Uruguai: 12 curiosidades automotivas do nosso vizinho

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O Uruguai é um belo país situado ao sul do Brasil que merece ser conhecido.

Além de avião, pode-se chegar através de ônibus (cuja tarifa partindo de São Paulo é de R$ 383) ou ir de carro. Eventualmente algum cruzeiro marítimo também pode ser explorado.

Mas por carro, podemos conhecer um pouco melhor o país e suas curiosidades.

Dia a dia bem variado

No Uruguai, a diversidade automotiva é enorme. Trata-se do país da América Latina com o maior número de marcas de automóveis. Há uma grande variedade de origens no que se vê nas ruas, especialmente europeus, brasileiros, asiáticos e americanos. No entanto, a presença de carros chineses é quase maciça.

Há muitos caminhões, ônibus, motos e carros de origem chinesa e de inúmeras marcas. A maioria está em bom estado e tempo pouco tempo de uso exatamente porque as importações da China começaram pouco tempo atrás.

Os mais antigos são de origem europeia e americana, tendo incríveis raridades nas ruas.

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De Morris Oxford a Austin Maestro ou de Chrysler Córdoba a Toyota Corolla “americano”. Tem quase tudo em termos automotivos. Há muitos carros de marcas americanas, mas de origem asiática, tal como o Ford Festiva, que era um Mazda 121. Boa parte está em boas condições de uso, mas há grande número de carros em péssimo estado de conservação nas ruas.

Ao longo das estradas não é raro encontrar ferros-velhos com clássicos das décadas de 10, 20 ou 30 se desmanchando no tempo. No entanto, o Uruguai tem muitas coleções de carros antigos, sendo que a Bodega Bouza, a vinícola mais famosa do país, possui um bom acervo (confira fotos na galeria). É possível conhecer através de excursões partindo dos hotéis de Montevidéu.

No caso das motocicletas, boa parte é de origem chinesa e as placas de identificação são fixadas de qualquer jeito, mas sempre estão de algum modo visíveis. Mas voltando aos automóveis, o que chama atenção também são as “concessionárias”. Existem algumas são bem sofisticadas e naturalmente de marcas de luxo, mas isso não é regra.

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Há revenda Mercedes-Benz vendendo utilitários da Chana, por exemplo. A maioria é de multimarcas, mas quase todas portam fachadas dos fabricantes. Os carros ficam ou amontados ou estacionados na frente das lojas. Poucas concessionárias possuem show rooms dignos do nome.

O trânsito não é caótico, mas na hora do rush em Montevidéu há lentidão, especialmente em dias de chuva forte, quando algumas avenidas alagam. Um detalhe interessante é o limite de velocidade em áreas da capital. Uma das principais avenidas (Itália) a máxima é de 75 km/h. No Brasil corresponderia a uma avenida com limite de 50 ou 60 km/h no máximo. Margeando as “ramblas” (praias da capital), a velocidade também é de 75 km/h.

Há poucas motos no trânsito da capital e dificilmente os condutores andam em corredores. Já os ônibus urbanos são pequenos e apresentam diversas linhas em Montevidéu. Não há metrô, mas existem linhas de trens para outros destinos, especialmente próximo do porto. Nas ruas, existem vários “guarda coches” registrados e identificados com coletes laranjas. Em geral, as vagas nas ruas são demarcadas – sendo algumas pagas ou exclusivas – e a sinalização é eficiente.

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O comportamento dos motoristas em geral não difere muito dos brasileiros, mas a maioria respeita os limites de velocidade e quem vacila em parar por um momento em fila dupla é autuado quase que imediatamente. No geral, as ruas da capital estão em bom estado e no interior há muitas vias de terra, mas em condições de rodar até mesmo com esportivos.

Um hábito bastante peculiar do uruguaio é o de parar em quase qualquer lugar para tomar mate e ficar observando a paisagem como se estivesse no quintal de casa. Não é raro ver carros parados nos gramados às margens das estradas com seus donos sentados em cadeiras de praia tomando mate e observando o movimento na rodovia.

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Nas cidades, muitas pessoas andam com uma cuia pequena tomando mate quente e acompanhado de uma garrafa térmica para prolongar a degustação. Eles levam esta última debaixo do braço ou em bolsas específicas para todo o lugar. Acostumados com estrangeiros, especialmente argentinos e brasileiros, os uruguaios são bem receptivos.

A região de Punta Del Este tem grande presença de turistas e diversidade de automóveis, alguns inclusive de fora do Mercosul. Na região entre esta cidade e El Tesoro, há uma interessante ponte com dupla elevação para passagens de barcos no Arroyo Maldonado.

Dali para frente, a região costeira de La Barra e Balneário Buenos Aires apresenta ruas estreitas e muitos carros parados ao longo da estrada em área urbana. O congestionamento é inevitável nesse trecho.

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Permissões e regras para rodar lá

Para entrar no Uruguai é necessário somente documento de identificação nacional (não necessariamente tendo até 10 anos, mas desde que seja legível e em bom estado) ou passaporte válido. CNH e outros documentos com foto não são aceitos na aduana. No entanto, a CNH deve ser portada por quem vai dirigir também no lado uruguaio.

A entrada de veículos é feita obrigatoriamente com seguro Carta Verde, que vai resguardar o condutor/proprietário de danos provocados por acidentes a terceiros no outro lado da fronteira.

