O Tiggo 7 está fazendo barulho no mercado brasileiro, especialmente por oferecer um pacote bem recheado de equipamentos com preços mais baixos que os rivais.

Mas será que ele consegue ser melhor que o Compass?

Essa briga é importante para o modelo da Chery, pois estamos falando de seu principal rival e atual líder da categoria.

Uma vitória nesse confronto poderia mostrar de forma definitiva as qualidades do modelo chinês.

Confira quem se deu melhor!

O Tiggo 7 custa só isso?

Com uma gama menor, o Tiggo 7 2025 começa com a versão Sport, que custa menos de R$ 135 mil e tem um preço bem chamativo. Aqui, o modelo usa o motor 1.5 turbo de 150 cv.

A versão Pro Max Drive custa quase R$ 170 mil e troca esse conjunto pelo 1.6 turbo de 187 cv. Isso raramente acontece em outros SUVs, que costumam manter o mesmo motor em quase todas as versões.

Finalmente, o modelo da Chery ainda tem a versão Hybrid no topo da gama, pelo mesmo preço da opção intermediária.

Dessa vez, o propulsor 1.5 turbo é associado à ajuda da eletrificação para entregar 160 cv.

Confira os preços do Tiggo 7 2025:

• Tiggo 7 Sport – R$ 134.990
• Tiggo 7 Pro Max Drive – R$ 169.990
• Tiggo 7 Pro Hybrid Max Drive – R$ 169.990

Além das novidades de sua linha renovada, o Compass 2025 ainda ficou entre R$ 5 mil e R$ 20 mil mais barato. Mesmo assim, dá para perceber que ele começa muito acima do Tiggo 7.

A versão mais barata continua sendo a Sport, que custa quase R$ 180 mil. Ela usa o motor 1.3 turbo de 185 cv, assim como as duas versões Longitude, a Limited e a S, com valores que chegam a R$ 237 mil.

A opção Limited é a única com motor 2.0 diesel de 170 cv, por quase R$ 250 mil, mostrando que a marca não vai mais apostar nesse combustível por aqui. E isso ainda abriu espaço para as grandes novidades do SUV.

Estamos falando das opções Overland e Blackhawk, batizadas de Hurricane e que vem com motor 2.0 turbo de 272 cv.

Os preços ficam entre R$ 267 mil e R$ 280 mil. No topo da gama, o Compass S PHEV continua sendo vendido por R$ 347 mil.

Veja quanto custa o Compass 2025:

• Compass Sport 1.3 Turbo – R$ 179.990
• Compass Longitude 1.3 Turbo – R$ 196.990
• Compass Longitude Night Eagle 1.3 Turbo – R$ 205.990
• Compass Limited 1.3 Turbo – R$ 216.990
• Compass S 1.3 Turbo – R$ 236.990
• Compass Limited 2.0 Diesel – R$ 249.990
• Compass Overland Hurricane – R$ 266.990
• Compass Blackhawk Hurricane – R$ 279.990
• Compass S 4XE PHEV – R$ 347.300

VENCEDOR: Tiggo 7.

O Tiggo 7 é mais equipado

A situação é bem curiosa quando olhamos os preços desses SUVs médios, pois o Tiggo 7 mais caro ainda fica abaixo do Compass de entrada. Mesmo assim, algumas comparações ajudam a perceber quem oferece mais equipamentos.

Numa briga mais justa, podemos colocar lado a lado o Tiggo 7 Pro (R$ 169.990) e o Compass Sport (R$ 179.990). E enquanto o Jeep tem purificador de ar e start/stop como itens exclusivos, o rival oferece muito mais.

O SUV da Chery é o único com câmera 360º, ACC, assistente de farol alto, retrovisores com rebatimento elétrico e aquecimento, indicador de fadiga, alerta de ponto cego, assistente de faixa com alerta de permanência, alerta de colisão frontal, lanterna de neblina, assistente de desembarque e retrovisor interno fotocrômico.

Mas calma que a lista ainda não acabou: o chinês ainda tem teto panorâmico, bancos em couro com ajustes elétricos (e aquecimento para o motorista), partida remota, tampa elétrica do porta-malas e carregador por indução.

Isso deixa bem claro a estratégia da Chery: oferecer um pacote absurdamente recheado para brigar contra as marcas mais tradicionais, o que tem convencido muitos compradores do segmento.

VENCEDOR: Tiggo 7.

Mais eficiência no Jeep

Cada versão do Tiggo 7 oferece um conjunto mecânico diferente, o que pode ser uma vantagem para convencer os clientes da marca a gastar um pouco mais.

A opção de entrada, por exemplo, tem o propulsor 1.5 turbo flex de 147/150 cv e 21,4 kgfm, com câmbio CVT de 9 marchas. Nesse caso, o modelo chega aos 100 km/h em 10,7 segundos e tem máxima de 180 km/h.

Subindo para a opção intermediária, o SUV ganha potência com o 1.6 turbo a gasolina de 187 cv e 28 kgfm. Com câmbio automatizado de 7 marchas, ele acelera de 0 a 100 km/h em 8,1 segundos e alcança os mesmos 180 km/h de máxima.

Já na opção híbrida, o Tiggo 7 volta para o motor 1.5 turbo da versão mais barata, mas aqui ele está ligado ao propulsor elétrico para entregar 157/160 cv e 25,5 kgfm (com o mesmo câmbio CVT). A aceleração até os 100 km/h é feita em 9,7 segundos e a máxima também é de 180 km/h.

Mesmo com tantas opções, o modelo ainda perde nesse quesito para o Compass. Ele começa com o 1.3 turboflex de 180/185 cv e 27,5 kgfm, com câmbio automático de 6 marchas, que chega aos 100 km/h em 8,8 segundos e tem máxima de 207 km/h.

