Bugatti Chiron: obra-prima da engenharia automotiva

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Bugatti Chiron. Um dos bólidos mais poderosos já construídos pelo homem, o hiper carro francês é uma obra-prima da engenharia automotiva.

Considerado uma obra de arte sobre rodas, que pode estar tanto numa sala quanto numa Autobahn, o Chiron é engenho que precisa de muitos dias para ficar pronto.

Desenvolvido na Alemanha pela Bugatti Engineering GmbH, o Chiron é uma máquina de alta performance construída à mão em Molsheim, região da Alsácia, na França.

Na Bugatti Automobiles SAS, a empresa francesa que o constrói na parte mais alemã da França, o Chiron nasceu como sucessor do Veyron e homenageia um piloto do passado da marca.

Levando o nome de Louis Chiron, de Mônaco, o Bugatti Chiron nasceu como um conceito em 1999, na época em que o EB110 reinava nas pistas da Europa.

Bugatti Chiron – detalhes

Em 2015, um segundo conceito trouxe à luz a proposta definitiva para a Bugatti substituir seu bólido da ocasião.

Construído em fibra de carbono e alumínio, além de ligas especiais, o Chiron é feito em duas partes unidas à mão e com uma usina de força impressionante.

Pesando praticamente duas toneladas, o Bugatti Chiron necessita de um engenhoso esquema técnica para ultrapassar a barreira dos 400 km/h.

Sendo um dos carros mais rápidos e velozes em produção seriada, o Chiron é um carro para poucos, custando de US$ 2.990.000 a US$ 3.300.000.

Esses são os preços básicos nos EUA para as variantes Pur Sport e Noire, com a Super Sport 2022 custando bem mais que isso.

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Para um carro tão caro, é necessário um conjunto de itens para manter sua manutenção, sendo tão cara quanto o próprio preço do veículo.

Para apenas quatro anos de manutenções, a Bugatti cobra US$ 314 mil para manter o Chiron Pur Sport nos EUA.

Isso realmente equivaleria a dar um Rolls-Royce de presente para a Bugatti a cada quatro anos. A marca diz que seus clientes em média possuem “84 carros, 3 jatos e um iate”.

Com 4,544 m de comprimento, 2,038 m de largura, 1,212 m de altura e 2,711 m de entre eixos, o Chiron pesa 1.996 kg, mas a versão Super Sport, a mais recente, desloca 1.978 kg.

Tendo um consumo de gasolina de alta octanagem como o de um avião quando em altíssimas velocidades, o Chiron decola literalmente sem sair do chão.

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Para a Bugatti, se o Chiron saísse do chão seria uma “benção”, visto que é preciso limitar sua velocidade em 420 km/h. Motivo? Os pneus.

Segundo a Bugatti Engineering GmbH, nenhum pneu atualmente em produção suportaria rodar na velocidade final real do Chiron sem se destruir.

Recentemente, um bilionário tcheco conseguiu atingir 414 km/h com seu Chiron sem preparação em um trecho da Autobahn A2 na Alemanha (foto acima).

Com uma chave específica, pode-se limitar o carro a 380 km/h para poupar pneus…

Então, o que move tudo isso? Um W16 8.0 com quatro turbocompressores e o extremo da engenharia autonomia do grupo Volkswagen.

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Com ele, o Chiron alcança 1.500 cavalos e 162,6 kgfm, mas nas versões Noire e Pur Sport, pois, a Super Sport dispõe de 1.600 cavalos.

Para termos uma ideia de seu desempenho, ele pode alcançar 400 km/h em pouco mais de meio minuto e parar até a imobilidade em apenas 9,4 segundos.

Monstruoso, o Bugatti Chiron não exibe apenas tecnologia e força, mas uma cabine para dois com muito luxo e suntuosidade, esculpida como uma obra de arte.

Em contraste com a elegância interna, o exterior é forte, agressivo e impressionantemente impactante.

Infelizmente, a produção do Bugatti Chiron Noire e Pur Sport está chegando ao fim com o último lote em série especial para completar as 500 unidades previstas.

O Bugatti Chiron é um bólido de linhas bem expressivas, com faróis full LED matriciais e a característica grade central ovalizada, inspirada nos clássicos do passado da marca.

Com enormes entradas de ar frontais, assim como vincos que criam um “C” alusivo ao nome, o Chiron tem motor central WR16 praticamente exposto em duas aberturas na traseira.

Esta é dominada por uma asa móvel bem elevada e lanternas em LED num conjunto unificado.

Dois escapes centrais se destacam, assim como os enormes difusores de ar laterais.

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As rodas são de fibra de carbono com freios de alto poder de frenagem e discos de carboneto de silício-carbono, tendo aro 20 na frente com pneus 285/30 ZR20 e aro 21 atrás, com pneus 355/25 ZR21.

