Chevrolet Cruze Sport6 1.8: avaliação completa

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A GM não quer perder tempo. Elegeu 2012 como o ano que vai marcar uma grande mudança na atuação da marca Chevrolet no Brasil.

A versão hatch do Chevrolet Cruze, chamada de Sport6, é o segundo entre os sete modelos novos previstos – o primeiro foi a S10 e os os que faltam são TrailBlazer, as versões hatch e sedã do compacto Sonic e as versões de cinco e sete lugares da nova minivan compacta da marca, que tem nome-código PM7.

Cada um desses modelos deve atender à lógica mercadológica atual da empresa: melhor que ser o mais vendido em um segmento é vender bem em todos eles.

No caso do Cruze Sport6, por exemplo, a Chevrolet não aposta – pelo menos diz que não – que vá se tornar o hatch médio mais vendido do país. Ficaria contente com mil, 1.100 unidades por mês, o que o deixaria atrás das 1.700 unidades do Hyundai i30 e das 1.400 do Ford Focus.

No fundo, a expectativa é que o Cruze Sport6 repita a façanha da versão sedã, que apresenta vendas superiores às projeções feitas durante o lançamento.

E o modelo tem características que podem ajudar bastante na tarefa. A começar pelo conteúdo.

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A versão de entrada do Cruze Sport6, LT, tem de série como ar automático, direção elétrica, trio, controle de estabilidade e tração, ABS, faróis e lanternas de neblina, airbags frontais e laterais, volante multifuncional e sistema de som com CD e conexão Bluetooth.

Custa R$ 64.900 com câmbio manual e R$ 5 mil a mais com o câmbio automático e revestimento em couro para os bancos.

Na versão LTZ, a adição do câmbio automático só altera o preço do Cruze Sport6 em R$ 2 mil – vai de R$ 77.400 para R$ 79.400, estratégicos R$ 500 a menos que o Cruze sedã mais caro.

Além da “bonificação” no câmbio, a LTZ vem a mais com teto solar, acabamento em couro, navegador GPS, central multimídia com tela de 7 polegadas, chave presencial e ignição por botão, sensor de estacionamento e de luminosidade, rebatimento elétrico dos retrovisores e airbags de cabeça.

A não ser pelo teto solar, oferecido apenas na versão Sport6, Cruze hatch e sedã não trazem diferenças, além da óbvia alteração do desenho na parte traseira. Esta mudança resulta em um hatch 9 cm mais curto e apenas 26 quilos mais leve.

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No mais, o Cruze Sport6 traz o mesmo entre-eixos de 2,68 metros e o mesmo conjunto propulsor.

Trata-se do motor Ecotec 1.8 com 144 cv de potência e 18,9 kgfm de torque, que tem comando variável na admissão e no escape.

Ele é gerenciado por um câmbio de seis velocidades manual ou automático com modo sequencial.

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Ponto a ponto

Desempenho – O sobrenome Sport6 insinua uma esportividade que pode até ajudar a vender o Cruze, mas não tem a ver com as reais pretensões do modelo. Para arrancar do novo hatch médio da Chevrolet um desempenho mais agressivo é preciso recorrer a giros altos – o que autoriza a entrada dos ruído do motor na cabine sem qualquer cerimônia.

No geral, o comportamento é bem de acordo com o segmento, com boas acelerações e retomadas. Na versão mecânica, o zero a 100 km/h é feito, segundo a marca, em 10,7 segundos. Na automática, chega a 11,4 segundos.

Para chegar à máxima indicada, de 204 km/h no mecânico e 197 na automática, o Cruze tem de se valer da sexta marcha bem alongada – de 0,74:1. A presença das seis marchas e o bom escalonamento do câmbio extraem de forma competente os 144 cv de potência e os 18,9 kgfm de torque. Nota 8.

Estabilidade – Mesmo com o conjunto suspensivo tendo uma configuração clássica – McPherson na frente/eixo de torção atrás –, o Cruze hatch é muito bem acertado. Consegue absorver bem as irregularidades do piso e oferece um ótimo nível de dirigibilidade em ambiente rodoviário, sem flutuações mesmo em velocidades mais altas.

A direção também é direta e obediente. O carro se mantém neutro, sem adernar a carroceria, mesmo em curvas mais fechadas. Para que o controle eletrônico de estabilidade entre em ação, é preciso forçar bastante o carro. Nota 9.

