A nova geração do Mercedes-Benz CLA está trazendo uma inovação pouco comum no mundo dos carros elétricos: uma transmissão de duas marchas.

Diferente da maioria dos EVs, que utilizam uma relação única para transmitir a potência do motor às rodas, o CLA adota essa solução para equilibrar desempenho e eficiência.

Normalmente, esse tipo de configuração é encontrado apenas em modelos esportivos de alto desempenho, como o Porsche Taycan.

Segundo Christoph Starzynski, chefe de estratégia de produto da Mercedes-Benz, a decisão de incluir uma transmissão de duas marchas não foi apenas um capricho técnico, mas sim uma escolha estratégica para aprimorar a experiência de condução.

O executivo destacou que o primeiro estágio da transmissão proporciona uma arrancada mais rápida e eficiente em baixas velocidades, enquanto a segunda marcha otimiza o consumo de energia em velocidades de estrada.

No caso do CLA, a velocidade máxima de 130 mph (209 km/h) só pode ser atingida na segunda marcha.

O novo CLA será oferecido em duas versões: o CLA 250+, com tração traseira, 268 cv, e o CLA 350 4Matic, com tração integral e potência aumentada para 349 cv.

Embora esses números não sejam tão elevados quanto os de modelos ultraesportivos, a Mercedes acredita que são suficientes para justificar a presença da segunda marcha.

Diferente de alguns EVs esportivos que buscam simular a sensação de troca de marchas tradicional, como o Hyundai Ioniq 5 N, o CLA não terá alavanca de câmbio nem paddle shifters.

O objetivo é manter a transição entre as marchas o mais suave possível, sem interrupções na entrega de potência.

Starzynski enfatiza que um dos maiores desafios foi justamente garantir que as trocas fossem imperceptíveis para o motorista.

A Mercedes-Benz ainda não confirmou se a transmissão de duas marchas será utilizada em outros modelos no futuro, mas como o novo CLA utiliza uma plataforma modular e novos motores, há grandes chances de essa tecnologia ser aplicada em outros veículos da marca nos próximos anos.