Mesmo com a promessa pública de colocar 100 mil vans elétricas da Rivian nas ruas até 2030, a Amazon está silenciosamente testando novos modelos para sua frota de entregas — e agora, o alvo é a BrightDrop, divisão da General Motors.
A gigante do comércio eletrônico confirmou que uma pequena quantidade desses veículos está em operação como parte de seu programa de testes.
Segundo a própria Amazon, cerca de 12 vans elétricas da BrightDrop foram integradas à frota, que hoje já inclui modelos da Ford, Mercedes-Benz, Stellantis e, claro, a Rivian — startup na qual a empresa de Jeff Bezos investiu pesado.
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A novidade coloca a GM no radar de uma das maiores operações logísticas do planeta, em um movimento que pode sinalizar mudanças no rumo da eletrificação da empresa.
Embora a parceria com a Rivian continue sendo o carro-chefe da narrativa de sustentabilidade da Amazon, boa parte das entregas ainda é feita com veículos movidos a gasolina, como as vans Ford Transit e Ram ProMaster.
Mesmo com mais de 24 mil vans Rivian nas ruas, o restante da frota elétrica é composto por diferentes modelos testados ao longo dos anos — e a BrightDrop agora faz parte dessa lista.
Do lado da GM, a venda de um lote inicial de vans à Amazon ocorreu em 2023, numa tentativa de conquistar espaço nesse mercado disputado. A BrightDrop foi lançada em 2021 com foco exclusivo no fornecimento de veículos comerciais e soluções de software para gestão de entregas.
No entanto, o projeto teve dificuldades para decolar e foi absorvido pela divisão GM Envolve em 2024. As vendas continuam modestas: pouco menos de 1.600 vans foram comercializadas no primeiro semestre, e até a fábrica chegou a ser paralisada em abril por baixa demanda.
A possível abertura com a Amazon representa uma oportunidade estratégica para a GM, que enfrenta desafios para emplacar seus veículos elétricos de carga.
Se conseguir consolidar essa relação, a montadora de Detroit pode reverter parte do terreno perdido para concorrentes mais ágeis no segmento de frotas.
Enquanto isso, a Rivian tenta manter o fôlego diante de cortes de pessoal, metas de entrega reduzidas e o impacto das tarifas do governo Trump, além da ameaça do fim do crédito fiscal para EVs nos EUA.
Todos esses fatores colocam pressão adicional sobre uma empresa que já enfrentava dificuldades para escalar sua produção e atender à demanda do acordo com a Amazon.
A Amazon, por sua vez, segue uma estratégia de diversificação, comprando vans em grandes volumes e repassando os veículos por meio de empresas terceirizadas.
Muitas dessas operadoras também utilizam veículos próprios — inclusive modelos da BrightDrop, adquiridos por fora da relação direta com a Amazon.
No fim das contas, mesmo com as promessas grandiosas de eletrificação, a gigante do e-commerce está claramente mantendo suas opções em aberto. E, se depender dos testes em curso, pode ser que a Rivian não seja mais a única peça no tabuleiro elétrico da Amazon.
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