
Maior fabricante de automóveis do mundo atualmente, a Toyota dá mais um passo decisivo rumo à transformação de sua identidade.
A partir de 31 de maio, a montadora japonesa inicia as obras de sua nova sede global, localizada na área oeste da Estação Shinagawa, em Tóquio.
O projeto, que deve ser concluído até o fim do ano fiscal de 2030, simboliza a ambição da marca de se tornar algo muito maior que uma fabricante de carros — e sim uma empresa de mobilidade em escala mundial.
Essa guinada não é nova, mas agora ganha forma física com um prédio que será o centro nervoso da inovação tecnológica da Toyota.
Segundo a própria empresa, a nova sede será estruturada em dois pilares fundamentais.
O primeiro, e mais familiar ao público, é o compromisso com a neutralidade de carbono.
Pioneira na eletrificação veicular com o lançamento do Prius em 1997, a Toyota agora eletrificou boa parte de sua linha — incluindo Corolla, Camry, Highlander, RAV4 e até mesmo a picape Tundra.
O novo edifício, com conceito aberto e colaborativo, foi pensado para estimular projetos em conjunto entre equipes internas e parceiros externos, com foco em novos EVs e modelos ainda mais ousados.
O segundo pilar, por sua vez, é mais conceitual, mas não menos ambicioso: a criação do chamado “valor da mobilidade”. Isso envolve desde avanços em software e inteligência artificial até o desenvolvimento de plataformas de condução autônoma e robótica de uso cotidiano.
Para isso, o ambiente da nova sede será voltado a engenheiros e desenvolvedores, com o objetivo de estimular soluções práticas e tecnológicas que, nas palavras da própria Toyota, tragam “sorrisos e felicidade” às pessoas.
Um marketing um tanto açucarado, mas que esconde uma corrida técnica de bastidores acirrada contra nomes como Tesla e outras gigantes da tecnologia.
A inspiração para esse movimento já havia sido testada na Woven City, uma cidade-laboratório da própria Toyota construída sobre os escombros de uma antiga fábrica.
Projetada com base em princípios sustentáveis e centrada no ser humano, a iniciativa é um campo de testes para novas tecnologias urbanas, robótica e veículos autônomos.
Vale lembrar que, recentemente, a Toyota firmou uma parceria estratégica com a Waymo, empresa de mobilidade autônoma do grupo Alphabet (dono do Google), com o objetivo de desenvolver uma nova plataforma de carros autônomos.
Essa união pode representar um grande salto à frente — e uma bela dor de cabeça para Elon Musk.
Afinal, a Toyota já foi parceira técnica da Tesla no passado e agora parece disposta a mostrar quem realmente entende do assunto.
Com a construção de sua nova sede, a Toyota não apenas amplia seu império, mas envia uma mensagem clara: o futuro da mobilidade será decidido entre engenheiros, softwares e inteligência artificial — e o Japão quer estar na dianteira.
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