VW Kombi – confira detalhes dos seus problemas

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Ela durou 63 anos no mercado brasileiro, sendo 60 deles com montagem em CKD inicialmente e produção regular. A VW Kombi é uma utilitária que se tornou referência histórica no país.

Com fama de robusta, de boa relação custo-benefício e versatilidade, a saudosa “perua” da Volkswagen não era somente flores. Havia também muitos espinhos.

Teve motores boxer a ar 1100, 1200, 1500 e 1600, além do exclusivo 1.6 diesel (só existiu no Brasil) e do mais recente EA111 1.4 8V, igualmente refrigerado a água. Sim, ela é uma sobrevivente.

Nesta última, teve 78 cavalos na gasolina e 80 cavalos no etanol, tendo torque (até 12,7 kgfm no etanol) dentro da limitação de seu câmbio de quatro marchas.

Apesar de ser elogiada por muitos, a VW Kombi tem alguns defeitos e problemas crônicos, nunca sanados em suas seis décadas de mercado. Os proprietários, mesmo da última versão, que tinha motor 1.4 Flex, reclamam de folgas na direção, problemas na suspensão dianteira e corrosão acentuada, entre outros.

Caixa de direção

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A VW Kombi é o tipo de veículo que “ame-o ou deixe-o”. Com muitos atributos, a saudosa também tem alguns defeitos recorrentes que necessitam sempre de atenção.

Um dos defeitos e problemas crônicos da perua “pão de forma” é a caixa de direção. Os donos apontam que a folga no velho sistema de setor e rosca sem fim é enorme.

O sistema sempre apresentou folga, mas é preciso sempre estar de olho para que ela não aumente consideravelmente, o que exigirá manutenção além do simples ajuste da caixa de direção.

Além da folga, vários reclamam da dureza da direção, sendo que uma parte decidiu adicionar um kit para melhorar esse defeito da Kombi.

Quando o problema está muito acentuado, a única saída é a troca do chamado pino de centro do sistema de direção, que é o gerador de tal folga.

No mercado, o item é facilmente encontrado, mas alguns proprietários decidem colocar um tipo roletado, que eliminaria o defeito de folga excessiva e dureza.

Corrosão acentuada

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Outros donos de VW Kombi se queixam da corrosão acentuada na carroceria, mesmo em modelos 1.4 mais recentes e com pouco tempo de uso.

O problema até virou matéria do NA sobre a qualidade construtiva da carroceria da Kombi.

Os proprietários reclamam especialmente dos assoalhos e das caixas de rodas, mas a Kombi apresenta desgaste prematuro em outros pontos.

Normalmente, apontam, parte superior da tampa do motor e pontos de fixação da carroceria, bem como na frente do veículo, onde frestas para manutenção acumulam água e aceleram a corrosão.

O interesse nos relatos é que o mesmo problema é apontado por donos de modelos bem mais antigos, porém, muito mais usados que as unidades recentes.

Alguns donos ainda reclamaram do problema na curta garantia do produto, que era de um ano apenas, mas nada foi resolvido.

Suspensão exige atenção

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Segundos os donos de VW Kombi, a suspensão da perua precisa de atenção redobrada, especialmente na dianteira.

Os donos reclamam necessita de engraxamento constante, sendo que um deles afirmou ser necessário fazer o serviço a cada 30 dias.

Sem o engraxamento correto, o sistema vai endurecendo e ocasionando desgaste prematuro dos pneus, assim como outro item que apontam defeito.

Nesse caso, trata-se da manga de eixo com desgaste prematuro, o que provoca também o desgaste dos pneus. O sistema precisa ser sempre lubrificado, segundo alguns, pelo menos as mangas precisam de lubrificação semanalmente.

Trata-se de um conjunto de suspensão muito antiga e que apresenta a necessidade de engraxamento constante. Um dono apontou que existem 14 pontos de lubrificação no conjunto.

Outros defeitos e problemas

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Muitos donos de VW Kombi reclamam da dureza no pedal de freio, mesmo sem que haja um defeito na chamada “cuíca” de freio, que em realidade é a válvula de retenção do servo freio.

