A BMW M está plenamente ciente de que seu público mais fiel — os entusiastas de verdade — ainda torce o nariz para carros elétricos.
A divisão esportiva da marca bávara sabe que seus seguidores valorizam o som do motor, as trocas de marcha manuais, a vibração do seis cilindros em linha e toda a experiência sensorial que um esportivo a combustão proporciona.
Mesmo assim, ela não vai parar: os elétricos virão, goste ou não.
Sylvia Neubauer, vice-presidente da BMW M, foi direta ao comentar o assunto em entrevista à revista Top Gear.
“A maioria do nosso público é composta por entusiastas, e eles definitivamente não são os mais abertos à eletrificação”, afirmou.
Ela reconhece que há uma resistência clara quando se fala em tirar o ronco do motor e substituí-lo por silêncio e torque imediato.
Mas a realidade do setor automotivo não perdoa tradições. A eletrificação é inevitável, tanto por conta das legislações ambientais quanto pela própria evolução da tecnologia.
A BMW M, que já lançou o M5 híbrido plug-in e está desenvolvendo seu primeiro M totalmente elétrico, decidiu enfrentar esse desafio de frente — mesmo que isso signifique contrariar os fãs mais puristas.
Segundo Neubauer, apesar da resistência inicial, há um novo perfil de cliente surgindo, e a BMW M quer conquistá-lo também.
“Ainda que os entusiastas sejam o nosso núcleo, precisamos olhar além. Teremos o produto certo para cada público”, completou. E isso passa por oferecer tanto a continuidade do motor a combustão quanto as novidades eletrificadas — como o futuro iM3, versão elétrica do lendário M3.
A estratégia está clara: a próxima geração do M3 terá uma opção elétrica e uma versão a combustão atualizada, com o tradicional seis cilindros em linha.
É a maneira que a BMW encontrou de manter os entusiastas por perto enquanto prepara o terreno para o futuro inevitável dos EVs.
Mesmo que o ronco seja trocado por um zumbido digital e o câmbio manual desapareça, a BMW M garante que continuará oferecendo carros com alma esportiva. Os elétricos vão chegar — e a marca não está pedindo permissão.
A missão agora é provar que dá para ser um M autêntico mesmo sem gasolina no tanque.
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