Para a CEO da Slate, está na hora de parar de transformar os carros em tablets com rodas.
Em vez de telas gigantes, interfaces complicadas e promessas de condução autônoma que mais confundem do que ajudam, a startup quer resgatar a essência do automóvel: o prazer de dirigir.
“Dirigir deveria ser divertido de novo”, diz Chris Barman, engenheira de formação e veterana da indústria automotiva, com décadas de experiência na Chrysler.
Com o apoio financeiro de nomes de peso, como Jeff Bezos, a Slate está se posicionando como uma alternativa no mercado de veículos elétricos ao focar em simplicidade, preço acessível e praticidade.
Nada de comandos por voz confusos, assistentes virtuais ou assistências que tomam o volante do motorista.
O primeiro modelo da empresa será uma picape elétrica básica, com preço estimado a partir de 28 mil dólares — valor que, com incentivos fiscais, pode cair para cerca de 20.500 dólares.
Para Barman, o segredo está em oferecer exatamente o que os motoristas precisam, sem exageros.
“Cresci em uma fazenda e meu primeiro carro foi uma Ford Ranger 1984, com câmbio manual, vidros manuais e sem ar-condicionado. Era simples, mas me dava liberdade para ir aonde quisesse. É esse sentimento que queremos trazer de volta”, afirma a executiva.
A nova picape da Slate terá uma proposta única no mercado: será modular.
O cliente começa com um modelo básico e pode adicionar o que quiser com o tempo — sistema de som, telas, iluminação externa personalizada, e até um kit que transforma a picape em um SUV de cinco lugares.
Segundo a CEO, essa flexibilidade permite que o veículo acompanhe as mudanças na vida do proprietário sem a necessidade de trocá-lo por outro.
A startup também aposta em uma abordagem moderna para o processo de compra. Nada de concessionárias ou pacotes empurrados por vendedores.
A venda será direta ao consumidor, feita online, e os clientes poderão configurar seus veículos do jeito que quiserem, no seu tempo.
A empresa pretende inclusive lançar a "Slate University", uma plataforma de vídeos tutoriais para ensinar os usuários a instalar os acessórios por conta própria.
Apesar de ainda estar estruturando sua produção — a Slate busca reativar uma fábrica desativada no Meio-Oeste dos Estados Unidos —, as reservas já estão abertas com um valor simbólico e reembolsável de 50 dólares.
Em um mercado onde a tecnologia embarcada virou sinônimo de status, a Slate quer provar que há espaço para uma proposta mais direta: menos distrações, mais estrada.
Para Chris Barman, a tecnologia deve servir ao motorista, e não o contrário. E talvez, ao cortar o excesso, ela esteja reacendendo algo que muitos carros modernos perderam: o prazer puro e simples de dirigir.
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