Por dentro, o Bugatti Chiron tem um ambiente suntuoso e elegante, com detalhes em alumínio, aço escovado e alumínio polido, bem como couro especial e revestimentos em Alcantara e fibra de carbono.

O cluster é digital e configurável, com volante em Alcantara com paddle shifts e botão do Launch Control. O console central é estreito e tem botões de alumínio bem vistosos.

Os bancos em formato de concha, possuem elementos vazados, ajustes elétricos e cintos de quatro pontos.

Bugatti Chiron – preços e versões

Bugatti Chiron Noire — US$ 2.990.000 — Edição especial em homenagem ao Bugatti Type 57 SC Coupé Aero de 1936, conhecido como “La Voiture Noire”. Tem carroceria com carbono exposto e detalhes em preto, mas tem outra versão com partes em preto fosco. Dispõe de ar condicionado dual zone, bancos em couro e Alcantara, volante em Alcantara, bancos em estilo concha com cintos de 4 pontos, detalhes em alumínio e carbono no interior, controle de cruzeiro adaptativo, suspensão adaptativa, modos de condução, controle de largada, modo de pista, entre outros.

Bugatti Chiron Pur Sport — US$ 3.300.000 — Itens acima, adicionando suspensão dianteira 65% mais rígida e traseira com 33% mais firme, mais alumínio anodizado e titânio no interior, mais Alcantara no acabamento, escapamento em titânio, spoiler traseiro fixo e pneus Michelin Sport Cup 2R com 10% mais de aderência. Tem ainda barras estabilizadoras de fibra de carbono e novo modo Sport.

Bugatti Chiron Super Sport — US$ 3.900.000 — Itens acima, porém com motor mais potente, pintura especial, rodas exclusivas e perfil aerodinâmico mais apurado, assim como acabamento com mais Alcantara e titânio.

Bugatti Chiron – motor

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Conhecido como WR16 8.0, o propulsor do Bugatti Chiron é um monstro de motor, dado ter 16 cilindros em duas bancadas em V de 15 graus com dois comandos cada uma.

Esses comandos variáveis acionam quatro válvulas por cilindro, que somam 64 unidades. Cada cilindro tem válvulas acionados por dois comandos, acionados por correntes de titânio.

Fruto da união de dois motores VR8 4.0 em 2005, motor que chegou a equipar o Passat, o WR16 forma um enorme V de 90 graus.

Conhecido por ser um “motor quadrado” com diâmetro x curso de 86 mm x 86 mm, o WR16 tem 7.993 cm³ e taxa de compressão de 10:1.

Com bloco feito de alumínio forjado, o WR16 impressiona por ter um eixo virabrequim de aço forjado em vez de uma liga mais forte, mas com pistões dados de bielas de titânio.

Tendo ignição de plasma e pistões ultrafortes, o super motor da Bugatti tem cárter seco com lubrificação de alta pressão.

Ele requer 16 litros de óleo Castrol Edge 10W60 sintético com titânio líquido, cujo litro custa em média R$ 200 no Brasil.

Além disso, o Bugatti Chiron exige em seu motor nada menos que 40 litros de líquido de arrefecimento em dois circuitos separados.

Isso tudo não conta em relação aos dois intercoolers, que resfriam o ar de indução. Para estes, mais 15 litros de produto água desmineralizada para manter a temperatura.

Como um motor de navio, o WR16 exige manutenção altamente especializada, especialmente para seus quatro turbocompressores.

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A cada revisão, ocorrida em intervalos de 16.000 km ou 14 meses, o WR16 exige a troca de 16 bujões de cárter.

Nesses intervalos, o WR16 precisa não só de 16 litros de óleo, mas dos 55 litros de água especial para sua refrigeração.

Ou seja, a manutenção somente do WR16 é como a de uma enorme barco ou uma avião.

Para tudo isso, o WR16 do Bugatti Chiron dispõe de 16 bobinas mapeadas e injeção estranhamente multiponto com 16 bicos injetores externos de alta pressão.

Eles são fixos em dois coletores de admissão feitos em magnésio e seu sistema de distribuição de combustível é duplo e Common Rail, como de motores diesel.

Para dar conta de toda a gestão dessa usina de força, a Bugatti teve que introduzir duas ECU para o controle do motor.

Com tudo isso, entrega 1.500 cavalos a 6.000 rpm e 162,6 kgfm de 2.000 rpm a 6.000 rpm. No Chiron Super Sport são 1.600 cavalos. Todo o motor completo pesa 400 kg.

Montado nele, uma caixa automatizada de dupla embreagem e sete marchas foi introduzida, sendo ela ajustada especialmente para suportar altíssimas cargas de torque.

Junto dela, um sistema de tração permanente da Haldex com gestão eletrônica de transferência de torque por meio de acopladores lubrificados e de grande resistência.

