
Com o avanço das tecnologias nos veículos elétricos, a próxima grande revolução não está nos motores ou baterias — está na voltagem.
A arquitetura de 800 volts promete transformar a forma como carregamos, dirigimos e fabricamos EVs, embora o custo ainda seja um obstáculo.
A indústria automotiva mudou muito desde que o Nissan Leaf chegou ao mercado em 2010 com seus modestos 107 cv e 117 km de alcance.
Hoje, temos modelos elétricos com mais de 1.000 cv e autonomia que passa dos 600 km.
Um dos fatores mais importantes por trás dessa evolução é a mudança de arquitetura elétrica: dos tradicionais 400 volts para os promissores 800 volts.

Por que 800 volts importa tanto?
A explicação é técnica, mas simples: quanto maior a voltagem, menor a corrente (amperagem) necessária para alcançar a mesma potência.
Isso reduz perdas de energia, gera menos calor e permite usar cabos mais finos e leves — o que, por sua vez, melhora o desempenho e a eficiência do carro como um todo.
Além disso, os carros com sistema de 800V conseguem carregar muito mais rápido.
Em vez de passar 30 a 40 minutos no carregador, o tempo pode cair pela metade — algo fundamental para a popularização dos EVs.

Então por que todos os carros elétricos não usam 800V?
Porque custa caro.
A tecnologia de 400V é mais antiga, consolidada e barata. Componentes como inversores, baterias e sistemas de refrigeração ainda são mais acessíveis nessa faixa.
Para a maioria dos consumidores — especialmente com o fim dos incentivos fiscais para EVs nos EUA —, pagar mais por um 800V pode não valer a pena no curto prazo.

Quem já entrou nessa?
Marcas como Porsche (Taycan), Audi (e-Tron GT), Kia (EV6) e Hyundai (Ioniq 5) já usam 800 volts.
A Rimac foi pioneira com o hipercarro Nevera, com quase 2.000 cv.
Agora, montadoras como BMW, Mercedes e Volvo também estão embarcando nessa com suas novas gerações de veículos.
A expectativa é que, conforme a tecnologia se popularize, os custos caiam.
Mas, até lá, os EVs com 800V devem permanecer no topo da cadeia alimentar — mais eficientes, mais rápidos, mas também mais caros.
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