Enquanto muitos ainda olham para a Tesla Cybertruck como um símbolo de inovação, os proprietários do modelo já começaram a perceber que a estética futurista tem um preço alto — especialmente no inverno.

Entre os inúmeros problemas enfrentados pelo polêmico modelo elétrico, os faróis entraram recentemente na lista de dores de cabeça.

E não é exagero: há donos usando martelo para poder enxergar à noite.

Acontece que o design frontal da picape inclui uma “prateleira” logo acima do para-choque dianteiro. É ali que ficam os faróis principais, já que a faixa de luz no topo da frente do veículo é apenas uma assinatura de iluminação diurna.

O posicionamento, que parece ter sido pensado para valorizar o visual agressivo, se mostra um erro crasso em locais frios.

Bastou a chegada da neve para que donos notassem o acúmulo de gelo bloqueando totalmente a iluminação. Um relato em fórum de proprietários afirma que foi preciso quebrar o gelo com um martelo para liberar os faróis.

O curioso é que essa falha grotesca não será corrigida via recall.

Enquanto já houve chamados por falhas no limpador de para-brisa e no pedal do acelerador, a Tesla parece confortável em empurrar o problema para os donos.

Moradores da Califórnia e de regiões mais quentes podem nem notar o problema, mas qualquer pessoa que encare o inverno rigoroso está lidando com um projeto que simplesmente ignora as condições do mundo real.

Os faróis, aliás, são um tema recorrente de insatisfação. Há quem critique a potência da iluminação, enquanto outros tentam defendê-la nos fóruns.

A solução “oficial”? A Tesla vende uma barra de luz extra como acessório — entregue parcialmente instalada, e que exige do comprador soldar os fios por conta própria. Sim, você paga uma fortuna por um carro que ainda vem com serviço de gambiarra embutido.

Para piorar, a empresa começou a repetir o erro. Em janeiro, a Tesla atualizou o Model Y na Ásia com faróis que seguem o estilo da Cybertruck.

Embora o SUV não tenha a tal “prateleira de gelo”, fica claro que a empresa quer forçar um visual padronizado, mesmo que isso vá contra o bom senso e a ergonomia.

Em meio a uma série de recalls e críticas, a Tesla parece manter sua prioridade no design ousado, ainda que impraticável.

E com Elon Musk cada vez mais envolvido em polêmicas fora da empresa — como sua controversa presença como “conselheiro informal” em Washington —, é difícil imaginar que o foco vá mudar tão cedo.

O Cybertruck, ao que tudo indica, vai continuar colecionando falhas antes mesmo de se firmar como produto de verdade.