O motor 2.0 turbodiesel continua com 170 cv e 35,7 kgfm, mas com transmissão automática de 9 velocidades. São necessários 10,7 segundos para chegar aos 100 km/h, antes de alcançar a máxima de 197 km/h.

A terceira opção é uma novidade: o motor 2.0 turbo a gasolina, de 272 cv e 40,8 kgfm, ligado ao câmbio AT9. Como era esperado, o desempenho melhora bastante, levando apenas 6,3 segundos no 0 a 100 km/h e com máxima de 228 km/h.

Outro que impressiona nesse quesito é o Compass híbrido, que associa o motor 1.3 (a gasolina) com o propulsor elétrico para entregar 240 cv e 47,9 kgfm (câmbio AT6). Seu 0 a 100 km/h é feito em 6,8 segundos, com máxima de 206 km/h.

Falando sobre o consumo, é bom explicar que temos brigas distintas com tantas versões e motores nesse comparativo. Mas o Compass acaba levando a melhor em todas, como no consumo com etanol na disputa com o Tiggo flex.

Se abastecidos com gasolina, novamente vemos uma vitória do modelo da Jeep: ele é um pouco mais econômico entre as versões a combustão e muito mais econômico na briga entre os híbridos (com a vantagem de ser do tipo plug-in).

VENCEDOR: Compass.

O Chery tem mais espaço

Para definir quem leva seus passageiros com mais conforto, é preciso olhar os detalhes em cada modelo. De cara, vemos que o Tiggo 7 é maior no comprimento (4,50 x 4,40), na altura (1,70 x 1,63), na largura (1,84 x 1,81) e no entre-eixos (2,67 x 2,63).

Ao viajar na segunda fileira, você verá que o acabamento nos dois é muito parecido, assim como o espaço para as pernas. O que muda é o túnel central mais alto no Compass, que atrapalha o passageiro central e o obriga a posicionar os pés ao lado.

Fora isso, os dois oferecem saídas traseiras de ar-condicionado e entradas USB, mas apenas o Compass tem a porta tipo C.

Já no porta-malas, o Tiggo 7 ganha de forma incontestável: são 525 litros na versão de entrada e 475 litros nas demais, contra apenas 420 litros com Compass. Ainda que o acabamento seja melhor no Jeep, o que conta mesmo é o espaço.

VENCEDOR: Tiggo 7.

E a revisão dos 60.000 km?

Todas as versões nesse comparativo oferecem 5 anos de garantia, algo que a Jeep implementou recentemente. A única exceção continua sendo o Compass híbrido, que tem 3 anos de cobertura.

Fora isso, é preciso dizer que a tabela de revisões abaixo é uma verdadeira confusão, pois cada modelo usa um sistema diferente. O Tiggo 7 ainda é mais convencional, com serviços a cada 10.000 km, mas o site da marca informa os valores apenas até a 5ª revisão.

Entramos em contato com uma concessionária da marca para descobrir o valor da revisão dos 60.000 km e aí ficou claro o motivo da marca retirá-la do site: enquanto as versões Sport e Hybrid cobram quase R$ 1,3 mil, o modelo Pro 1.6 Turbo exige R$ 3,5 mil nessa única revisão.

Isso faz com que o Tiggo 7 tenha o mesmo problema de seus irmãos: são carros que custam menos na hora de comprar, mas são caros para manter, com valores que ficam entre R$ 5,9 mil e R$ 7,6 mil até os 60.000 km.

No caso do Compass, os modelos 1.3 turbo e Hurricane realizam paradas a cada 12.000 km, totalizando quase R$ 5 mil e R$ 6 mil, respectivamente. A versão a diesel tem revisões a cada 20.000 km e soma R$ 4,3 mil, enquanto o modelo híbrido tem intervalos de 15.000 km e passa dos R$ 4,8 mil.

De qualquer forma, o custo de manutenção até os 60.000 km é menor no Compass. A exceção fica por conta das novas versões 2.0 turbo a gasolina.

VENCEDOR: Compass.

O Compass continua vendendo mais

Se excluirmos os SUVs compactos, que são mais baratos e vendem mais, o Compass é o líder em seu segmento. Até maio de 2024, o modelo somou 18.831 unidades e ficou na 7ª posição geral, mostrando que segue forte no mercado nacional.

Enquanto isso, o Tiggo 7 aparece apenas na 15ª posição, mas seus números também são animadores para a marca: 7.574 unidades nos cinco primeiros meses do ano, superando o VW Taos, por exemplo.

Não resta dúvida que o modelo da Chery está fazendo barulho entre os SUVs, e esses números devem melhorar até o final do ano. Mas ainda parece difícil imaginar que ele consiga vender mais que o Compass.

VENCEDOR: Compass.

Conclusão

Não tivemos empate em nenhum quesito nesse comparativo, mas sim no resultado final. Foram três vitórias para cada lado, o que apenas expõe o equilíbrio entre esses modelos.

O Tiggo 7 levou a melhor ao apresentar preços mais acessíveis, uma lista de equipamentos muito mais recheada e espaço interno mais generoso, o que inclui seu porta-malas. São atributos importantes para as famílias que buscam um novo SUV.

Já o Compass se mostrou melhor na linha de motores, com desempenho e economia superiores ao rival, além de ter revisões mais baratas e um volume de vendas mais expressivo por aqui, algo que pode ajudar na hora de vender o carro.

Isso deixa na mão do consumidor a escolha entre um modelo mais barato e mais equipado, mas que ainda precisa vencer algum preconceito dos brasileiros, e outro que cobra caro pelo que oferece, mas com a tradição da marca.

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