Avaliação: VW T-Cross 250 TSI surpreende

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O Volkswagen T-Cross chega com pressa ao mercado nacional, já que a marca alemã precisa rapidamente crescer em vendas para voltar a ser líder novamente. Ela quer fazer isso até 2020. Então, nada como oferecer o produto certo no segmento que mais evolui por aqui.

Com porte menor que muitos dos concorrentes, o T-Cross quer mostrar que isso não é problema quando se pode aproveitar bem o espaço interno, incluindo aí o porta-malas. Para realmente fazer a diferença e conquistar a confiança dos clientes, o SUV compacto vem novidades.

Tendo um visual bem equilibrado e até mesmo atraente, o Volkswagen T-Cross quer crescer em vendas com um pacote de equipamentos realmente interessante, mas, que infelizmente tem seu preço, alto. Isso também por causa da mecânica, que não ficou por baixo na oferta.

Na versão Highline, a VW não pensou duas vezes em botar o bom 1.4 TSI Flex com 150 cavalos e mais um câmbio automático de seis marchas, que muitos torcem o nariz. Isso tudo na opção topo de linha, sai por R$ 109.990. Alto, sim, mas se for completo, dispara até R$ 124.890!

As demais ofertas chegam logo mais, custando a partir de R$ 84.990 com motor 1.0 TSI de até 128 cavalos e opção manual ou automática, que é a que vai vender mais, de fato.

Por fora…

Podemos dizer que a VW foi feliz no desenho do T-Cross. Com linhas robustas e bem equilibradas, o crossover até parece maior do que realmente é. O grande entre eixos ajuda nisso, assim como as colunas C largas.

A frente alta conta com grande bem ampla e faróis full LED com luzes diurnas de mesma tecnologia. O para-choque com faróis de neblina destacados e a barra cinza com o nome T-Cross em baixo-relevo, ampliam a impacto visual do produto, que é bom nesse aspecto.

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As rodas de liga leve aro 17 polegadas com acabamento cinza realmente agradam. Linha de cintura alta e teto reto reforçam a proposta deste crossover, que ainda tem barras longitudinais, teto solar panorâmico e lanternas traseiras em LED unificadas por uma lente que não acende.

O para-choque traseiro segue a tendência de ocultar o escape, enquanto a tampa do bagageiro tem um defletor de ar bem envolvente e com acabamento preto. As portas traseiras grandes do Volkswagen T-Cross ajudam na impressão de maior tamanho e mais ainda no acesso ao interior.

Por dentro…

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Seguindo o que já se viu nos modelos Polo e Virtus, o T-Cross também aposta na fórmula de que a impressão de qualidade percebida deve ficar de lado diante da tecnologia oferecida. Isso significa um cockpit feito para chamar atenção com suas telas digitais e configuráveis.

Em particular, o T-Cross Highline ainda exibe alguns dos itens presentes em carros mais caros, digamos, maiores, do portfólio da Volkswagen. Assim, o utilitário esportivo faz um elo entre o conteúdo menor dos irmãos mais velhos e o pacote tecnológico do segmento médio.

Temos então Park Assist 3.0, teto solar panorâmico, faróis full LED, som premium Beats com subwoofer e acabamento em couro. Entretanto, pelo preço pedido, o pacote fica a desejar pela falta de coisas como alerta de colisão, assistente de faixa e piloto automático adaptativo. Sim, pela importância da versão e pela proposta, deveriam ser oferecidos.

Até os quitutes normalmente vistos em Polo e Virtus são opcionais no T-Cross Highline, como o Active Info Display e o Discover Media com tudo dentro, incluindo o quase dispensável MirrorLink. Só não tem imagem de um sistema em 360 graus, outra ausência sentida.

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Ainda assim, merece destaque a boa mescla de cores e texturas no painel, apenas, já que o restante do acabamento é composto de plásticos duros, tendo somente detalhes em cor branca nas portas dianteiras e no console, onde a (ainda) estranha alavanca de câmbio tem pomo iluminado.

O volante “antigo” poderia ter sido trocado pelo novo, igual do europeu. Os bancos com acabamento em couro agradam pelo desenho, conforto e aspecto visual, com cinza bem escuro e o branco. Pena que o banco traseiro não tenha apoio de braço com porta-copos.

