A Abeifa – Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores – rebateu a proposta da Anfavea de antecipação do imposto de importação com alíquota de 35% para carros elétricos e híbridos.
A entidade, que reúne outros fabricantes de veículos e também importadores, é contra a ideia da associação mais antiga, que reúne as montadoras maiores e tradicionais.
Para a Abeifa, a antecipação é quebra de regra, alegando ser necessária uma “previsibilidade nas políticas industriais do setor automotivo brasileiro, sobretudo em respeito aos clientes/consumidores que têm direito ao acesso e a escolha por tecnologias de ponta”.
Em nota, a Abeifa disse: “Medidas protecionistas ou barreiras alfandegárias artificiais são ineficazes. A médio e longo prazos são prejudiciais a toda a cadeia automotiva, em especial ao Brasil”.
A entidade reforçou que “políticas protecionistas não trazem benefícios ao Brasil, ressaltando que nos anos 1990, não fossem a abertura do mercado interno para veículos importados, o País não teria o parque industrial de hoje com algumas dezenas de fabricantes”.
Com associados como a BYD, o maior importador de carros da China, a Abeifa se coloca na frente dos interesses da Anfavea, gerando agora uma disputa entre empresas e montadoras do setor automotivo.
Como se sabe, o governo federal decretou um aumento gradual nas alíquotas de importação de carros elétricos e híbridos no ano passado, que passaram a vigorar normalmente a partir de janeiro de 2024.
Pelas regras definidas pelo Brasil, os fabricantes e importadores que mais vendidos carros importados teriam cotas correspondentes aos seus desempenhos no mercado nacional, mas sempre sujeitos às alíquotas de cada período.
Nas novas regras do governo, o carro elétrico perdeu a isenção e recolherá alíquotas de 10%, 18%, 25% e 35%, já em julho de 2026. Da mesma forma, os carros híbridos e híbridos plug-in terão suas cotas correspondentes até lá.
O movimento do Brasil força que importadores, em especial os chineses, decidiam-se por produzir no país seus carros eletrificados, visto que a concorrência interna os impedirá de praticar preços mais altos que os nacionais.
Nesse movimento, após a vigência, vários fabricantes chineses – considerados os protagonistas do aumento das importações – anunciariam seus investimentos com produção local no país, embora outros que chegaram ainda não tenham se manifestado nesse sentido.
Seja como for, em contrapartida, a Anfavea vê as importações em grande número como um impacto negativo na produção nacional, visto que parte da demanda acabará indo para as novidades eletrificadas que chegam da China.
A quebra de regra, todavia, também não agradaria às matrizes de alguns associados da entidade, que defendem a previsibilidade da política brasileira para o setor.
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