
Enquanto Spa-Francorchamps vê seu futuro incerto no calendário e o GP da Holanda se despede de forma abrupta, a Tailândia garante sua entrada na elite da Fórmula 1 com uma cifra jamais vista.
O governo tailandês anunciou o investimento de US$ 1,2 bilhão para criar o Grande Prêmio de Bangkok, valor que torna o projeto o mais caro da história do automobilismo mundial.
Para efeito de comparação, o polêmico e luxuoso GP de Las Vegas custou “apenas” US$ 500 milhões.
Essa nova realidade da F1 escancara um jogo em que tradição vale menos que o valor de um cheque estatal.
A corrida tailandesa, prevista para estrear em 2028, ainda não foi oficialmente confirmada pela Fórmula 1, mas os bastidores apontam que a quantia envolvida torna a aprovação apenas uma formalidade.
A movimentação começou com uma visita do então primeiro-ministro tailandês à etapa de Ímola e seguiu com uma reunião estratégica com Stefano Domenicali, CEO da F1, em Bangkok, acompanhado por Alex Albon, único piloto tailandês na categoria.
O caso da Tailândia não é isolado.
Ruanda também está disposta a entrar na Fórmula 1, com um projeto estimado em mais de US$ 270 milhões.
No entanto, as acusações internacionais de violações de direitos humanos e apoio a grupos armados colocam dúvidas sobre a viabilidade ética e política do projeto africano.
Mesmo assim, o país africano tem ganhado espaço institucional, a ponto de ter sediado a cerimônia do FIA Awards Gala recentemente.
Ao mesmo tempo em que novos países compram seu ingresso no grid, pistas históricas como Spa e Zandvoort perdem espaço. O GP da Bélgica deve se tornar um evento rotativo, e o da Holanda deixará o calendário.
A exceção? Silverstone, que ainda sobrevive como o único GP sem apoio governamental.
A Fórmula 1, cada vez mais global e bilionária, caminha para uma fase em que o passado importa menos do que a capacidade de pagar por um lugar no show.
A história do automobilismo é substituída por cifras astronômicas, e os fãs tradicionais veem o esporte ser moldado não pelas curvas lendárias da Europa, mas pelas cifras de regimes e mercados emergentes que buscam projeção internacional por meio da velocidade.
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