Coluna Fernando Calmon nº 1.361 — 22/7/2025
Apesar de o mercado de automóveis, SUVs e comerciais leves ter crescido apenas 5% em relação aos primeiros seis meses do ano passado, a concorrência continuou acirrada no primeiro semestre entre 16 segmentos (incluídos os dois subsegmentos de híbridos e elétricos que ainda representam pouco, mas merecem atenção).
Enquanto a maioria dos modelos continuou a confirmar uma posição tranquila, deve-se ressaltar que também houve mudanças e reconquistas.
Um exemplo é o Corolla Cross que voltou a comandar os SUVs médio-compactos e até abriu uma boa vantagem de 5 pontos percentuais sobre o Compass.
Quanto aos SUVs médio-grandes o modelo chinês GWM H6 assumiu a ponta do segmento à frente do Toyota SW4. E o Cayenne recuperou sua liderança nos SUVs grandes.
Entre as picapes médias (capacidade de carga de 1.000 kg), a Toro sustentou sua posição à frente da Hilux por uma diferença pueril de 184 unidades. Até o final do ano a Toyota talvez recupere a liderança sobre o único modelo do segmento a utilizar construção monobloco.
Outra disputa apertada: H6 e Pulse, embora o SUV da Fiat seja um híbrido básico (semi-híbrido) e o modelo chinês um híbrido pleno e mais caro.
Ranking da coluna tem critérios próprios e técnicos com classificação por silhuetas em 16 categorias. Referência principal é distância entre eixos, além de outros parâmetros.
Sedãs de topo (baixo volume) e monovolumes (poucas opções) ficam de fora.
Base de pesquisa é o Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Citados apenas os modelos mais representativos dentro dos segmentos. Compilação de Paulo Garbossa, da consultoria ADK.
Hatch subcompacto: Mobi, 45%; Kwid, 36%; Dolphin Mini, 18%. Sem ameaça ao líder.
Hatch compacto: Polo, 29%; Argo, 23%; HB20, 19%; Onix, 18%; City, 3,8%, C3, 3,2%; 208, 2,1%; Yaris, 1,8%. Polo aumentou vantagem.
Sedã compacto: Onix Plus, 25%; Virtus, 20%; HB20S, 17,4%; Cronos, 17%; City, 10%; Versa, 6%; Yaris, 5%. Onix Plus ainda firme.
Sedã médio-compacto: Corolla, 57%; King, 22%; Sentra, 9%. Corolla cedeu 11 p.p.
Sedã médio-grande: BMW Série 3/4, 65%; Mercedes Classe C, 21%; Accord, 4%. Sem resistência aos BMW.
Sedã grande: Seal, 77%; Panamera, 12%; Série 5, 5%. Seal elétrico tranquilo.
Esportivo: Mustang, 58%; BMW M2, 22%; Challenger, 8%. Mustang mantém.
Esporte: 911, 47%; 718 Boxster/Cayman, 37%; Corvette, 4%. Domínio Porsche fácil.
SUV compacto: T-Cross, 15%; HR-V, 10,5%; Creta, 10,3%; Tracker, 9%; Fastback, 8%; Kicks, 7,6%; Nivus, 7,4%; Renegade, 6,8%; Pulse, 6,7%; Kardian, 3,4%. T-Cross avançou.
SUV médio-compacto: Corolla Cross, 30%; Compass, 25%; Tiggo 7, 13%. Corolla Cross volta a liderar.
SUV médio-grande: H6, 24%; SW4, 16%; Tiggo 8, 14%. H6 novo líder.
SUV grande: Cayenne, 21%; BMW X5/X6, 19%; XC90, 12%. Cayenne reconquista.
Picape pequena: Strada, 58%; Saveiro, 27%; Montana, 9%. Líder continua muito firme.
Picape média (carga 1.000 kg): Toro, 21,2 %; Hilux, 21%; Ranger, 15%. Toro por um fio.
Híbridos: H6, 15%; Pulse, 14%; Song Pro, 13%. Liderança ameaçada.
Elétricos: Dolphin Mini, 42%; Dolphin, 20%; EX30, 10%. BYD domina neste nicho.
