Na contramão da maioria das montadoras alemãs, a BMW decidiu seguir seu próprio rumo na transição para os veículos elétricos.
Enquanto Audi e Porsche reavaliam sua pressa na eletrificação e a Mercedes-Benz volta a investir pesado no desenvolvimento de motores a combustão, a BMW mostra que sua estratégia cautelosa pode estar começando a dar frutos.
Um dos grandes diferenciais da BMW tem sido justamente a forma como seus modelos elétricos preservam o design e a proposta dos equivalentes a combustão.
E, mais do que isso, a marca se recusa a anunciar uma data definitiva para abandonar os motores térmicos, o que mostra uma visão mais realista sobre a diversidade de demandas globais.
O gerente da fábrica da BMW em Steyr, Klaus von Moltke, foi direto ao comentar o tema: “O motor a combustão é a base da BMW”, afirmou à revista Automobilwoche.
Segundo ele, essa base não apenas sustenta a produção atual, como também vai financiar a transição para tecnologias futuras. A planta austríaca, que produziu 1,2 milhão de motores em 2023, também se prepara para fabricar motores elétricos, garantindo longevidade à operação.
Além da gasolina, a BMW aposta em soluções alternativas para manter o diesel vivo na sua linha de produtos.
A marca tem investido no uso do combustível HVO100, um biodiesel de óleo vegetal sem adição de diesel fóssil.
A promessa é de uma redução de até 90% nas emissões de CO2 e melhor desempenho em partidas a frio. Em alguns mercados, veículos já são entregues com esse combustível no tanque.
Apesar das metas da União Europeia para banir os motores a combustão até 2035, a BMW prefere não se prender a previsões políticas.
“Nosso papel não é fazer suposições, mas sim nos prepararmos para todos os cenários”, disse von Moltke.
Essa flexibilidade é vista como uma vantagem estratégica, permitindo que a BMW adapte rapidamente sua produção de acordo com as mudanças de mercado e regulamentação.
O executivo reconhece que há uma divisão crescente na indústria entre marcas focadas exclusivamente em elétricos e aquelas que ainda mantêm raízes nos motores térmicos.
Seu objetivo, porém, é manter a equipe técnica capacitada para atuar com ambas as tecnologias, garantindo resiliência para o grupo.
A BMW acredita que os carros elétricos representarão metade de suas vendas até o fim da década.
Mas enquanto esse ponto de virada não chega, a empresa segue liderando com uma abordagem mista. E até o momento, parece estar certa em manter o motor a combustão como parte fundamental de sua estratégia.
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