
A cidade de Detroit, berço da indústria automotiva americana, está enfrentando uma onda inusitada de crimes.
Nos últimos meses, a polícia local emitiu um alerta aos proprietários das picapes Ram mais recentes devido ao aumento no número de furtos de centrais multimídia — aquelas grandes telas sensíveis ao toque que dominam o painel dos modelos modernos.
À primeira vista, pode parecer algo difícil de ser roubado, dado o nível de integração e complexidade desses sistemas nos carros atuais.
No entanto, um vídeo publicado pelo canal Pickup Truck Plus SUV Talk no YouTube mostrou o contrário: retirar o sistema multimídia dessas picapes é quase tão fácil quanto remover uma moldura de plástico.
A explicação gerou polêmica. Alguns espectadores acusaram o criador de conteúdo Tim Esterdahl de estar dando um manual de instruções para ladrões.

Mas, na prática, essa informação já circula nos fóruns e canais obscuros da internet — o que o vídeo fez foi chamar atenção do grande público, especialmente dos donos de veículos Ram, e pressionar a montadora Stellantis a agir.
Acredite se quiser: bastam duas ferramentas e menos de cinco minutos para levar a tela embora. Com acesso ao interior do veículo, o ladrão remove um forro de borracha no topo do painel, desparafusa dois simples parafusos Philips e desencaixa o módulo inferior preso por grampos plásticos.
Depois disso, é só desconectar o chicote e sair com o equipamento, que pode render entre US$ 800 e US$ 1.800 no mercado paralelo.
A facilidade do crime impressiona. “Sério, Chrysler?”, questiona o apresentador no vídeo, destacando que nem mesmo parafusos menos comuns, como os de padrão Torx, foram usados para dificultar a vida dos criminosos.
Pior ainda: apesar de essas centrais estarem bloqueadas via software para funcionarem apenas no veículo original, há relatos de que hackers e criminosos conseguem burlar esse bloqueio com chaves eletrônicas falsas.
Para uma picape que pode custar até US$ 75 mil nos EUA, a ausência de medidas básicas de proteção para um componente tão visado é, no mínimo, preocupante.
E mais do que o valor da peça em si, que rivaliza com o preço de consoles como o PlayStation 5 ou tablets de ponta, está o transtorno e o custo da reposição para o proprietário.
A expectativa agora é que a Stellantis, responsável pela Ram, desenvolva alguma solução mais robusta para esse tipo de furto.
Caso contrário, como tantas vezes acontece, o mercado de acessórios e o setor de segurança automotiva deverão suprir essa lacuna com algum tipo de trava física ou sistema de bloqueio adicional — algo que, espera-se, custe bem menos do que o preço de uma central nova.
Até lá, o recado é simples: trave seu carro, estacione em locais seguros e fique atento, porque a tela virou ouro.

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