Pelo menos existem 2 entradas USB e difusores de ar para quem vai atrás. Na frente, uma fica abaixo do ar-condicionado automático (dual zone? nem pensar…) e outro (opcional, acredite) fica no console entre os bancos.

Os pedais esportivos são interessantes, enquanto o suporte para celular destoa do conjunto. Há espaço para o smartphone ficar descansando no console e não pendurado na frente do carro, sem serventia, já que tem conexão total com o Discover Media. Fica lá apenas para carregar na quinta porta USB.

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Por fim, o porta-malas é apenas suficiente, podendo ser ampliado com ajuste do encosto para 420 litros, porém, com prejuízo ao uso do Isofix. Com o subwoofer do som Beats, perde-se a capacidade de rebaixar o assoalho do bagageiro.

Por ruas e estradas…

O Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI Automático, nome longo para um carro tão pequeno, surpreende em desempenho e não deveria ser diferente. Assim como sua missão de vender muito, o utilitário esportivo nessa configuração obrigatoriamente tem que andar bem.

Com posição de dirigir mais elevada que nos irmãos de MQB-A0, o Volkswagen T-Cross vai agradar quem busca isso num SUV. Tendo ergonomia aceitável, exceto pela interação complexa entre cluster e multimídia, o SUV deixa o condutor relaxado em uma condução agradável.

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A área envidraçada não é reduzida ao extremo para ampliar a linha de cintura e nem as colunas C largas aparecem como obstáculos visuais complicados. Ao ligar o motor EA211 1.4 TSI Flex, seu ronco parece muito manso diante de suas pretensões.

Com 150 cavalos e 25,5 kgfm, obtidos a partir de 4.500 e 1.500 rpm, respectivamente, o Volkswagen T-Cross 250 TSI (referência ao torque em newton-metro) não fica devendo em resposta para os concorrentes, mesmo os mais potentes, pois tem elasticidade superior.

O motivo é que este motor realmente tem uma disposição para alta performance que o habilitou para mover os futuros Polo GTS e Virtus GTS. Se o mesmo já surpreende bem em carros maiores, como Golf e Jetta, então o que não faria no pequeno T-Cross?

Como o pacote completo do T-Cross possui a opção de quatro modos de condução, a versão 250 TSI pode explorar todo o potencial desse EA211, especialmente nos modos Sport e Individual. Isso sem contar o modo Sport ou as mudanças manuais do câmbio Tiptronic de seis marchas, que tem inclusive paddle shifts.

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A força disponível é tanta que os 1.292 kg e a tração dianteira do T-Cross, não seguram a frente quando se afunda o pé no acelerador, e nisso nem é preciso estar nos modos mais agressivos. Mesmo no modo Eco, o SUV compacto responde otimamente bem nas retomadas e ultrapassagens.

Subir de giro de 1.500 para 6.500 rpm é rápido e suficiente para destracionar facilmente as rodas, lembrando que o pacote de segurança é completo. Fora isso, no trânsito urbano, o T-Cross anda de forma suave e sem respostas estupidas.

O câmbio automático tem relações longas e não é tão suave ou rápido nas trocas, como um DSG, mas busca conforto e economia, então dá para perceber que uma configuração voltada para performance, digamos, num hipotético T-Cross GTS, poderia fazer até mais com o mesmo conjunto motriz.

Rodando na estrada, conforto e muito boa dirigibilidade, que não é excelente por uma característica que pode incomodar clientes antigos da VW. Antes disso, porém, devemos dizer que tanto em tocada esportiva, quanto em condução focada na economia, o T-Cross manda muito bem.

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Os modos de condução ajudam, mas numa proposta como essa, chega a ser exagerada a oferta. Poderiam troca-la por um pacote de assistência direta ao condutor, como os itens já citados. Bom, mas é aquilo, se está disponível, então que se use da melhor forma.

Rodando na cidade, a média ficou em bons 11,2 km/l, enquanto na estrada, ficou em 15,2 km/l. Para um motor 1.4 turbinado com estes números, está bom até. Na rodovia, o ponteiro marca 2.000 rpm a 110 km/h, o que garante conforto e economia.

