Uma candidata a motorista chamou atenção ao acumular nada menos que 128 reprovações no teste teórico de direção, segundo dados divulgados pela AA Driving School com base em estatísticas oficiais da Agência de Padrões de Motoristas e Veículos (DVSA, na sigla em inglês).
Considerando o custo individual, que na Inglaterra é de £23 por tentativa, a estimativa é que ela já tenha gasto cerca de £3.000 (aproximadamente R$ 19 mil) apenas tentando passar nessa etapa inicial do processo para obtenção da carteira de habilitação.
Outro caso curioso foi o de um candidato que só conseguiu ser aprovado no teste teórico na 75ª tentativa, o que teria custado cerca de £1.700 ao longo dos anos.
Esses dados revelam que, embora o exame seja considerado básico por muitos, pode representar um verdadeiro obstáculo para alguns motoristas em formação.
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Introduzido há quase 30 anos, o teste teórico é obrigatório para todos que desejam agendar a prova prática de direção no Reino Unido.
Ele é dividido em duas partes: uma com 50 perguntas de múltipla escolha sobre as regras de trânsito e outra com vídeos simulando situações de risco, em que o candidato precisa identificar os perigos nas vias.
De acordo com o relatório da AA Driving School, a taxa de aprovação entre abril de 2024 e março de 2025 foi de 44,9% no teste teórico, com cerca de 2,8 milhões de exames realizados.
Já o teste prático teve desempenho semelhante: 48,7% de aprovação entre os 1,8 milhão de exames realizados no mesmo período. Os dados, no entanto, não revelam quantos desses testes foram tentativas repetidas.
No teste prático, os números também surpreendem: dois candidatos já tentaram 37 vezes sem sucesso, enquanto outro conseguiu ser aprovado apenas na 43ª tentativa – o que representa um custo estimado de até £3.200 (cerca de R$ 20 mil), considerando os valores de £62 por teste em dias úteis ou £75 aos finais de semana ou feriados.
A escassez de vagas para os exames agrava o problema.
Segundo a AA, em 2025, algumas regiões enfrentaram filas de espera superiores a seis meses para a realização do exame prático, dificultando ainda mais o acesso dos candidatos à carteira.
Emma Bush, diretora-geral da AA Driving School, comentou que fatores como ansiedade, falta de tempo para estudar e subestimação do conteúdo exigido podem contribuir para os baixos índices de aprovação.
“A vida pode atrapalhar até os melhores planos de estudo, gerando nervosismo e pressão extra no dia da prova”, afirmou.
O caso chama atenção para a complexidade do processo de habilitação no Reino Unido e levanta questões sobre a eficácia dos métodos de ensino, suporte psicológico aos candidatos e possíveis melhorias no formato das provas.
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