Também falam de vibração no pedal e curso muito fundo para parar o veículo.

Outra queixa é em relação ao câmbio manual de quatro marchas. A longeva caixa de mudanças da perua da Volkswagen tem relações com trocas pouco precisas na opinião dos donos.

Muitos reclamam de marchas que não entram ou que arranham com facilidade. No segundo caso, isso gera enorme desgaste nas engrenagens ao longo do tempo.

Como se trata de um dispositivo muito antigo e pouco revisado ao longo dos anos, somente uma transmissão moderna faria a diferença no modelo.

Devido a baixa qualidade construtiva, que era a mais simples possível para reduzir custos e aumentar as margens da VW, até as portas dianteiras não fecham direito, conforme vários relatos.

Mesmo no modelo 1.4 com poucos anos de uso, alguns se queixaram da dificuldade em fechar as portas.

Há comentários sobre os parafusos que fixam os bancos, sendo necessário reaperto.

Isso sem contar os que reclamam do excesso de vibração estrutural e alto ruído interno, o que em realidade é mais uma característica do projeto antiquado da Kombi.

Em relação ao motor EA111 1.4, comentam apenas de dificuldades em dar partida a frio e defeito nesse dispositivo.

Outros falam de formação de borra de óleo no comando de válvulas, necessitando de limpeza específica e no caso do “flush”, feito por alguns.

No motor boxer 1600 a ar, nesse caso o último, que tinha injeção eletrônica, os donos de VW Kombi reclamam de vazamentos de óleo, em especial nas capas de tucho.

Alguns falam em superaquecimento com carga ou lotação máxima, sendo que outros atribuem o fato à problema no radiador de óleo.

Retentor do volante e tampas dos comandos de válvulas também apresentam vazamentos, segundos os donos.

Também existem relatos de quebra de cabos de acelerador e embreagem, assim como desgaste prematuro desta última nos modelos 1.4.

Quando separamos apenas os relatos mais recentes em relação à Kombi e seus problemas, vemos que muito do que já foi citado no texto continuou se repetindo. Mesmo assim, nenhum deles arranhou a boa imagem do modelo por aqui.

Os defeitos citados incluem, dentre outros, a dificuldade para encontrar peças de reposição. Isso chega a ser surpreendente para um carro com tanto tempo de mercado, mas ainda assim acontece em alguns casos.

Recalls

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A Kombi teve algumas chamadas para recall nos últimos anos. A primeira foi a troca de componentes do sistema de freio em 2002. Na época, o modelo ainda tinha motor boxer 1600 a ar.

Em 2005, foi o sistema de reclinamento do banco do motorista. Porém, em 2006, já com motor 1.4, a Kombi teve três chamadas para correção de defeitos, sendo os dois primeiros abaixo ainda afetando o modelo de motor boxer a ar.

Uma delas foi a verificação da galeria de combustível e troca do componente, se necessário. A substituição do amortecedor de direção foi outro item relacionado em recall no mesmo ano.

No caso específico do 1.4 refrigerado à água, a VW Kombi ainda foi chamada para a instalação de novo software de gerenciamento eletrônico do motor.

Em novembro de 2010, a Kombi teve seu último recall, que era a inspeção e/ou substituição do suporte do escapamento.

Histórica, a VW Kombi é um veículo cuja manutenção pode ser feita em quase qualquer lugar e, dependendo do problema, com custo aceitável.

Ainda assim, os muitos defeitos e problemas demandam um custo extra que poderia ser evitado se o fabricante os tivesse corrigido ao longo dos anos.

De qualquer forma, apesar dos defeitos e problemas crônicos, a utilitária da VW ainda é muito elogiada por quem realmente a usa para o trabalho diário.

Hoje, boa parte delas – principalmente do modelo “Corujinha” – serve mais para passeios e exposições, cuidadas por entusiastas e colecionadores, enquanto a maioria ainda geram renda para seus empreendedores.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X