chamados “pneus verdes” para serem vulcanizados. Antes, eles foram montados em máquinas de tecnologia da própria Bridgestone (no total de 16) e são encaminhados para os vulcanizadores específicos.

De forma automática, dois braços mecânicos pegam por dentro os pneus verdes e os colocam em moldes pressurizados, onde são cobertos pela parte superior e lacrados.

No interior da câmara de pressão, os pneus verdes são pressionados por outra câmara interna de vapor contra as placas com as marcas daquele tipo de pneu (sempre identificados na frente de cada máquina para não haver erro na marcação dos pneus).

O processo dura entre 12 e 15 minutos, no caso dos automóveis, e de 45 a 50 minutos no caso dos veículos grandes.

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Pneu, a primeira peça da segurança

Não vai adiantar ABS, ESP, TCS, entre outros, se os pneus do veículo não forem bons. O componente montado nas rodas precisa estar em dia e ser específico para o fim que o cliente deseja. Mas não é só de borracha ou cinta de aço que um pneu é feito.

Existe uma série de componentes (450 componentes químicos) que garantem durabilidade, segurança e conforto.

O pneu é composto de banda de rodagem (parte que toca o solo), carcaça (parte interna do pneu), estanque (área pressurizada do pneu), talão (parte que fixa o pneu no aro da roda), cintas estabilizadoras (feitas de aço e revestidas com cobre, elas garantem a resistência do pneu à carga), ombro (lateral da banda de rodagem) e lateral (área entre o ombro e o talão).

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A banda de rodagem (que a Bandag substitui em 28.000 caminhões/mês, atendidos em 130 lojas no Brasil), constitui-se de ombro (que garante estabilidade), sulcos (responsáveis pela drenagem da água), ranhuras (reduzem a passagem de ar e o ruído ao rodar) e barras (responsáveis pela tração).

Os pneus de baixa resistência à rolagem reduzem em até 4% o consumo de combustível.

Enfim, a visita foi muito interessante para conhecermos os processos que envolvem a construção do pneu e a segurança que o mesmo proporciona aos veículos.

Feitos para atender o mercado brasileiro, os pneus feitos pela Bridgestone são desenvolvidos em um centro de pesquisa nacional (um dos cinco da empresa no mundo) e testado no campo de provas de Águas de São Pedro/SP, considerado o maior da América do Sul.

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Atualmente a Bridgestone tem 178 fábricas em todo mundo, sendo 47 de pneus e emprega 139.000 pessoas.

Fundada no Japão em 1930, a marca está presente em 25 países e no Brasil possui uma rede com 550 lojas, além de duas do chamado Car Club Firestone (São Paulo e Santo André), onde há um atendimento personalizado.

Aqui ela ainda produz câmaras pneumáticas (folles) para suspensão a ar e impermeabilizantes, mantas, revestimentos térmicos e acústicos.

Visita à convite da Bridgestone.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X