A crise da Ucrânia continua sendo um problema grave para a Renault. A montadora francesa tem 68% das ações da russa AvtoVAZ e o país está sob forte embargo, impedindo a plena operação da empresa local.
Temendo uma nacionalização, a Renault ainda não sabe como lidará com a situação, visto que transferir o controle para a sócia russa Rostec State Corporation está fora de questão.
O problema é que essa empresa russa está sob embargo e a Renault não pode fazer negócios com ela. Seria uma saída para deixar a AvtoVAZ, fabricante dos carros da Lada.
Fontes ligadas ao processo dizem que outras possibilidades estão sendo visualizadas, mas até agora não se vê outra saída para o caso.
Como negócios não podem ser realizados diretamente com o governo russo ou com empresas daquele país, uma opção que se poderia considerar seria a Renault transferir seu controle da AvtoVAZ para o governo francês.
Nesse caso, Paris – através de seu departamento de energia – poderia trocar o controle acionário da AvtoVAZ por petróleo e gás, da qual depende a União Europeia.
A troca de ações por petróleo também teria de ser aceitável para Moscou e diante da nacionalização, não seria o melhor negócio a fazer e sim simplesmente tomar os ativos da AvtoVAZ.
Com 22% do mercado russo, a Lada é a marca mais popular do país com modelos que vendem bem, como Granta e Vesta, produtos considerados essenciais para o mercado local.
Só a margem de lucro em 2021 foi de 8,7%, bem acima da média da indústria automotiva mundial.
Avaliada em € 2,2 bilhões, os negócios da Renault na Rússia podem se perder na nacionalização promovida por Moscou, freando assim a recuperação financeira da montadora ao nível global.
Ela e outras montadoras com ativos na Rússia correm sério risco de ficarem no prejuízo, o que impactará também em outras operações.
[Fonte: Auto News]