A Alfa Romeo está no centro de uma disputa inesperada com a polícia italiana — mais especificamente, com o sindicato dos Carabinieri, que está acusando o SUV compacto Tonale de ser perigoso para o uso em operações de patrulha.
O impasse ganhou força nos últimos dias e já envolve denúncia formal ao Ministério Público de Roma, ameaça de ação judicial por parte da montadora e um debate sobre segurança veicular que ganhou contornos quase cômicos.
Segundo o sindicato da corporação, os Tonale fornecidos para as unidades de resposta móvel estão apresentando sérios problemas de dirigibilidade, principalmente em situações de alta velocidade ou em estradas irregulares — algo bastante comum para o tipo de uso policial.
Em comunicado, a associação de classe afirmou que recebeu diversos relatos de agentes apontando falhas graves na estabilidade do veículo, o que colocaria em risco tanto a segurança dos ocupantes quanto a eficácia das missões.
A reclamação formal foi registrada no dia 29 de abril.
Vale lembrar que as versões do Tonale utilizadas pelos Carabinieri são adaptadas com blindagem parcial e usam o motor a gasolina de 163 cavalos — o que, aliado ao peso extra da proteção, compromete ainda mais o desempenho.
Isso é bem diferente do modelo híbrido plug-in vendido em mercados como o brasileiro, que entrega até 285 cv e tem foco maior em desempenho urbano com apelo premium.
A Alfa Romeo, por sua vez, não demorou para reagir.
Em nota divulgada por veículos italianos, a marca afirmou que todos os seus modelos são desenvolvidos e testados de acordo com os mais rigorosos padrões de segurança vigentes, inclusive pelos próprios órgãos policiais dos países onde atuam.
A empresa ainda exaltou a tecnologia e os equipamentos de segurança do Tonale, lembrando que o SUV já conquistou mais de 100 mil clientes no mundo todo.
Mas a resposta veio acompanhada de um aviso direto: a Alfa se reservou o direito de defender sua imagem e reputação “nos fóruns adequados”, indicando que, caso o sindicato continue propagando críticas públicas, um processo judicial pode ser colocado na mesa.
Ainda não está claro se o problema está de fato no carro ou na forma como está sendo utilizado, mas a situação revela como a adaptação de veículos civis para uso policial pode trazer surpresas — e frustrações.
A versão policial do Tonale talvez não tenha sido projetada para perseguições em ritmo de filme de ação, mas a expectativa era, ao menos, de uma condução segura.
Enquanto o caso segue em apuração e os bastidores fervem, o público assiste a essa disputa com um certo divertimento.
Afinal, entre uma acusação de instabilidade e uma ameaça de processo, tudo isso ainda parece mais leve do que ver um italiano se deparar com alguém colocando creme na receita de Alfredo. Isso sim poderia acabar com a civilização.
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