
A Chrysler parece finalmente pronta para sair do limbo automotivo em que se meteu nos últimos anos.
Desde que aposentou o sedan 300, que mesmo sem ser um fenômeno de vendas ainda carregava um certo prestígio, a marca se limitou ao nicho das minivans.
Mas agora, tudo indica que um novo capítulo está prestes a ser escrito — e ele não tem nada a ver com vans familiares.
A própria CEO da Chrysler, Chris Feuell, confirmou em entrevista ao site Automotive News que a marca está trabalhando em um novo carro.
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E ela fez questão de enfatizar: não será uma minivan e talvez nem mesmo um crossover. A proposta, segundo ela, é trazer um modelo que una “multienergia, design incrível, performance e flexibilidade de interior”.
As pistas são vagas, mas a inspiração clara vem do conceitual Halcyon, apresentado em 2024, com linhas ousadas e interior repleto de tecnologias como realidade aumentada.
A ideia da Chrysler é aproveitar uma possível “ressurreição do segmento de carros”, segundo palavras da própria executiva, apontando para consumidores que buscam algo mais acessível e inovador, em contraste com os SUVs inflacionados que dominam o mercado.
Feuell acredita que a definição de “carro” está mudando — e a Chrysler quer liderar essa nova fase.

Vale lembrar que o segmento de sedãs praticamente desapareceu das grandes marcas americanas.
A Ford abandonou por completo esse tipo de carro, a GM cortou diversos modelos, e a própria Fiat Chrysler (agora Stellantis) foi pioneira nesse movimento, ainda sob comando do inesquecível Sergio Marchionne, que decidiu investir tudo em Jeep e Ram lá em 2016.
Marchionne, realista convicto, chegou a elogiar publicamente Honda e Toyota por ainda conseguirem lucrar com sedãs — algo que a FCA nunca conseguiu fazer de forma sustentável.

Com a fusão que gerou a Stellantis, a marca Chrysler virou quase um acessório no conglomerado. O foco comercial ficou nas minivans Pacifica e Voyager, que até seguem vendendo bem, mas não empolgam o público.
Só no primeiro semestre de 2025, a Pacifica vendeu mais de 50 mil unidades, e a Voyager mais de 7 mil. Mas falta ambição — e parece que esse novo modelo pode trazer justamente isso.
A aposta, segundo rumores, pode não ser um sedã tradicional, mas sim um modelo de difícil classificação: talvez algo como um fastback de quatro portas, um GT baixo com pegada futurista, ou até um crossover com design esportivo e soluções tecnológicas inovadoras.
O conceito Halcyon já antecipava essa linguagem: linhas aerodinâmicas, interior reconfigurável e um pacote completo de tecnologias emergentes.
Fato é que, dentro da Stellantis, a Chrysler tem uma vantagem: é uma marca quase “em branco”, com espaço para experimentar e reinventar sua identidade.
Enquanto Jeep, Dodge e Ram já têm nichos bem definidos, a Chrysler pode ousar — e talvez seja isso que esteja prestes a acontecer.
Ainda não há datas confirmadas, nem imagens oficiais do projeto que sucederá o Halcyon.
Mas se o plano sair do papel como promete a CEO, podemos estar diante de um dos retornos mais inesperados e interessantes do mercado americano — com um carro que, finalmente, devolva à Chrysler o status que ela já teve um dia.
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