
Enfrentando um cenário cada vez mais desafiador, a Volkswagen está apostando alto nos Estados Unidos como forma de contornar o impacto severo das tarifas impostas pela administração Trump.
Com uma taxa de 25% sobre veículos importados para o mercado americano, o gigante alemão do setor automotivo tem sentido o baque diretamente em seus lucros e competitividade.
A solução? Investir pesado em solo americano na esperança de conseguir um acordo que alivie a pressão tarifária.
Segundo o CEO Oliver Blume, a montadora não está apenas aguardando os desdobramentos das conversas diplomáticas entre a União Europeia e os EUA.
Ele mesmo esteve recentemente em Washington para encontros com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick.
As conversas, segundo Blume, foram “justas e construtivas”, e ele afirma ter mantido uma linha de comunicação direta com autoridades americanas.
A estratégia da VW é clara: mostrar boa vontade em relação à economia dos EUA na tentativa de conquistar benefícios regulatórios.
Um dos trunfos usados por Blume nas negociações foi o recente investimento de US$ 5,8 bilhões feito na Rivian, a startup americana de veículos elétricos.
Para ele, essa parceria é apenas o começo de uma ofensiva mais ampla. “Podemos expandir esse movimento com investimentos ainda mais significativos. Temos uma estratégia de crescimento para os EUA”, declarou.
A montadora não especificou os valores totais previstos, mas deixou claro que o compromisso é de longo prazo.
Ao mesmo tempo, a VW passa por um momento interno complicado: enfrenta queda nas vendas na China, aumento da concorrência no segmento de elétricos e uma perda de 30% no lucro líquido em comparação ao ano anterior.
Para tentar se ajustar, o grupo já anunciou que cortará cerca de 35 mil empregos até 2030, em uma reestruturação agressiva.
Blume também ressaltou que, embora as negociações com os EUA passem por instâncias técnicas, a palavra final está nas mãos do presidente Trump.
Por isso, a Volkswagen não está disposta a depender exclusivamente das tratativas conduzidas por Bruxelas. A ambição é garantir não apenas um alívio para a própria empresa, mas sim um acordo que beneficie toda a indústria europeia.
Se os planos da Volkswagen vão surtir efeito ainda é incerto, mas o movimento revela o quanto a montadora está pressionada por decisões políticas externas.
Ao buscar um atalho direto até a Casa Branca, a fabricante alemã tenta se antecipar a uma crise ainda maior — e evitar que a conta das tarifas continue corroendo sua presença no mercado mais lucrativo do mundo.
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