
A Nissan está passando por uma fase tão crítica que nem o futebol escapou dos cortes.
Após enxugar fábricas e demitir funcionários, a montadora japonesa agora estuda vender sua participação majoritária no Yokohama F. Marinos, um dos clubes de futebol mais tradicionais do país e que carrega em sua origem o próprio DNA da empresa.
O clube foi fundado em 1972 como uma equipe corporativa da Nissan, nascida dentro das instalações da empresa e, inicialmente, formada por funcionários.
Em pouco tempo, o time deixou de ser apenas uma atração interna para se tornar uma potência no futebol regional, conquistando a Liga Kanto em apenas quatro anos de existência.
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A ascensão continuou, até que o clube passou a integrar as divisões profissionais do futebol japonês.

Mas esse capítulo de orgulho esportivo pode estar prestes a terminar. De acordo com o jornal Nikkei, a Nissan está em conversas para vender sua fatia de cerca de 75% no clube.
A montadora já teria procurado diversas empresas interessadas em assumir os direitos de gestão da equipe — e uma delas seria uma gigante do setor de tecnologia. Se as negociações avançarem, a venda pode ocorrer já no ano que vem.
Essa mudança de postura representa uma guinada considerável em relação ao que era praticado sob a gestão de Carlos Ghosn.
Na época em que comandava a Nissan, o executivo franco-brasileiro blindava iniciativas culturais e esportivas dos cortes orçamentários.

Porém, o cenário atual é outro. Com um prejuízo de 4,5 bilhões de dólares (cerca de 670 bilhões de ienes) registrado recentemente, a montadora foi obrigada a rever até mesmo seus ativos mais simbólicos.
A venda do clube é vista como parte de um plano de recuperação mais amplo, que visa cortar gastos e concentrar esforços na atividade principal da empresa: fabricar e vender automóveis.
Apesar do peso histórico e emocional, manter um time de futebol profissional deixou de ser uma prioridade para a companhia, que agora luta para sobreviver num mercado altamente competitivo e com margens cada vez mais apertadas.
Há quem diga que a Nissan deveria ter tomado essa decisão anos atrás, quando os primeiros sinais de instabilidade surgiram. No entanto, o fator emocional muitas vezes fala mais alto do que os números.
O Yokohama F. Marinos representa décadas de tradição e vínculo com a comunidade local, algo que não se mede apenas com planilhas.
O futuro do clube ainda é incerto, mas uma coisa é clara: a Nissan está disposta a abrir mão de parte de sua identidade para tentar se manter viva.
E, no mundo corporativo atual, onde cada centavo conta, até o futebol pode acabar no banco de reservas.
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