
O que parecia ser uma tarde comum se transformou no pior dia da vida de Venkateswara Pasumarti e Susmita Maddi.
O casal, que voltava para casa após o almoço com amigos, teve sua rotina destruída quando o Tesla Model Y em que estavam colidiu violentamente contra um poste em um cruzamento movimentado na Virgínia, nos EUA.
O carro, um dos mais vendidos do mundo em 2023, pegou fogo com os dois dentro. Susmita ficou presa no banco do passageiro, enquanto as chamas tomavam conta da cabine.
O caso expôs um problema crescente e ainda pouco debatido: os sistemas automatizados de portas dos veículos da Tesla, que em situações de emergência podem se tornar armadilhas letais.
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Nos minutos entre o impacto e a chegada do corpo de bombeiros, o socorro veio de Max Walsh, um bombeiro de folga que passava pelo local.

Ele conseguiu quebrar o vidro do lado do motorista com as mãos, mesmo se ferindo, e puxou Pasumarti pela janela. Mas ao tentar abrir a porta de Susmita, encontrou resistência.
A liberação manual de emergência era difícil de encontrar — e o sistema elétrico do carro já estava morto.
Susmita foi retirada apenas com o uso de ferramentas hidráulicas, quando o fogo já havia avançado para dentro do carro.
Ela sofreu queimaduras de terceiro grau no rosto, inalou fumaça tóxica e passou 45 dias entubada na UTI.
Agora, em recuperação, enfrenta uma longa jornada de cirurgias, dores constantes e traumas psicológicos. Em entrevista, ela foi direta: “Comprar um Tesla foi o pior erro da nossa vida.”

Mas esse não é um caso isolado, segundo reportagem da Bloomberg. Em novembro de 2024, três estudantes universitários morreram carbonizados dentro de um Tesla Cybertruck após um acidente na Califórnia.
Em Wisconsin, um Model S com cinco ocupantes bateu em uma árvore e pegou fogo. Nenhum conseguiu sair. Em outro caso, o filho de um ex-jogador da NBA só sobreviveu porque conseguiu chutar o vidro antes de ser puxado para fora por estranhos.
Crianças, idosos e até pets já ficaram presos em carros com baterias descarregadas, sem saber como acionar os mecanismos manuais escondidos.
O problema? A obsessão da Tesla por eliminar maçanetas e componentes visíveis em nome da estética e da aerodinâmica.
Em vez de alavancas tradicionais, os modelos mais modernos da marca contam com botões e mecanismos elétricos — que falham em caso de colisão ou queda de energia. Para os engenheiros, o design é revolucionário.
Para vítimas como Susmita, é uma sentença.
A Tesla afirma que seus carros cumprem todos os requisitos de segurança dos EUA. Mas especialistas e socorristas discordam.
“Eles criaram um computador com rodas, mas esqueceram que seres humanos estão lá dentro”, diz Charles Mauro, consultor especializado em usabilidade e fatores humanos. “É bonito, mas falha no essencial.”
A indignação chegou também às autoridades. A NHTSA, órgão regulador de trânsito nos EUA, já acumula mais de 140 queixas sobre problemas com portas de Tesla que travam, não abrem ou falham em emergências.
Casos envolvendo crianças presas, idosos sem capacidade de se mover e até pets foram relatados.
Agora, Susmita processa a montadora em busca de compensação pelas sequelas e custos médicos que deve enfrentar ao longo de anos.
Mas o maior prejuízo talvez seja invisível: o trauma, a perda da autoestima e o adiamento de planos de vida. O casal havia iniciado o processo de adoção de uma criança, que agora está suspenso por tempo indeterminado.
“Às vezes olho no espelho e não me reconheço. Foram meses de choro até conseguir aceitar minha nova aparência”, desabafa Susmita. Para ela, os carros da Tesla não são o futuro da mobilidade — são armadilhas tecnológicas disfarçadas de inovação.
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