Bugatti Chiron – desempenho e consumo

O Bugatti Chiron é um hiperesportivo e por isso seu desempenho está muito acima de produtos como da Ferrari, Porsche ou McLaren.

Com Koenigsegg e Hennessey como principais rivais, a marca teuto-francesa não tem comparação com as tradicionais esportivas.

O Chiron já quebrou alguns recordes de velocidade, inclusive o de “0-400-0”, que consiste em acelerar da imobilidade até 400 km/h e imediatamente frear forte até parar totalmente.

Nesse caso, em 2019, o Chiron obteve a marca de 41,96 segundos em 3.112 metros de pista. Regularmente, o bólido da Bugatti vai de 0 a 100 km/h em 2,4 segundos.

Para atingir 200 km/h, ele precisa de 6,1 segundos e para chegar a 300 km/h, 13,1 segundos. Por fim, a marca de 400 km/h é alcança aos 32,6 segundos.

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Ou seja, é preciso pouco mais de meio minuto para se alcançar quatro vezes o limite de uma estrada como o Rodoanel de São Paulo, por exemplo.

O Bugatti Chiron tem velocidade limitada eletronicamente em 420 km/h, sendo quase alcançada por um motorista numa Autobahn, chegando ele a 418 km/h.

Normalmente, há uma chave especial que limita a final em 380 km/h.

O motivo para os dois limites são os pneus, fabricados pela Michelin e com medidas 285/30 ZR20 na frente e 355/25 ZR21 atrás.

A Bugatti diz que não existem pneus de produção seriada que suportam muito tempo a velocidade final do Chiron.

Normalmente, a marca indica a troca dos mesmos com apenas 4.000 km, devido ao alto desgaste em velocidades extremas, assim como as próprias rodas.

Feitas de fibra de carbono, as enormes rodas  de aro 20 polegadas na frente e 21 polegadas atrás, precisam ser trocadas a cada 16.000 km, devido ao esforço extremo.

O consumo dos Bugatti Chiron Noire e Pur Sport é de 3,9 km/l na cidade e 6,0 km/l na rodovia, o que cai vertiginosamente ao alcançar a final.

Mesmo com um tanque de 100 litros da melhor gasolina que se pode colocar, o Chiron o esvazia completamente em oito minutos, rodando na velocidade final.

Então, pense nesse carro como um caça a jato com pós-combustor ligado e sem tanques alijáveis. Ou seja, ele não irá voar muito longe com toda a potência.

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Deve-se lembrar ainda que os pneus não suportam rodar muitos minutos acima de 400 km/h. A Bugatti oficialmente diz que o Chiron alcança 463 km/h, mas já foi obtido 490 km/h.

No Chiron Super Sport, cuja potência é de 1.600 cavalos, a marca até 100 km/h não muda, mas até 200 km/h, ele precisa de 5,8 segundos e até 300 km/h, o faz em 12,1 segundos.

Sua velocidade final é de 440 km/h, mas a Bugatti não limitará os carros usados em competições.

O consumo desse modelo é de 3,8 km/l na cidade e 5,9 km/l na estrada, secando o tanque em menos de 8 minutos acima dos 400 km/h.

Para parar esse monstro devorador de pistas, a programação do Chiron ajusta a asa traseira para criar um enorme arrasto aerodinâmico.

Esse “speed brake” atua junto aos enormes freios a discos ventilados de carbono-cerâmica com pinças gigantescas da Brembo, além de redução controlada da transmissão.

Bugatti Chiron – desenvolvimento e edições

O desenvolvimento do Bugatti Chiron deu-se com base no Veyron, lançado com preço de € 2.400.000, tendo sinal de € 200.000. Não tinha versão até 2018, quando surgiu o Chiron Sport.

Este dispunha de suspensão mais firme e fibra de carbono em profusão nos componentes, o que baixou seu peso em 18 kg. Foram feitas melhorias aerodinâmicas e vetorização de torque mais eficiente.

No ano seguinte, apareceu o Chiron “110 Ans Bugatti”, em comemoração aos 110 anos da marca. Tinha pintura azul com carbono, bem como escapes em preto fosco.

Em 2020, o Bugatti Chiron “Les Légendes du Ciel” foi uma homenagem aos pilotos da Bugatti, que no passado voaram os aviões da Armée De L’Air, a famosa força aérea francesa.

Este bólido tinha pintura em cinza-fosco e carbono exposto, nova grade frontal e as cores da bandeira francesa.

Por fim, o Bugatti Chiron Super Sport 300+ foi uma série para comemorar os 300 primeiros carros vendidos. Tinha motor de 1.600 cavalos, relações de marchas mais longas e aumento dos spoilers.

Não tinha limitador de velocidade e assim chegava a 483 km/h, tendo ainda escape de titânio do Bugatti Centodieci.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X