O fechamento das fábricas da Ford gerou enorme desespero entre os funcionários, especialmente em época de pandemia, com a economia do país e do mundo em frangalhos. Ainda assim, eles tentam lutar até o fim para se salvar.
Embora Camaçari-BA reúna a maioria dos funcionários da Ford no Brasil, Taubaté-SP tem um contingente importante do quadro da montadora, sendo 830 empregos diretos e em torno de 600 indiretos na fábrica de motores e transmissões.
Construída pela Willys Overland do Brasil, a unidade do Vale do Paraíba passou para as mãos da Ford há 53 anos e de lá para cá, produziu muita coisa para sustentar a produção nacional, especialmente aquela executada em Taboão, no ABC paulista.
Sendo esta última a primeira a fechar, agora Taubaté enfrenta o fantasma da demissão, mas o sindicato local (Sindmetau) quer evitar as demissões na fábrica e já pediu apoio da prefeitura e também do governo do estado.
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O plano principal é reverter a decisão da Ford, visto que a categoria havia fechado um acordo de estabilidade no emprego com a empresa, que duraria até o final de 2021. Contudo, o fechamento pegou os trabalhadores de surpresa em plena vigência do acordo.

Ainda assim, se a reversão não der certo e a fábrica fechar as portas de vez, o sindicato propõe uma alternativa pouco usual. Trata-se de um fundo da Ford com recursos gerados com a venda de carros importados pela marca no Brasil.
Não há detalhes de como isso funcionaria, mas seria uma forma de compensação dos empregados, provavelmente até o fim do acordo sindical. Para evitar mais surpresas, os trabalhadores organizaram turnos de seis horas por grupo para vigília na porta da Ford.
O motivo é o temor de que a Ford remova o maquinário das instalações. A entidade diz ainda que a Ford “usufruiu de benefícios fiscais”.
[Fonte: UOL]