Durou pouco a promessa de um Dodge Charger elétrico acessível. A marca confirmou que a versão de entrada Daytona R/T será retirada da linha da marca nos Estados Unidos, para o ano-modelo 2026, restando apenas a Scat Pack, consideravelmente mais cara.
A decisão foi anunciada logo após Dodge aplicar grandes descontos em modelos 2024 e 2025 para esvaziar estoques, enquanto as novas tarifas impostas pelos EUA tornaram o cupê, fabricado no Canadá, ainda mais caro.
De acordo com a montadora, a produção do Daytona R/T foi “postergada” para 2026, embora a palavra “cancelamento” não tenha sido utilizada oficialmente.
Em declaração, um porta-voz afirmou que a marca continua monitorando o impacto das tarifas sobre seus planos.
Enquanto isso, a Scat Pack seguirá como única versão disponível até a chegada do modelo de quatro portas, e as variantes Sixpack, equipadas com motor 3.0 biturbo de seis cilindros em linha, estão previstas para o segundo semestre de 2025.
A retirada do R/T do catálogo chega em um momento em que concessionárias Dodge estão com estoques cheios desse modelo.
Segundo o site Mopar Insiders, há cerca de 3.500 unidades encalhadas nos Estados Unidos.
Para tentar reverter a situação, revendas vêm oferecendo descontos agressivos. Uma concessionária da Flórida, por exemplo, anunciou um Charger R/T 2025 zero quilômetro por US$ 34.184 — praticamente metade do preço sugerido.
Em outros estados, modelos 2024 com baixíssima quilometragem também aparecem com preços na faixa dos US$ 35 mil.
Com a eliminação do Daytona R/T, o Dodge Charger elétrico inevitavelmente ficará ainda mais caro.
Em 2025, essa versão de entrada já custava US$ 61.595, incluindo uma taxa de destino de US$ 1.995. A Scat Pack, por sua vez, parte de US$ 75.980.
A expectativa é que as futuras versões Sixpack sejam mais acessíveis, mas as tarifas recentes impostas a veículos fabricados fora dos EUA não ajudarão a equilibrar essa conta.
Outro ponto incerto é o tão especulado retorno de uma versão V8 para o Charger, algo que a Dodge já deu a entender em diversas ocasiões.
No entanto, diante das dificuldades de vendas do modelo elétrico e das tensões comerciais com o Canadá, o futuro dessa configuração também permanece nebuloso.
Em um cenário onde a demanda pelo “primeiro muscle car elétrico” está aquém do esperado, a estratégia de encarecer ainda mais a linha pode ser um risco alto.
Se a intenção era tornar o Charger elétrico um ícone de nova geração, o caminho ficou consideravelmente mais complicado.
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