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Este pode ser adquirido no Banco do Brasil ou em seguradoras que oferecem o produto. Em geral, um automóvel paga R$ 87 por até sete dias de permanência, mas os valores variam de acordo com o tipo de veículo e tempo de trânsito nos países do Mercosul, onde é válido.

Se o veículo for de terceiro (arrendado, emprestado, financiado ou de pessoa jurídica) é necessária uma autorização do mesmo, reconhecida em cartório, e dar entrada no pedido de trânsito no consulado geral do Uruguai, que fica em São Paulo ou na Embaixada, em Brasília.

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A taxa é de R$ 288 e depois de dois dias, a liberação está feita. Ainda assim, é necessário preencher um formulário de entrada na fronteira. No Uruguai, as regras de trânsito são parecidas com as do Brasil, mas deve-se obrigatoriamente rodar sempre com os faróis em facho baixo, mesmo dentro das cidades.

Assim como no Brasil, as estradas do Uruguai apresentam pedágios e a tarifa nacional para automóveis é de 65 pesos (em novembro era de 60 pesos) ou algo em torno R$ 7,90 (câmbio paralelo de 8,25 pesos/1 real).

Há possibilidade de adquirir o TelePeaje, uma tag para cobrança automática nos pedágios do país. O limite de velocidade é de até 110 km/h em bons trechos de estrada, inclusive rodovias de pista simples.

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Alguns limites locais são de 45 ou 65 km/h, por exemplo. Nas cidades, não há faixas de pedestres como no Brasil, mas apenas duas que limitam uma área para travessia e os semáforos geralmente ficam nas margens de ruas e avenidas.

Nas estradas, a Policia Caminera em geral utiliza vans Hyundai H800 ou motocicletas estradeiras semelhantes às usadas por polícias na Europa.

Nas cidades, a Polícia utiliza vários modelos de sedãs compactos, inclusive Citroën C-Elysée e Mitsubishi Attrage, mas há também modelos chineses. Há poucos radares fixos em funcionamento, mas a fiscalização policial nas rodovias é algo muito presente, assim como na capital Montevidéu, onde inclusive as vagas de estacionamento são rigidamente controladas pelos agentes.

A condição de muitas estradas é boa e há bons trechos duplicados, especialmente saindo da capital em direção à Punta Del Este/Maldonado e Colônia de Sacramento, onde é possível fazer a travessia de ferry boat para Buenos Aires, que pode ser observada ao longe do lado uruguaio. Há muitas retas e poucos aclives e declives acentuados, pois em geral, o Uruguai é um país muito plano.

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A armadora é a Buquebus e é por esta entrada que a maioria dos argentinos chegam para curtir as férias de verão no vizinho platino. Há também uma rota saindo de Montevidéu, mas sem o mesmo movimento verificado em Colônia, que é bem mais próxima da capital argentina.

Em termos de combustíveis, o país possui poucas redes de abastecimentos, sendo a ANCAP a principal, seguida de Petrobrás e Esso.

Os preços em todo o país são os mesmos, por isso os postos não possuem placas com valores como aqui. Lá é comercializada a gasolina de 95 octanas (Super 95), que custa agora 40,60 pesos (R$ 4,92). A gasolina Premium tem 97 octanas e sai por 42,10 pesos (R$ 5,10). Ambas possuem 30 ppm de enxofre. Além disso, há dois tipos de diesel. O S50 custa 37,70 pesos (R$ 4,57) e o S10 sai por 48,00 pesos (R$ 5,82).

De dezembro para cá, os preços dos combustíveis caíram, pois no mês passado, ainda valia os valores impostos no começo daquele ano. Nesse caso, as gasolinas custavam 41,80 e 43,40 pesos, respectivamente Super 95 e Premium 97, por exemplo. O querosene é comercializado também para uso veicular.

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Aposta nos veículos elétricos

Com 3,3 milhões de habitantes, o Uruguai emplaca anualmente pouco mais de 50.000 automóveis e a grande maioria é importada, apesar das unidades de montagem locais. O país e bastante aberto à entrada de automóveis com níveis de emissões e segurança mais baixos do que aqui (em grande maioria chineses e indianos).

O vizinho do sul (popularmente o norte dos uruguaios é o sul mesmo) cria assim um ar cosmopolita, que se harmoniza com o estilo do país, muito parecido culturalmente com a Europa, tendo frio rigoroso no inverno e o muito calor no verão.

Recentemente o governo de José Mujica (provavelmente a figura pública mais carismática do Uruguai) promoveu a isenção de veículos elétricos para substituição da frota de ônibus urbanos por exemplares de emissão zero.

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Um dos objetivos é ampliar também a produção de energia eólica. Nas “Rutas” (estradas) próximas ao litoral é possível observar grandes estações com enormes aerogeradores aproveitando os abundantes ventos que sopram do Atlântico e do estuário do Prata.

Enfim, para quem gosta de um lugar tranquilo e com baixo índice de criminalidade, que dispõe de boa infraestrutura, belos campos, muitas praias (com direito até a presença de leões marinhos), carros clássicos das mais variadas origens rodando pelas ruas, carros novos de todas as partes do mundo, estradas longas e com pouco movimento, gente hospitaleira e simpática, entre outros, o Uruguai é um bom destino para se conhecer.

Especialmente de carro, que permite maior liberdade de deslocamento. Quer ir? Então prepare a mala e boa viagem!

Fotos adicionais por Jackson Sch.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X