Interatividade – A versão testada, LTZ completa, tem tudo que se pode esperar de um carro de quase R$ 80 mil. Os comandos estão todos no lugar certo e são bem intuitivos. A exceção fica para o controle do GPS e os comandos do volante multifuncional, que não são complicados mas exigem alguma familiaridade até que se possa usufruir totalmente.

A facilidade para encontrar a melhor posição de dirigir é garantida pelas regulagens de altura e profundidade do volante e também de reclinação no banco. Em compensação, a chave presencial, que abre o carro e permite a ignição por aproximação, e o sistema multimídia com tela de 7 polegadas incrementam bastante o conforto. Nota 9.

Consumo – A Chevrolet não tem o consumo de seus modelos monitorados pelo InMetro. Nos 80 km de teste, percorridos em quase 80% em ambiente rodoviário e conduzido de forma comportada, o hatch médio não se mostrou nada econômico: fez média de 7,1 km/l de etanol. Nota 6.

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Conforto – A suspensão conjuga bem os trabalhos de equilibrar a carroceria e absorver as irregularidades. Os espaços no interior são suficientes, sem sobras. Apenas o isolamento acústico deixa a desejar, tanto em relação aos pneus no piso quanto ao barulho do motor na cabine.

Não apresentou, no entanto, ruídos aerodinâmicos. Os bancos são bem ergonômicos e firmes, o que garante viagens sem muito cansaço. O teto solar, presente no modelo de topo, também ajuda na ambientação. Nota 8.

Tecnologia – Mesmo que não cause nenhum assombro, a eletrônica embarcada é um dos argumentos de venda da Chevrolet para o Cruze. O modelo traz itens de segurança como controles de estabilidade e tração, seis airbags e ABS.

Além disso, tem câmbio de seis marchas com modo sequencial, GPS e multimídia no painel. É um conteúdo pleno e esperável em um carro de R$ 80 mil. Nota 8.

Habitalidade – Em relação à versão sedã, o Cruze hatch tem uma desvantagem e várias vantagens. Perde no volume do porta-malas: 402 contra 450 litros.

Empata em relação aos poucos porta-objetos e compartimentos no interior e no espaço interno e nos acessos apenas suficientes – os dois têm o mesmo entre-eixos. Ganha por ser 9 cm mais curto, 26 quilos mais leve e ter maior versatilidade, com a possibilidade de criar uma enorme área de bagagem com o rebatimento do banco traseiro, de 872 litros até o vidro.

Outra vantagem é que a porta traseira é sustentada por amortecedores hidráulicos, que não roubam espaço de bagagem, como ocorre com as alças na tampa da mala do sedã. Nota 8.

Acabamento – A construção do Cruze passa a sensação de solidez e os encaixes são firmes e bem-feitos, mas falta requinte aos materiais. Nem o acabamento em couro nos bancos empresta a devida sofisticação ao ambiente.

O revestimento traz um excesso de plásticos rígidos. A diversidade de texturas até agradam visualmente, mas os materias não harmonizam com a elegância do modelo. O porta-malas, em vez de carpete, é revestido com um plástico rígido. Nota 6.

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Design – É o principal argumento de vendas da linha Cruze. A frente e os para-lamas dianteiros em arco dão uma enorme distinção ao modelo. No caso do hatch, as linhas do contorno do habitáculo perderam a geometria que torna o sedã tão equilibrado, mas ainda são atraentes.

A traseira, no entanto, carece de um pouco de ousadia e personalidade, principalmente pelo desenho das lanternas. No conjunto, é um carro que chama a atenção. Nota 8.

Custo/benefício – A Chevrolet não tem a intenção de fazer do Cruze o best-seller dos médios. E o preço indica isso claramente. O modelo custa cerca de R$ 3 mil a mais que os rivais com conteúdo similar. Nota 6.

Total – O Chevrolet Cruze Sport6 somou 76 pontos em 100 possíveis.

Impressões ao dirigir – Dinâmica relativizada

É nitidamente um exagero batizar a versão hatch do Cruze de Sport6. O carro até anda bem, acelera com certa determinação e é bom de curva, mas não é um esportivo. A própria marca reconhece que o Sport do nome diz mais respeito ao aspecto dinâmico da configuração mais curta do que propriamente à performance.