Ao volante, a direção elétrica adaptativa (enrijece no modo Sport ou Individual, se optar) é agradável e dá uma boa sensação de controle ao carro, assim como os freios bem dimensionados. Lembra-se daquela característica que alguns poderão não gostar?

Então, esta é a calibração da suspensão. Muito macia, ela foi ajustada para oferecer mais conforto e filtrar melhor a buraqueira das vias de nosso país, o que se provou boa nessa tarefa. Entretanto, isso significa mais inclinação nas curvas e desvios rápidos de trajetória.

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É estranho ter um desempenho tão bom sobre uma base de comportamento inferior, embora nas curvas mais exigentes, o T-Cross venha a “sentar” antes do limite.

Ainda assim, a sensação parece a mesma de outro utilitário de alto desempenho e porte parecido, o Peugeot 2008 THP. Então, fica aquela impressão de ter mais motor para um carro que não precisa de tanto.

Por você…

O Volkswagen T-Cross 250 TSI é um carro muito bom e surpreende pelo conjunto. Com um algo (bem) a mais para quem reclama de desempenho, o utilitário compacto tem uma proposta interessante, que tem seu lado ruim.

Sua proposta de preço pode abrir um precedente perigoso no segmento de SUVs compactos, fazendo com que alguns dos concorrentes subam de nível para não ficarem atrás. Quando isso acontece quem paga a conta é você. Aliás, o Suzuki Vitara 1.4 Turbo (importado por R$ 116.990), tenta concorrer com o Highline completo.

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A versão Highline tem muitos itens de série, mas nos opcionais, ela exagera em alguns itens que deveriam vir de fábrica, como o Active Info Display, USB adicional e comando de voz. Pelo preço, até o Discover Media deveria ser de série.

Concordamos que o som Beats seja opção, afinal, quem precisar de mais espaço no bagageiro, poderá aproveitar melhor o sistema s.a.v.e. O teto solar panorâmico com persiana elétrica é outro equipamento desejável.

Com tudo isso, o T-Cross 250 TSI é ideal para quem quer andar bem e não precisa de um carro maior. Nesse último caso, pode servir de argumento para não levar o Tiguan 250 TSI, que fica quase na mesma faixa de preço (R$ 128.990).

Rivais como Cactus (R$ 95.990) e 2008 (R$ 91.990) são mais leves e rápidos por causa do potente THP, mas não apresentam dirigibilidade semelhante, apesar de custarem bem menos. O Tracker (R$ 107.290) fica devendo em peso e resposta, enquanto o Tiggo 5x (R$ 96.990) é uma incógnita.

Vale a pena? Depende. Sim, pelo carro, não pelo preço. Você decide.

Medidas e números…

Ficha Técnica do Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI 2020

Motor/Transmissão

Número de cilindros – 4 em linha, turbo, flex

Cilindrada – 1.395 cm³

Potência – 150 cv a 4.500 rpm

Torque – 25,5 kgfm a 1.500 rpm

Transmissão – Automática de seis marchas com mudanças na alavanca e no volante

Tração – Dianteira

Desempenho

Aceleração de 0 a 100 km/h – 8,7 segundos

Velocidade máxima – 198 km/h

Rotação a 110 km/h – 2.000 rpm

Consumo urbano – 11,2 km/litro

Consumo rodoviário – 15,2 km/litro

Suspensão/Direção

Dianteira – McPherson/Traseira – Eixo de torção

Elétrica

Freios

Discos dianteiros e traseiros com ABS e EDB

Rodas/Pneus

Liga leve aro 17 com pneus 205/55 R17

Dimensões/Pesos/Capacidades

Comprimento – 4.199 mm

Largura – 1.751 mm (sem retrovisores)

Altura – 1.570 mm

Entre eixos – 2.651 mm

Peso em ordem de marcha – 1.292 kg

Tanque – 52 litros

Porta-malas – 373/420 litros

Preço: R$ 109.990 (básico) – R$ 124.890 (versão avaliada)

Volkswagen T-Cross Highline 250 TSI Automático 2020 – Galeria de fotos

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X