Se depender do consumidor americano médio, o futuro elétrico da mobilidade vai ter que esperar – ou talvez nem chegue.
Um novo levantamento realizado pela AAA revela que o interesse por carros elétricos nos Estados Unidos está em queda livre, atingindo o pior nível desde 2019.
Apenas 16% dos entrevistados afirmaram estar inclinados a adquirir um veículo elétrico em sua próxima compra. Por outro lado, 63% disseram que definitivamente não querem um EV na garagem.
O dado é alarmante, especialmente para uma indústria automotiva que apostou alto na eletrificação.
Segundo Greg Brannon, diretor de engenharia automotiva da AAA, a resistência dos consumidores permanece forte, apesar dos avanços tecnológicos e da ampliação do número de modelos disponíveis no mercado.
“As montadoras estão comprometidas com a eletrificação a longo prazo, mas a hesitação dos consumidores continua evidente”, afirmou.
A pesquisa mostra ainda que a rejeição aos EVs aumentou em mais de 10 pontos percentuais em relação ao ano passado, quando 51% diziam não estar dispostos a comprar um carro elétrico.
Essa é a maior taxa de rejeição desde 2022 e levanta sérias dúvidas sobre a viabilidade do plano de transição energética veicular nos EUA.
Entre os principais fatores que explicam essa mudança de humor estão os altos preços dos elétricos, que ainda são vistos como produtos de luxo, e a fraca infraestrutura de recarga no país.
Estações de recarga escassas, lentas ou quebradas são uma queixa comum, especialmente fora dos grandes centros urbanos.
Em um cenário econômico de incertezas e inflação persistente, muitos consumidores enxergam os EVs como um risco desnecessário.
O problema vai além da simples escolha individual.
Enquanto países da Europa seguem incentivando a eletrificação com subsídios, metas agressivas de descarbonização e investimentos maciços em infraestrutura, os Estados Unidos parecem ter pisado no freio.
Deixar o futuro da mobilidade nas mãos do mercado – sem planejamento público sólido e sem políticas consistentes – tem se mostrado ineficaz, como demonstram os números.
Por enquanto, os norte-americanos continuam preferindo o bom e velho carro a combustão.
E para as montadoras, isso significa que a transição energética nos Estados Unidos será mais longa, mais lenta e, provavelmente, muito mais cara do que se imaginava.
Quer receber todas as nossas notícias em tempo real?
Acesse nossos exclusivos: Canal do Whatsapp e Canal do Telegram!