Nissan considera mudar a produção do Sentra do México para os Estados Unidos, e isso seria o fim do modelo no Brasil

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A Nissan está avaliando seriamente a possibilidade de transferir a produção do sedã Sentra do México para sua fábrica subutilizada em Canton, Mississippi.

A mudança tem como objetivo evitar a tarifa de importação de 25% imposta pelos Estados Unidos, o que poderia aliviar uma pressão bilionária nas finanças da montadora, segundo um fornecedor que conversou com a Automotive News.

O Sentra é o segundo carro mais vendido da marca no mercado americano, com 152.659 unidades entregues em 2023 — quase 20% das vendas totais da Nissan no país.

Hoje, ele é montado em Aguascalientes, no México, junto com outros dois modelos que, juntos, representam cerca de um terço do volume da marca nos EUA.

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Apesar de ainda não ter confirmado mudanças, a Nissan declarou que está constantemente reavaliando sua estratégia industrial com os fornecedores, levando em conta os requisitos do mercado.

A fala reforça que, mesmo sem decisão tomada, a mudança está claramente em análise.

A transferência para solo americano poderia livrar a marca de tarifas bilionárias.

A Nissan projeta um impacto potencial de 3,1 bilhões de dólares com as tarifas impulsionadas pela administração de Donald Trump, e o CEO da empresa, Ivan Espinosa, afirmou recentemente que a companhia busca estratégias de mitigação.

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Entre as opções estão a priorização de modelos produzidos nos EUA e a localização da produção de modelos populares, como o Sentra.

Mas há um dilema. Produzir em território americano implica em custos de mão de obra mais altos, o que coloca em risco a já apertada margem de lucro de um modelo de entrada.

Segundo Christian Meunier, chairman da Nissan Américas, “manter a acessibilidade dos carros é fundamental nos EUA”. Ele também destacou que possíveis mudanças no acordo comercial entre EUA, México e Canadá (USMCA) podem afetar a decisão final.

Além disso, a mudança poderia impactar a viabilidade de vender o Sentra no Brasil, já que por aqui ele chega beneficiado por acordos de livre comércio entre o Brasil e o México, algo que não aconteceria se o modelo viesse dos Estados Unidos.

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É claro que é muito mais importante para a Nissan vender o Sentra nos Estados Unidos, do que no Brasil.

Aqui, ele vende em torno de 300 a 400 unidades por mês, neste ano de 2025. Nos Estados Unidos, vende em torno de 18.000 unidades por mês.

Do ponto de vista logístico, mudar a produção não seria impossível.

O fornecedor revelou que a realocação de ferramentas e equipamentos da planta de Aguascalientes para Canton poderia ser feita em até seis meses, desde que haja compatibilidade entre as linhas de montagem.

Atualmente, a fábrica de Canton opera com apenas 51% da capacidade, fabricando os modelos Frontier e Altima.

Inicialmente, o plano era utilizar esse espaço extra para a produção de quatro novos veículos elétricos, mas, diante da baixa demanda, a empresa cancelou os sedãs e suspendeu os planos dos crossovers.

Outro ponto favorável à mudança seria a capacidade ociosa entre os fornecedores da Nissan nos EUA.

Segundo o mesmo fornecedor, a cadeia de suprimentos local já havia se preparado para abastecer os modelos elétricos agora cancelados, o que abre espaço para reconfigurar as linhas e atender à produção do Sentra.

Se confirmada, a mudança pode representar um ganho estratégico para a Nissan em dois pontos cruciais: driblar tarifas pesadas e dar uso mais eficiente a uma fábrica que hoje opera abaixo da capacidade ideal.

Mas, como tudo depende do cenário tarifário e de custos internos, a decisão final ainda aguarda os próximos movimentos do governo americano — e da própria montadora.

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