Ação em queda, vendas despencando e mentiras em público: o plano de Elon Musk para continuar no comando da Tesla

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Elon Musk deixou claro esta semana que pretende seguir como CEO da Tesla pelos próximos cinco anos — desde que tenha mais ações da empresa.

O pedido acontece no pior momento da montadora nos últimos anos, com quedas expressivas nas vendas globais, crescente rejeição do público e a reputação do executivo derretendo junto com os lucros.

Durante o Fórum Econômico do Catar, Musk afirmou que a Tesla já teria dado a volta por cima, mesmo com os números provando o contrário.

Em 2024, a Tesla viu suas vendas caírem pela primeira vez, e o tombo acelerou em 2025. Somente no primeiro trimestre deste ano, a marca vendeu 50 mil unidades a menos, e o segundo trimestre caminha na mesma direção.

Musk tentou minimizar os dados dizendo que “a Europa é nosso mercado mais fraco” e que a empresa vai bem em outras regiões.

Mas os registros mostram que até mesmo a China, mercado-chave para a Tesla, apresenta queda de cerca de 10 mil unidades, mesmo com recordes de incentivos. Nos EUA, os descontos se tornaram rotina e ainda assim as vendas não reagiram.

O CEO também voltou a usar a velha tática de apontar para o preço das ações como prova de sucesso, ignorando que o valor atual ainda está 30% abaixo do pico histórico.

Ele afirmou que “o mercado é o placar final” para a Tesla, mas convenientemente esqueceu de mencionar que ele próprio já declarou que as ações da empresa “não valem nada” se ela não resolver a questão da direção autônoma.

E é exatamente aí que mora o problema: desde 2019, Musk promete anualmente que a Tesla está “a meses” de alcançar a autonomia total.

Os investidores seguem agarrados a essa promessa, embora o único lançamento em anos tenha sido o polêmico Cybertruck — um modelo que sofre com baixa demanda, recall atrás de recall e estoque parado.

Agora, o bilionário diz que só permanece no cargo se tiver mais controle sobre a empresa. Não por dinheiro, ele afirma, mas porque não quer “ficar se perguntando se vai ser expulso”.

Uma justificativa curiosa vinda de alguém que está sendo processado por ameaçar os próprios acionistas, dizendo que a Tesla não desenvolverá produtos de inteligência artificial se ele não receber mais ações.

Para quem acreditou que a Tesla poderia ser maior do que seu criador, a realidade está se tornando difícil de engolir.

O futuro da montadora parece cada vez mais amarrado à figura controversa e polarizadora de Elon Musk — e enquanto ele exige mais poder, o que a Tesla perde é tempo, confiança e mercado.



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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.