Acordo comercial dos EUA com Japão pode favorecer a produção nipônica e não a americana

honda elevate india to japan export 1
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Um bom comerciante não se enrola, mas quando alguém se mete a tratar com inúmeros clientes ao mesmo tempo, o risco de passar o troco errado é alto e isso parece bem o caso do acordo comercial entre EUA e Japão.

O atual governo dos states impôs que as montadoras e autopeças japonesas terão de pagar 15% de tarifas para importação ao mercado americano, o que parecia um revés para os interesses nipônicos.

Todavia, não é bem assim, especialmente se comparado ao que ocorre atualmente no próprio território americano no que concerne à produção de veículos.

Como se sabe, Toyota, Honda, Nissan, Mitsubishi e Subaru produzem nos EUA, mas precisam importar peças e componentes de unidades e fornecedores instalados acima e abaixo dos EUA.

É aí que o tiro de Washington saiu pela culatra… Spencer T. Hakimian, fundador da Tolou Capital Management, explicou isso nas redes sociais ao citar as taxas maiores que agora se pagam para se produzir no país.

Hakimian disse: “50% a mais pelo aço, 50% a mais pelo cobre, 25% a mais pela produção canadense, 25% a mais pela produção mexicana e 55% pela produção chinesa”. 

Ou seja, produzir nos EUA está muito mais caro do que antes e ficará ainda mais após 1 de agosto, quando as tarifas elevadas entrarão em vigor.

Assim, para qualquer fabricante japonês, fazer carros em sua terra natal e enviar aos EUA, mesmo que pagando 15% ante os 2,5% anteriores, ainda é um bom lucro!

Mesmo que as filiais americanas das japonesas deixem de importar peças e carros de Canadá e México para compor sua produção e portfólios no mercado americano, o resto vem de fora.

Aço e cobre não estão disponíveis o suficiente nos EUA para as montadoras, já que o país por si só os consome em volumes que a importação é fundamental para não ruir a economia americana.

Embora o governo tente se esforçar em aumentar a produção nacional, a demanda ainda é muito alta e a produção é baixa em relação a isso.

Carros são feitos quase que inteiramente em aço e as montadoras japonesas certamente perceberão que os custos no Japão serão menores que nos EUA, onde haverá disputa pelo aço nacional e sua consequente subida de preço.

Dessa forma, provavelmente as fábricas das japonesas nos EUA continuarão com seus quadros atuais de empregados e uma produção sem alterações, talvez até menor, enquanto a importação continua mantendo empregos em sua terra natal.

[Fonte: Auto Evolution ]

 

 



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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X