
A Anfavea, entidade que reúne as montadoras mais antigas do país, abrirá um processo antidumping no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) contra marcas chinesas.
Fabricantes do gigante asiático, como BYD e GWM, por exemplo, serão investigados por supostamente praticar preços irreais no mercado brasileiro.
Segundo o site Estadão, a GWM se pronunciou, alegando que pratica as regras internacionais de comércio e também atende à legislação brasileira.
A marca chinesa disse que acompanhará o processo com “tranquilidade” e destacou ainda a construção de sua fábrica em Camaçari, no interior da Bahia.
Em nota, a BYD disse: “Estamos comprometidos com o desenvolvimento da indústria automotiva brasileira que, por décadas, foi deixada em segundo plano pelas montadoras tradicionais que agora tentam de todas as formas utilizar artimanhas para esconder a falta de competitividade.”
Ricardo Bastos, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), amenizou a coisa ao salientar que a verificação de práticas antidumping estão previstas nas regras da OMC, sendo assim, praticamente normais no comércio.
Bastos disse não ver “distorção nas relações entre Brasil e China, que são grandes parceiros comerciais, mas, caso o pedido envolva os veículos eletrificados, vamos contribuir com o processo.”
Ainda segundo o jornal, o processo antidumping se tornou mais forte no Brasil após a importação de 100 mil carros chineses, que chegaram para antecipar a tributação maior anunciada pelo governo.
Hoje, a Anfavea diz que ainda existem 50 mil carros chineses nos portos brasileiros, esperando por seus donos, mas no ano passado, somente BYD e GWM venderam 106 mil carros no país.
Destes, 76,8 mil eram da BYD e os 29,2 mil restantes saíram de concessionárias da GWM, com a primeira elevando-se para o Top 10 geral do mercado e mesmo subindo para a oitava posição entre os automóveis.
Com preços competitivos e uma política agressiva, tanto BYD quanto GWM assustam os fabricantes tradicionais que, no entanto, desafiam as chinesas a produzirem aqui com os mesmos custos deles.

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