Enquanto boa parte da indústria automotiva ainda tenta entender como vender carros elétricos em um cenário sem incentivos governamentais, a Volkswagen deu um verdadeiro show de força em sua terra natal.
No primeiro semestre de 2025, o grupo alemão colocou oito modelos entre os dez elétricos mais vendidos da Alemanha — uma performance de respeito em meio ao fim dos subsídios.
Com 249 mil elétricos vendidos entre janeiro e junho, o crescimento nas vendas foi de impressionantes 35% em relação ao mesmo período do ano passado. Para efeito de comparação, o mercado automotivo total do país caiu 5% no mesmo período.
Ou seja, enquanto os carros a combustão sofrem, os elétricos — especialmente os da Volkswagen — seguem ganhando as ruas alemãs.
E quem lidera essa revolução? Nada menos que o Volkswagen ID.7, com mais de 18 mil unidades emplacadas. Curiosamente, o mesmo modelo teve seu lançamento nos Estados Unidos cancelado após a marca alegar um “clima desafiador” para elétricos por lá.
Tesla, que ainda lidera na Europa como um todo, amarga uma queda de 58% nas vendas na Alemanha. Na lista dos dez mais vendidos, apenas o Model Y e o BMW iX1 conseguiram furar o domínio do grupo VW.
Entre os híbridos plug-in, o cenário também é favorável à Volkswagen. O Tiguan lidera com folga, seguido pelo Cupra Formentor — também do grupo — e o Volvo XC60.
Ao todo, os PHEVs cresceram 56% no semestre, mostrando que o público alemão está cada vez mais aberto à transição elétrica, mesmo que parcial.
Fora da Alemanha, a Volkswagen também vai bem: foram mais de 135 mil elétricos registrados na Europa no primeiro semestre. Tesla ficou com 109 mil e a BMW em terceiro, com cerca de 95 mil.
Mesmo assim, o Model Y ainda é o EV mais registrado na Europa como um todo, seguido de perto pelo VW ID.4 e o Model 3.
Mas nem tudo são flores. A Volkswagen também sente os impactos das tarifas impostas pelo governo Trump nos Estados Unidos.
A montadora estima ter perdido 1,3 bilhão de euros (aproximadamente R$ 7,5 bilhões) no semestre por conta das novas taxas, o que contribuiu para uma queda de 33% no lucro operacional.
Ainda assim, na Alemanha, o recado está dado: mesmo sem ajuda do governo, a Volkswagen segue soberana no mundo dos elétricos. E isso, para os concorrentes, é uma notícia difícil de digerir.
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