Avaliação Nissan Kicks Play Sense: Versão explora custo/benefício do modelo antigo, para abrir espaço para nova geração

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O Kicks foi lançado no Brasil em 2016, quando estreou como carro-oficial das Olimpíadas do Rio.

Inicialmente importado do México, a partir de abril de 2017, o utilitário esportivo compacto começou a ser fabricado no Complexo Industrial Nissan de Resende, no Rio de Janeiro.

Com o lançamento da segunda geração do Kicks, previsto para o final do primeiro semestre deste ano, o Kicks de primeira geração continuará sendo produzido na mesma fábrica.

Desde fevereiro, passou a funcionar como “versão de entrada” do utilitário esportivo compacto e ganhou um novo sobrenome: Play.

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Em 2020, a própria Nissan já havia experimentado a fórmula de manter uma geração antiga como “inicial” de uma nova geração – com a renovação do sedã mexicano Versa, a geração mais antiga continuou a ser oferecida, renomeada como V-Drive (saindo de linha um ano depois).

O Kicks Play tem três versões: Active Plus, Sense e Advance Plus – e a intermediária Sense, com preço de R$ 129.690, é a que melhor equilibra a oferta de equipamentos com o custo “contido” inerente à atual proposta mercadológica do modelo.

O preço do Kicks Play parte de R$ 117.990 na opção de entrada Active Plus, passa pelos R$ 129.690 da configuração intermediária Sense e chega a R$ 148.090 na “top” Advance Plus.

Quando for lançado, o novo Kicks, de segunda geração, deverá ser posicionado na faixa acima de R$ 160 mil. Em relação ao Kicks ano-modelo 2024, o Kicks Play praticamente não traz novidades.

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Em todas as variantes, externamente, o sobrenome “Play” aparece identificado no lado esquerdo inferior da tampa do porta-malas, abaixo do nome “Kicks”. Os faróis seguem com iluminação halógena.

As rodas de aço com pneus 205/60 R16 da Active Plus dão lugar às de liga leve de 17 polegadas com 205/55 R17 na Sense e na Advance Plus. Equipamentos de aviso e reação a perigos de colisão, que fazem parte do Nissan Safety Shield, são restritos à topo de linha Advance Plus.

Nas três versões, o motor 1.6 16V do Kicks Play é o mesmo que movia o Kicks 2024, já adequado à nova legislação Proconve L8, e manteve os 113 cavalos de potência com etanol e 110 cavalos com gasolina.

Já o torque ficou um pouco menor: era de 15,2 kgfm (gasolina) e 15,3 kgfm (etanol) e passou no Kicks Play para 14,9 kgfm (gasolina) e 15,2 kgfm (etanol), sempre em 4 mil giros.

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O motor permanece acoplado ao câmbio automático do tipo CVT, com 6 marchas simuladas e função “Sport”.

A linha traz as opções de cores Branco Diamond, Prata Classic, Cinza Grafite, Preto Premium e Vermelho Malbec.

O Kicks Play tem um bom nível de equipamentos. Todas as versões vêm de série com abertura e fechamento remoto das portas pela chave, ar-condicionado, banco do motorista com ajustes de altura, traseiro bipartido 60/40 rebatível e dianteiros com tecnologia Zero Gravity, volante de três raios com regulagem de altura e profundidade, airbags duplos frontais, laterais e de cortina, alarme perimétrico, alerta de cinto de segurança destravado, sistema de monitoramento de pressão dos pneus, sistema inteligente de partida em rampa, travamento central automático das portas e da tampa do compartimento de carga com o veículo em movimento, retrovisores externos na cor da carroceria com regulagem elétrica e indicador de direção em leds, comandos de áudio, celular e do piloto automático no volante e direção elétrica.

Na configuração intermediária Sense, os bancos são revestidos com tecido preto, e o display “touchscreen” colorido de 7 polegadas do multimídia – com conectividade com Bluetooth, Apple CarPlay e Android Auto – mostra as imagens da câmera traseira.

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A versão intermediária também inclui rack de teto e antena barbatana, além de grade frontal e maçanetas externas na cor do veículo.

Até abril de 2026, quando termina o próximo ano fiscal, a Nissan do Brasil afirma que serão produzidos três modelos na fábrica sul-fluminense: o Kicks Play, o Kicks de segunda geração e um terceiro utilitário esportivo, ainda não anunciado pela montadora – mas que deve compartilhar a plataforma do Renault Kardian.

Os dois novos modelos, assim como a produção em Resende de um novo motor 1.5 turbo, integram o investimento de R$ 2,8 bilhões no Brasil.

Com os novos produtos, o objetivo da marca japonesa é fazer do Complexo Industrial de Resende um polo exportador para a América Latina, incluindo o México – que deverá receber o SUV compacto inédito “made in Brazil”.