De um jeito ou de outro, o propulsor 1.8 litro com duplo comando variável é capaz de inspirar a busca dos limites. No caso da versão automática, ausência de borboletas para a mudança de marchas chega a ser sentida em situações de rodovia, quando se busca uma direção mais “dinâmica”.

Na cidade, em modo automático, o Cruze também não incomoda em momento nenhum. E o maior responsável pelo bom comportamento, tanto na estrada quanto em ambiente urbano, é o ótimo escalonamento do câmbio de seis marchas, que não permite que falte motor em nenhuma situação.

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Da primeira até a quarta, as marchas são fechadas, com degraus curtos entre elas. Na estrada, a sexta aparece como uma sobremarcha enquanto a quinta tem relação direta, de 1:1, que dá algum vigor sem fazer o motor gritar. Outro aspecto que chama a atenção no Cruze é a estabilidade.

Mesmo em curvas de raio curto feitas de forma forçada, não há sequer ameaça de sair do trilho. A carroceria não inclina nada e o controle de estabilidade entra em ação antes mesmo de a tendência substerçante, de sair de frente, se faça sentir.

A não ser pela presença do teto solar na versão top da Sport6, não há nada que diferencie o Cruze hatch do sedã. Estão lá os mesmos painéis em plástico rígido, os poucos porta-objetos e os comandos bem intuitivos. No caso dos controles do GPS e do volante multifuncional, basta um tempinho para ganhar familiaridade.

Já o acesso às informações do computador de bordo é que poderia ser melhor resolvido. Não é tão prático torcer a ponta da haste da seta para navegar por dados de autonomia, consumo, etc. Na prática, há diferenças interessantes.

Como o aproveitamento do porta-malas, que apesar de menor, pode ser ampliado e ainda escapa da “maldição” das alças que invadem o bagageiro. Ou seja: apesar do nome Sport6, a versão hatch do Cruze se mostra, na prática, a mais funcional.

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Cruze Sport6 – versões e equipamentos

Itens de série:

Chevrolet Cruze Sport6 – Versão LT: Faróis de neblina, regulagem de altura para faróis principais, rodas de liga leve aro 17, direção elétrica, controle de cruzeiro, ar digital, freios com ABS, EBD e assistência de frenagem de emergência, controles de tração e de estabilidade, airbags frontais e laterais, faróis com acendimento automático e volante multifuncional.

Preço: R$ 64.900.

Chevrolet Cruze Sport6 – Versão LT Automática: Adiciona revestimento de couro e câmbio automático.

Preço: R$ 69.900.

Chevrolet Cruze Sport6 – Versão LTZ: Adiciona retrovisores com rebatimento elétrico, teto solar, chave presencial, sensor de estacionamento e luminosidade, GPS, sistema de multimídia com tela de 7 polegadas, airbags de cortina e retrovisores com rebatimento elétrico.

Preço: R$ 77.400.

Chevrolet Cruze Sport6 – Versão LTZ Automática: Adiciona o câmbio automático.

Preço: R$ 79.400.

Ficha técnica – Chevrolet Cruze Sport6

Motor: Etanol e gasolina, dianteiro, transversal, 1.796 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando variável nas válvulas de admissão e escape e duto de admissão de dupla geometria. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.

Transmissão: Câmbio manual ou automático de seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Possui controle eletrônico de tração.

Potência máxima: 144 cv e 140 cv a 6.300 rpm com etanol e gasolina.

Aceleração 0-100 km/h: 10,7 s com o manual e 11,4 s com o automático.

Velocidade máxima: 204 km/h com o manual e 197 km/h com o automático.

Torque máximo: 18,9 kgfm e 17,8 kgfm a 3.800 rpm com etanol e gasolina.

Diâmetro e curso: 80,5 mm X 88,2 mm. Taxa de compressão: 10,0:1.

Suspensão: Dianteira do tipo McPherson. Traseira por eixo de torção. Possui controle eletrônico de estabilidade.

Pneus: 225/50 R17.

Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS com EBD.

Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,51 metros de comprimento, 1,79 m de largura, 1,47 m de altura e 2,68 m de entre-eixos. Oferece airbags frontais de série e laterais e de cortina na versão LTZ.

Peso: 1.410.

Capacidade do porta-malas: 402 e 872 litros com o banco traseiro rebatido.

Tanque de combustível: 60 litros.

Produção: São Caetano do Sul, São Paulo.

Lançamento da versão: 2011.

Lançamento no Brasil: 2012.

Por Auto Press

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X