O que era para ser uma noite comum de viagens automatizadas virou um teste de fogo para os veículos autônomos em San Francisco, e o resultado foi um espetáculo de caos e frustração no trânsito local.
Um apagão em larga escala afetou mais de 130 mil clientes na cidade no sábado à noite, deixando semáforos apagados, lojas fechadas e sistemas de transporte urbano em colapso — incluindo os carros autônomos da Waymo.
Os veículos da empresa, subsidiária da Alphabet, pararam abruptamente em meio às vias, com pisca-alerta acionado e nenhum aviso aos passageiros.
Vídeos publicados nas redes sociais mostraram diversos carros parados em cruzamentos movimentados, criando riscos tanto para pedestres quanto para outros motoristas.
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Entre os afetados estava Michele Riva, engenheiro da área de inteligência artificial, que usava um Waymo para voltar para casa quando a falha elétrica atingiu a cidade.
Segundo ele, o carro seguiu viagem mesmo com pedestres cruzando fora de faixa em áreas menos movimentadas, mas congelou ao se aproximar de um cruzamento maior, com semáforos apagados e tráfego intenso.
O sistema simplesmente travou sem oferecer qualquer explicação ao passageiro, que ficou preso no veículo por alguns minutos antes de decidir sair e caminhar até em casa.
A tentativa de Riva de contatar o suporte da Waymo durou cerca de três minutos, mas ele desistiu diante da demora causada pelo alto volume de chamadas.
No domingo, o aplicativo da Waymo exibiu um aviso: o serviço havia sido suspenso em toda a Bay Area, afetando ao menos sete cidades da região.
A empresa afirmou estar trabalhando com autoridades locais para restabelecer o funcionamento dos veículos o mais rápido possível.
A origem do blecaute, segundo a fornecedora PG&E, foi um incêndio em uma subestação elétrica, com mais de 110 mil clientes já reconectados à rede até a manhã de domingo.
Mesmo diante da situação inusitada, Riva demonstrou compreensão, dizendo que a paralisação parecia ser uma resposta de segurança, já que o veículo não sabia como lidar com cruzamentos sem sinalização ativa.
A falha, no entanto, levantou preocupações sobre a real autonomia desses veículos em situações fora do padrão, como quedas de energia ou eventos urbanos inesperados.
As limitações dos sistemas de navegação sem motorista ficaram evidentes, especialmente diante da dependência total da infraestrutura urbana para funcionamento seguro.
Enquanto isso, o CEO da Tesla, Elon Musk, aproveitou o momento para alfinetar a concorrência: afirmou que os robotáxis de sua empresa não foram afetados pelo apagão.
A provocação veio acompanhada de elogios à própria tecnologia, que, segundo Musk, seria mais resiliente em situações de falhas externas.
O episódio reacende o debate sobre a segurança e confiabilidade dos veículos autônomos, especialmente quando confrontados com o imprevisível da vida real.
A experiência deixou claro que, apesar dos avanços, ainda há um longo caminho até que esses sistemas consigam reagir com naturalidade diante do caos urbano.
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