Depois de uma série de tropeços que incluíram atrasos, recalls e certa frieza dos consumidores em relação aos seus elétricos, a Volkswagen finalmente começa a mostrar sinais de recuperação no segmento que promete dominar o futuro da indústria.
A montadora divulgou os números globais de vendas do primeiro semestre de 2025, revelando um crescimento expressivo de 47% nas entregas de veículos elétricos, com destaque para os modelos ID.4 e ID.5.
No total, o Grupo Volkswagen — que engloba as marcas VW, Audi, Porsche, Skoda, Seat e Cupra — entregou 465.500 veículos elétricos entre janeiro e junho deste ano.
Isso representa um salto considerável em relação aos 317 mil do mesmo período de 2024. As vendas de híbridos plug-in também cresceram, com aumento de 41%. Juntos, os EVs e PHEVs já somam mais de 20% das vendas do grupo na Europa Ocidental.
Marco Schubert, executivo de vendas do Grupo Volkswagen, celebrou o desempenho e apontou o efeito dos lançamentos recentes:
“O Grupo Volkswagen continua com forte impulso graças a muitos modelos recém-lançados. Isso vale especialmente para os veículos 100% elétricos.”
Na Europa, as entregas de elétricos cresceram impressionantes 89%. Nos Estados Unidos, o avanço foi mais modesto, de 24%, mas ainda relevante.
A exceção ficou por conta da China, onde as vendas recuaram 34% em meio a um esfriamento geral do mercado e excesso de oferta.
Entre os modelos, o ID.4 e sua variação ID.5 lideraram com 84.900 unidades vendidas. O ID.3 veio logo atrás, com 60.700. Já o Audi Q4 e-tron completou o pódio com 44.600 unidades.
Esse desempenho sólido do ID.3 levanta uma questão interessante: por que a Volkswagen ainda não levou o modelo aos Estados Unidos?
Com porte semelhante ao de um Golf, o ID.3 tem até 341 km de alcance na versão padrão e versões esportivas como a GTX, com 322 cv e autonomia de até 370 km.
Seria um forte concorrente entre os compactos elétricos no mercado norte-americano, especialmente se for posicionado com um bom custo-benefício.
O volume total do grupo no semestre — considerando todos os tipos de motorização — foi de 4,41 milhões de veículos, o que representa um crescimento tímido de 1,3% frente ao ano anterior.
Ainda assim, os resultados colocam a VW em trajetória de crescimento e na cola da Tesla, que vendeu 720.803 EVs no mesmo período, mas amargou uma queda em relação aos 830.766 do primeiro semestre de 2024.
Fica claro que, apesar do início turbulento, a Volkswagen parece finalmente encontrar seu caminho no mundo dos elétricos. Resta agora saber se a montadora conseguirá manter o ritmo e capitalizar o interesse crescente dos consumidores por seus modelos movidos a bateria.
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