Impostos de 25% para México e Canadá: Planos de Trump podem acabar aumentando os preços de marcas locais, principalmente a GM

trump john deere AP Alex Brandon
Republican presidential nominee former President Donald Trump arrives to speak at a campaign event at a farm, Monday, Sept. 23, 2024, in Smithton, Pa. (AP Photo/Alex Brandon)

O plano do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 25% sobre importações do México e Canadá pode impactar fortemente as montadoras americanas, especialmente a General Motors (GM), e aumentar os preços de SUVs e picapes para os consumidores.

Essa proposta, anunciada como uma medida contra imigração e tráfico de drogas, coloca em risco a economia automotiva norte-americana e o comércio regional estabelecido pelo acordo USMCA.

A GM, maior exportadora de carros do México para os EUA, está no centro da questão. Só em 2024, a empresa deve importar mais de 750 mil veículos do México e Canadá , incluindo modelos populares como as picapes Chevy Silverado e GMC Sierra, além dos SUVs Equinox e Blazer elétricos.

Com 90% dos carros produzidos nas fábricas mexicanas sendo exportados para os EUA, uma tarifa de 25% seria devastadora para os lucros da GM e de outras montadoras como Ford e Stellantis.

Além disso, os altos custos de produção decorrentes das tarifas podem dificultar a competitividade de modelos mais acessíveis, como o Nissan Sentra, enquanto picapes feitas no México, como a Toyota Tacoma e a Ford Maverick, também veriam aumentos significativos nos preços.

Embora as tarifas sejam cobradas diretamente das importadoras, seus custos seriam repassados aos consumidores.

Isso resultaria em veículos mais caros para os compradores, especialmente picapes, populares em áreas rurais que, ironicamente, apoiaram Trump nas eleições.

“Mesmo que a administração tente argumentar que o México está pagando as tarifas, quem arcará com os custos são os consumidores”, disse Sudeep Suman, da consultoria AlixPartners.

Além disso, a dependência dos EUA de peças automotivas mexicanas (43% das importações de autopeças vêm do México) significa que até mesmo veículos montados nos EUA seriam afetados, tornando sua produção mais cara e menos competitiva globalmente.

A proposta gerou críticas tanto nos EUA quanto no México. Kenneth Smith Ramos, ex-negociador do USMCA, classificou a medida como “um tiro no pé” para a economia americana, além de prejudicar severamente a indústria automotiva mexicana.

A presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, pediu diálogo e alertou que as tarifas podem agravar a inflação e causar perdas de empregos em ambos os países.

Trump também enfrenta resistência doméstica. Analistas veem a medida como mais uma tática de negociação do que uma política séria, com o objetivo de pressionar México e Canadá a apresentarem planos para combater imigração e tráfico de drogas.

A imposição de tarifas coloca em xeque 30 anos de integração comercial e cooperação industrial entre os três países do USMCA.

A indústria automotiva mexicana, agora a espinha dorsal da economia do país, seria duramente afetada, assim como consumidores e trabalhadores americanos, reforçando as complexidades e os custos de um mercado automotivo profundamente interligado.

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.