Toyota acelera: dois lançamentos ainda em 2025
Maior fabricante de veículos do mundo, a Toyota não costuma antecipar o que vai lançar no Brasil. Evandro Maggio, presidente da subsidiária, tem uma visão mais aberta.
Já para agosto confirmou a nova versão de entrada do Corolla, o GLI híbrido, com preço menor, porém descarta ser um carro despojado. A fabricante preferiu escolher a opção menos cara e não a intermediária XEi como estratégia de atrair mais compradores para quem ainda tem dúvidas sobre as vantagens de um híbrido.
Mais importante é a estreia em outubro do aguardado Yaris Cross, já à venda no Chile, e que está em início de produção na fábrica de Sorocaba (SP). Suas dimensões são próximas às do T-Cross, líder entre os SUVs compactos.
O grande apelo do novo produto está no acréscimo de um híbrido flex pleno com evidentes vantagens.
O Yaris Cross híbrido deverá ter potência combinada de 115 cv. Entretanto, o torque combinado tecnicamente não pode ser medido e nem somado (12,5 kgf·m no motor flex e 14,4 kgf·m no elétrico).
O porta-malas de 471 L, na versão convencional ou 446 L, na híbrida (a confirmar se pelo padrão correto VDA) é um dos destaques do novo SUV.
Contudo a distância entre eixos de 2.620 mm é 31 mm menor que o modelo da VW, o que deixa o concorrente com um pouco mais de espaço para ocupantes do banco traseiro.
Todavia, o aspecto novidade conta a favor da marca japonesa. E mais ainda os números de consumo e alcance, mesmo com um tanque de apenas 36 litros.
Segundo o site Carros na Web, o novo SUV híbrido compacto deverá receber homologação Inmetro de 13 km/l (E) e 19 km/l (G), em cidade e 11 km/l (E) e 16 km/l (G), em estrada.
Quanto ao alcance pode chegar a 468 km (E) e até surpreendentes 684 km (G), na cidade; na estrada, 396 km (E) e 576 km (G).
Maggio confirmou que as obras de ampliação da fábrica de Sorocaba (SP) estarão concluídas no segundo semestre de 2026. A capacidade de produção crescerá para 275.000 unidades/ano.
Já a unidade fabril de Indaiatuba (SP) será desativada. O executivo nada adiantou sobre interessados nesta fábrica inaugurada há quase 30 anos, apesar de especulações que alguma marca chinesa possa se candidatar à compra e providenciar as devidas reformas.
Dia do Motorista comemorado em 25 de julho
A data foi criada por decreto federal em 21 de outubro de 1968 para coincidir com o dia de São Cristóvão. O santo da igreja católica é considerado o protetor dos motoristas profissionais e amadores.
Uma prova de que essa homenagem ocorre também fora do Brasil, é a revista institucional da Porsche editada na Alemanha. Trata-se da Christoforus que em latim significa literalmente “que carrega Cristo”.
Melhorar a segurança de trânsito tem importância ainda maior na semana em que se comemora o Dia do Motorista. Recentemente a Agência Câmara de Notícias informou que a Comissão de Viação e Transportes aprovou proposta para alterar o Código de Trânsito Brasileiro em um ponto importante.
Muda de infração média para grave o ato de atirar de dentro de um veículo objetos ou substâncias em vias públicas.
Prevê multa em dobro quando houver potencial de provocar incêndios. Um exemplo é arremessar bituca de cigarro ainda acesa no acostamento com o risco de atingir a vegetação e dar causa a nuvens de fumaça.
Arrastadas pelo vento, estas podem encobrir a visibilidade nas estradas e causar graves acidentes.
Não se espera celeridade na tramitação. A proposta será analisada ainda pelas comissões de Finanças e Tributação, de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para tornar-se lei, precisa de confirmação na Câmara e Senado.
Outra iniciativa da Câmara, agora neste mês, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e com longa tramitação a enfrentar, permite e regulamenta pelo Código de Trânsito Brasileiro a circulação de carros autônomos nas vias públicas.
Em algumas cidades americanas carros sem motorista já podem rodar. O Brasil ainda está muito distante de um trânsito convencional mais seguro. Pensar, desde já, em veículos que independem de alguém ao volante parece extremamente prematuro.
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