
Nos últimos anos, as maiores montadoras do mundo apostaram alto na eletrificação de seus portfólios, investindo bilhões na construção de fábricas de baterias para veículos elétricos.
Mas agora, sinais cada vez mais claros indicam que essa corrida pode ter ido longe demais, rápido demais.
Um novo relatório da consultoria AlixPartners, publicado pelo jornal Nikkei Asia, aponta que até 2030, a capacidade global de produção de baterias será três vezes maior que a demanda real por carros elétricos.
Só na América do Norte, essa capacidade deve quadruplicar — e grande parte dela pode simplesmente não ser utilizada.
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Montadoras como Ford, General Motors e Panasonic já começaram a rever suas metas.

A Ford, por exemplo, está erguendo uma megafábrica de baterias no Kentucky, em parceria com a sul-coreana SK On.
O projeto, avaliado em US$ 5,8 bilhões e com previsão de gerar 5.500 empregos, já teve sua capacidade reduzida em 35%.
Além disso, a empresa suspendeu indefinidamente a produção da picape elétrica F-150 Lightning, diante da queda na demanda nos Estados Unidos.
A GM também sente os impactos: mais de 1.500 trabalhadores das fábricas de baterias em Ohio e Tennessee, operadas em conjunto com a LG Energy Solution, serão demitidos.
A justificativa é a adoção mais lenta dos EVs e mudanças no ambiente regulatório norte-americano.

A japonesa Panasonic, que fornece baterias para a Tesla, inaugurou recentemente uma nova planta no Kansas, mas já sinaliza que os planos de atingir produção total até 2026 podem atrasar.
Com vendas de EVs esfriando no mercado americano, alguns projetos foram completamente abandonados.
É o caso da T1 Energy, que cancelou a construção de uma nova fábrica de baterias na Geórgia.
Parte dessa retração está ligada à mudança nas políticas federais sob a gestão de Donald Trump.
A administração republicana eliminou o crédito fiscal federal de US$ 7.500 para compra de EVs e derrubou as penalidades para fabricantes que não atingem metas de emissões.
Essas medidas favorecem o retorno dos veículos a combustão, especialmente os com maior margem de lucro.
O resultado disso é uma indústria que, até pouco tempo atrás, competia por liderar o futuro elétrico e agora tenta conter prejuízos com instalações gigantescas que podem não ter para quem produzir.
A bolha da eletrificação ainda não estourou por completo, mas os cortes de investimentos, demissões e projetos suspensos indicam que o entusiasmo inicial pode estar cedendo lugar à cautela.
Com políticas instáveis e uma adoção mais lenta do que o previsto, o futuro dos EVs está longe de ser tão certeiro quanto parecia poucos anos atrás.
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