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Experiência a bordo - Jovialidade de outrora

Na versão Play Sense, como sempre foi em toda a linha Kicks, os bancos dianteiros com tecnologia “Gravidade Zero” continuam a ser um dos destaques – ajudam a reduzir as cargas na coluna vertebral ao simular a posição relaxada que o corpo humano assume em ambiente sem gravidade.

O estilo do habitáculo preserva o aspecto jovial e despojado característico do SUV compacto da Nissan, mas o design já não disfarça mais a idade do projeto.

O interior segue praticamente o mesmo desde 2016, quando desembarcou no Brasil, ainda importado do México.

O acabamento adota uma lógica bem nipônica – usa materiais não tão requintados, porém capazes de manter o aspecto de novo por muito tempo. Os plásticos duros predominam, no entanto, com montagem correta e bom acabamento.

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O espaço interno sempre rendeu elogios ao Kicks e continua sendo um destaque no Kicks Play.

O entre-eixos de 2,62 metros ainda é considerado generoso para um SUV compacto e proporciona espaço suficiente para as pernas do pessoal de trás.

O banco traseiro acomoda bem dois adultos, mas um terceiro compromete o conforto.

O multimídia com tela de 7 polegadas sensível ao toque tem comandos intuitivos, entretanto, já está defasado em relação aos oferecidos pela concorrência.

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Pena que o Kicks Play não incorpore a Visão 360 Graus que tantos fãs conquistou para o Kicks, nem mesmo na versão “top” Advance Plus. Certamente, o equipamento estará disponível no novo Kicks.

Já o porta-malas de 432 litros permanece o mesmo – e supera os compartimentos de bagagens da maioria dos rivais da categoria.

Impressões ao dirigir - Sem pressa e com equilíbrio

O Kicks Play é um carro que prima pela racionalidade, tanto no desempenho quanto no preço.

Mas o motor flex 1.6 aspirado que move o Kicks desde o lançamento, há nove anos, revela os sinais da passagem do tempo.

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No Kicks Play, entrega 110 cavalos e 14,9 kgfm com gasolina e 113 cavalos e 15,2 kgfm com etanol – números que até convenciam em 2016, porém agora estão abaixo do restante do segmento.

Apesar disso, o conjunto até oferece alguma agilidade no tráfego urbano, bastante por conta do baixo peso do Kicks Play – na versão Sense, pesa 1.122 quilos em ordem de marcha, próximo dos hatches compactos.

Se, no uso urbano, o modelo até atende à demanda, na estrada, o torque e a potência limitados se tornam evidentes, principalmente com o veículo carregado e em ultrapassagens.

O câmbio CVT até tenta driblar as limitações do motor ao elevar a rotação. E o botão “Sport” – discretamente instalado na parte frontal da manopla do câmbio – proporciona uma elevação dos giros nas trocas das marchas simuladas.

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Contudo, o efeito é mais perceptível nos ouvidos de quem está a bordo do que na performance dinâmica. Uma opção de acionamento manual de marchas simuladas seria um reforço nesse aspecto.

Um turbocompressor daria – e, no Kicks de nova geração, certamente dará – mais esportividade ao SUV da Nissan. Em termos de consumo, o Inmetro aponta 7,8 km/l na cidade e 9,4 km/l na estrada com etanol e 11,3 km/l na cidade e 13,7 km/l na estrada com gasolina.

Apesar da altura elevada em relação ao solo, o Kicks Play é um SUV equilibrado nas curvas.

O acerto da suspensão é elogiável – privilegia o conforto dos ocupantes ao absorver com eficiência as imperfeições do asfalto, sem comprometer a estabilidade nos trechos sinuosos.

A direção elétrica progressiva também é bem ajustada – suave nas manobras, ganha firmeza conforme a velocidade aumenta.

Por ser aspirado, o motor 1.6 no Kicks sempre agradou ao público mais “conservador” (que teme a imagem de “problemáticos” antigamente atribuída aos turbinados) e ganhou fama de durabilidade e de baixa necessidade de manutenção – um “status” que provavelmente será “herdado” pelo Kicks Play.

Ficha técnica - Nissan Kicks Play Sense

Motor: dianteiro, transversal, 1.598 cm3, quadro cilindros, 16 válvulas, controle de abertura das válvulas continuamente variável, flexPotência: 110 cavalos com gasolina e 113 cavalos com etanol, ambos a 5.600 rpmTorque: 14,9 kgfm com gasolina e 15,2 kgfm com etanol, ambos a 4 mil girosTransmissão: automática CVT com simulação de 6 marchasTração: dianteiraSuspensão: independente MacPherson na dianteira e eixo de torção na traseiraRodas e pneus: liga leve aro 17 com pneus 205/55Freios: discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e ESPPeso: 1.122 quilos em ordem de marchaDimensões: 4,31 metros de comprimento, 1,76 metro de largura, 1,59 metro de altura, 2,62 metros de entre-eixos e 20 centímetros de altura livre em relação ao soloTanque de combustível: 41 litrosPorta-malas: 432 litrosPreço: R$ 129.690

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