Mesmo com o sucesso absoluto do Model Y, que foi o carro mais vendido do planeta em 2024, a Tesla está vivendo um 2025 cheio de tropeços e incertezas.
A montadora americana de carros elétricos, que já foi sinônimo de inovação e desejo, agora enfrenta protestos em escala global com o movimento conhecido como “Tesla Takedown” — um reflexo direto das atitudes e declarações polêmicas de Elon Musk, seu CEO.
A situação mais crítica no momento envolve a Cybertruck, a picape futurista que chegou ao mercado cercada de promessas, mas que agora amarga uma pilha de quase 2.400 unidades encalhadas, representando mais de 200 milhões de dólares em estoque parado.
E o cenário é ainda mais alarmante: segundo relatos de clientes, a própria Tesla estaria se recusando a aceitar a Cybertruck como forma de pagamento em trocas por outros modelos, um sinal claro de que a empresa perdeu a confiança no próprio produto.
Há também casos de proprietários sendo obrigados a acionar a Lei do Limão — legislação que permite devolver veículos com defeitos crônicos — para se livrar da picape.
Apesar de a empresa ter anunciado anteriormente mais de um milhão de pré-reservas da Cybertruck, a demanda real parece ter desaparecido rapidamente. Em seu melhor mês, em setembro de 2024, foram vendidas pouco mais de 5.300 unidades.
Desde então, os números caíram drasticamente.
Uma das últimas lembranças públicas do modelo veio por meio de um recall que atingiu quase todas as unidades já entregues, revelando que apenas 46 mil Cybertrucks chegaram efetivamente às mãos dos clientes.
Enquanto isso, a imagem pública de Elon Musk, antes cultuada por entusiastas da tecnologia e investidores, tornou-se um problema crescente para a marca.
Sua aproximação com Donald Trump e sua liderança na DOGE — uma organização envolvida na desestruturação de órgãos públicos dos Estados Unidos — afastaram parte significativa dos consumidores.
O impacto é visível: donos de Tesla estão se desfazendo de seus carros em busca de distanciamento da figura de Musk, e concessionárias se mostram pouco dispostas a adquirir Cybertrucks usadas, oferecendo valores muito abaixo da tabela enquanto esperam que o mercado encontre algum tipo de estabilidade.
Dados do portal Electrek mostram que os preços de revenda da Cybertruck despencaram 55% em relação ao ano passado, 13% apenas nos últimos três meses, e 6% no último mês.
O efeito dominó atinge não apenas os clientes, mas também toda a cadeia de revendedores.
Com o agravamento das tensões comerciais geradas pelas novas tarifas impostas pelo governo Trump e os deslizes contínuos de Musk, o futuro da Tesla se torna cada vez mais nebuloso.
Os protestos contra a marca já ocorreram em pelo menos 253 cidades ao redor do mundo, e tudo indica que essa pressão popular só tende a crescer.
Para uma empresa que prometia revolucionar a mobilidade global, o momento atual parece mais um freio de arrumação — e dos grandes.
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